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Resenha: <B>Bidê ou Balde</b> - Eles São Assim. E Assim Por Diante.

Após 8 anos, banda gaúcha volta com disco mais consistente da carreira.

Bidê ou Balde - Eles São Assim. E Assim Por Diante.

Bidê ou Balde - Eles São Assim. E Assim Por Diante.

No final do ano passado a banda gaúcha Bidê Ou Balde lançou um novo disco de estúdio chamado Eles São Assim. E Assim Por Diante., o primeiro desde É Preciso Dar Vazão Aos Sentimentos!, de 2004.

Mesmo sendo um martírio para os fãs, parece que a pausa de oito anos fez bem aos caras, que voltaram com um trabalho consistente e novas músicas pra cantar a plenos pulmões em seus shows.

Abrindo com “+Q1Amigo”, faixa com um quê de Weezer que tem um nome chatinho de escrever mas toda a cara do indie/pop característico da banda e, ao mesmo tempo, uma pegada pop que lhe coloca como hit em potencial, o grupo mostra a que veio.

Em “Coisinhas Nojentas de Amor” há novamente uma mistura entre o pop e o alternativo, lembrando em alguns momentos bandas mais modernas como XX.

“João Da Silva”  é uma balada pronta para as rádios onde os vocais de Serginho Moah do Papas Da Língua e a gaita ponto de Renato Borghetti fazem toda a diferença, e entra para o time das canções do disco que têm letras altamente cantáveis como “Me Deixa Desafinar”, “Lucinha” e “Tudo Funcionando Direito”, que conta com um “freestyle” característico do vocalista Carlinhos Carneiro no meio, pra pular e dançar junto.

Por outro lado, músicas mais escuras como “Mesma Cidade”, “Eu Quero Morar Em Marte” e a belíssima “Ontem Percebi Que Te Amo Ainda” foram colocadas de forma inteligente no tracklisting, dando um balanço interessante entre os diferentes humores presentes no álbum.

Ao final do disco, a banda presenteou seus fãs com uma faixa bônus: uma nova versão do hit “Mesmo Que Mude”, do último disco da banda, que foi regravada com Renato Borghetti na gaita ponto. A música é um dos pontos altos da carreira do Bidê e passa longe de soar como material extra, tornando-se uma das faixas essenciais desse novo álbum também.

Musicalmente esse é o melhor e mais consistente álbum da carreira do Bidê Ou Balde. A qualidade de gravação é impecável e o grupo parece ter aprendido como balancear seus elementos, suas influências e suas limitações, criando um dos grandes discos nacionais de 2012.

Os pontos negativos ficam com as vinhetas do disco e a forma de distribuição do mesmo, que seria normal há 8 anos, mas não hoje em dia. Para adquirir o álbum você deve pagar 35 reais no site oficial da banda, que não tem links para compra da versão digital muito menos streaming do disco na íntegra, algo que praticamente todas as bandas estão fazendo hoje em dia.

Nota: 7,5/10