Lançamentos

Festival Nova Rock @ Nickelsdorf, Áustria - 11 a 13 de Junho de 2010

A edição 2010 do maior festival austríaco teve de tudo um pouco e quase, por muito pouco não foi cancelado devido à uma maldita... Bem, confira você mesmo!

Festival Nova Rock


O Nova Rock é o maior festival de rock da Áustria e um dos maiores da Europa, acontece anualmente em junho desde sua primeira edição em 2005.

Como a maioria dos festivais europeus o lugar que abriga o festival, Pannonia Fields, próximo ao vilarejo de Nickelsdorf, é um grande campo a céu aberto. Logo que se chega lá é possível ter uma dimensão deste vilarejo e notar que você realmente está no meio do nada e que seus próximos três dias serão em torno de nada mais do que música. Nada mal, não?

Como é de costume, uma grande parte do público chega um dia antes para levantar acampamento e se preparar para a maratona de shows que está por vir. Fiz o mesmo e aproveitei para me familiarizar com o local. A área de camping, que fica separada do espaço onde acontecem os shows, é bem estruturada com banheiros, duchas, tendas com uma grande variedade de comidas e bebidas e um pequeno mercado, onde se encontram bebidas a preços bem mais acessíveis.

11/06/2010 – Dia 1.
Primeiro dia de festival, o sol já castigava, mais tarde fui informada de que os termômetros batiam recordes na Áustria, eram os dias mais quentes do ano até então.

Por volta das 11:30h da manhã os portões da área de shows se abriram. A cada vez que você cruzava esses portões você passava por uma revista, já que é proibida a entrada com alguns itens, como latas e garrafas.

Ainda havia pouca movimentação em frente aos palcos e os poucos lugares na sombra eram disputados acirradamente. Depois de dar uma volta pela área, me dirigi ao palco principal para conferir o meu primeiro show no Nova Rock, o Hellyeah, banda que conta com membros do Mudvayne e o ex-Pantera Vinnie Paul.

A banda parecia agradar ao pequeno público presente, que respondia com um “hell yeah!” a cada pedido da banda. A escolha do nome não poderia ter sido mais acertada. Este é o primeiro projeto de Vinnie Paul desde a morte de seu irmão Dimebag Darrell, quando colocou um fim ao Damageplan e entrou em um hiato na sua carreira.

Ótimo show para começar o festival.

Em seguida veio o Airbourne, banda de hard rock australiana com clara influência de AC/DC. A atual turnê promove novo álbum “No Guts, No Glory”. Além de músicas do novo álbum, como “Raise the Flag” que abriu o show, tocaram algumas mais conhecidas do público, como “Cheap Wine & Cheaper Women” e ”Runnin’ Wild”.

Apesar da pouca idade da banda, o Airbourne já é figurinha carimbada nos festivais europeus mostrando muita energia no palco, principalmente seu vocalista e guitarrista Joel O’Keeffe. Ele demonstra uma interação muito forte com o público, por várias vezes desce do palco para tocar próximo da platéia.

Em “Girls In Black” ele sobe muito alto com sua guitarra em uma das estruturas do palco e lá em cima permanece solando, levando o público ao delírio e deixando os seguranças de cabelo em pé.

Comparações com os famosos conterrâneos à parte, o Airbourne mostra que consegue empolgar o público em seus shows e por isso vem crescendo em popularidade, conquistando cada vez mais fãs.

A área do festival conta com dois palcos, um principal (Blue Stage) e um secundário (Red Stage) e foi para lá que me dirigi para ver o próximo show, Hot Water Music.

Os palcos ficam um pouco afastados um do outro e a caminhada entre eles não é nada rápida. Cheguei no Red Stage e o Hot Water Music já estava tocando, a musica era “Trusty Chords” do álbum de 2002, “Caution”. O Hot Water Music não tem nenhum lançamento recente, o set list passa por toda a carreira da banda, com mais foco no já citado “Caution” e “A Flight And A Crash”.

Na seqüência tocaram músicas como “Wayfarer”, “A Flight And A Crash”, “Paper Thin”, “Jack Of All Trades”, “Turnstile” e “It’s Hard To Know”. Show competente, eles mandam musica atrás de musica, sem muitas interrupções, com seus dois vocalistas, Chuck Ragan e Chris Wollard, alternando nos vocais durante a apresentação.

Entre um show e outro as pessoas se distraem nas muitas lojinhas de roupas e acessórios, nas bancas de merchandising oficial e se divertem com as opções de entretenimento que o festival disponibiliza, bungee jumping, um mini parque de diversões e até um palco montado pela Jack Daniel’s, onde os fãs de Guitar Hero podem mostrar suas habilidades para uma platéia de verdade.

O show que viria a seguir seria bem diferente dos anteriores, a fofíssima Kate Nash com seu pop à la Lily Allen. A britânica, que tem dois álbuns lançados, promove o recente “My Best Friend Is You” que já conta com alguns hits, como “Do-Wah-Doo”, cantada por muitos dos presentes.

Kate que se revezava entre o teclado e a guitarra (e às vezes ficava apenas nos vocais), colocava o público, obviamente na sua maior parte feminino, para dançar ao som de músicas como “Paris”, “Kiss That Grrrl”, “Mouthwash” e a favorita dos fãs “Foundations”.

Ela encerra o show mandando um recado para as garotas presentes que se interessam por música. Nas palavras da própria: “Montem sua banda, escrevam suas próprias músicas e ajudem a mudar a estatística de que a grande maioria dos compositores são do sexo masculino”.

Uma multidão, agora, começava a se aglomerar diante do Red Stage! Era o Sportfreunde Stiller que subiria ao palco. Banda de rock da Alemanha com quase 15 anos de existência.

Eram quase nove horas da noite e o sol começava a se pôr criando um clima perfeito para o show. Na cenografia do palco se viam prédios que lembravam alguma cidade grande, todos os integrantes usavam ternos e no lugar de guitarras elétricas, piano e instrumentos de corda. O show seria acústico, o único do festival nesse formato. Foi pouco mais de uma hora e meia de um show impecável que contagiou a todos os presentes, inclusive a mim. Grata surpresa!

Primeiro dia de festival chegando ao fim. A última banda da noite seria o Rammstein no palco principal.

A popularidade que o Rammstein tem por aquelas terras é impressionante. O show começa com uma introdução e uma bandeira gigantesca toda preta cobrindo o palco, que logo em seguida cai e por trás há uma nova bandeira, dessa vez da Alemanha e de mesmas proporções da anterior. Escuta-se uma explosão e a bandeira da Alemanha vai ao chão revelando os integrantes no palco que abrem o show com “Rammlied”.

O show do Rammstein é extremamente visual, tudo perfeitamente ensaiado, até porque com a quantidade de pirotecnia e explosões que ocorrem durante o show, é bem compreensível a preocupação de algo dar errado. Por esse motivo quando o Rammstein lança uma turnê, todos os shows são praticamente iguais. Ouvi dizer que a banda ensaia seus shows quatro meses antes de iniciar a turnê.

Em um momento do show um fã invade o palco e acaba se queimando. Em chamas, ele corre pelo palco com os seguranças atrás tentando apagar o fogo. Tudo encenação, mas para os desavisados pode parecer bem real.

O set list é bem focado no último álbum “Liebe Ist Für Alle Da”, lançado no ano passado, mas ainda há espaço para músicas mais conhecidas do público, como “Feuer Frei!” e o seu maior hit “Du Hast”, que foi acompanhada em coro pela platéia.

Além de toda pirotecnia o show ainda conta com muita atuação dos integrantes, principalmente do vocal Till Lindemann e do tecladista Flake Lorenz. Na “Ich Tu Dir Weh”, Till joga Flake em uma banheira, sobe em uma plataforma que o levanta a alguns metros do chão e de lá de cima joga fogo em seu companheiro.

Em “Haifisch” o tecladista faz um “crowd surfing” em cima de um bote inflável. O mais incrível é ver que a platéia não só o devolve para o palco, como o devolve no momento certo. Até isso parece ensaiado.

O Rammstein é uma banda que divide opiniões. Toda a parte visual não chega a anular a música em si, eles soam muito bem ao vivo e os efeitos se encaixam perfeitamente com o peso de suas músicas. É um show que vale a pena ser visto.

12/06/2010 – Dia 2.
Segundo dia de festival, a primeira banda que fui acompanhar foi o Heaven Shall Burn no palco secundário. O Heaven Shall Burn é uma banda de metalcore da Alemanha que está na ativa desde 1996. Eles contam com uma certa popularidade por aqueles lados, durante todo o dia vi pessoas circulando com camisetas da banda pela área do festival.

O show dos caras é muito bom e seus fãs bem animados, berrando musica atrás de música durante o show. Pela primeira vez no festival, vi varias rodas sendo formadas, que com o clima quente e seco que fazia no lugar, levantava uma poeira absurda. Para quem gosta do estilo, o Heaven Shall Burn é uma boa pedida.

Saí um pouco antes de o show acabar, pois logo na seqüência começaria o The Hives no Blue Stage.

Os suecos sobem ao palco e mandam “Declare Guerre Nucleaire”. O vocalista Pelle Almqvist cumprimenta a platéia e diz que consegue ver no brilho dos olhos de cada um dos presentes o quanto eles sentiram a falta deles.

No cenário, seis letras do tamanho dos integrantes estão espalhadas pelo palco e formando o nome da banda. No set list estavam presentes “Bad Call”, “Walk Idiot Walk”, “Hate to Say I Told You So”, “Won’t Be Long”, “Tick Tick Boom”, entre outras.

O vocalista interage o tempo inteiro com o público e solta comentários engraçadinhos, onde a modéstia passa longe, levantando a própria bola e dos companheiros. Pelle aproveita e anuncia para a platéia que aquele era um dia muito importante, pois era aniversário de um dos maiores bateristas do planeta… Chris Dangerous, claro, o baterista da banda.

O The Hives no palco é extremamente intenso, levam o show com maestria sem auxílio de nenhum efeito visual, contam apenas com a música e o carisma dos integrantes. Destaque para o vocalista que, durante todo o show, tem a platéia na mão.

Joan Jett & the Blackhearts são os próximos a subir no palco para esquentar o público para o Green Day, que viria a seguir para fechar o segundo dia de festival.

Aos 51 anos, usando uma calça de couro e um top que mais parecia a parte de cima de um biquíni, Joan se mostra em forma como nunca. Abrem o show com “Bad Reputation” seguindo com o clássico da sua época de Runaways, “Cherry Bomb”. Excelente início, parece que o tempo simplesmente não passou para ela.

“Do You Wanna Touch Me? (Oh Yeah)” também foi um dos pontos altos do show, com Joan encorajando o público a cantar junto com ela. Em um determinado momento, o telão para de exibir imagens do show e só o que se vê é um aviso em alemão. O show é interrompido e um dos organizadores sobe ao palco para dar um novo aviso… Em alemão novamente.

Não preciso dizer que fiquei sem entender nada. Algumas pessoas começam a deixar a área em frente ao palco. A banda volta para tocar a célebre “I Love Rock And Roll” (percebe-se que o set foi claramente reduzido) e deixam o palco.

Depois de alguns muitos minutos vem o aviso em inglês. Uma forte tempestade está por vir. Os shows seriam temporariamente suspensos, por sabe-se lá quanto tempo. A previsão era de no mínimo seis horas. Os seguranças então começam a retirar todos de frente ao palco.

Durante os próximos minutos uma massa inquieta espera por (boas) notícias.

Quase uma hora se passa e um novo aviso (em alemão, claro) é exibido no telão, dessa vez ao invés de “booos” se escutam “yaaaays!”. Não precisei de tradução para saber que a noticia era boa. O aviso dizia “Lieber Regen, verpiss dich” que significa algo como “Querida chuva, vá se foder!”. O acesso é liberado novamente e uma multidão de pessoas corre para frente do palco.

Durante o intervalo que antecede o show do Green Day os fãs são entretidos por um curioso coelho cor de rosa que sobe ao palco, bebe algumas cervejas e dança com o público ao som de músicas como YMCA. O coelho misterioso vem sendo uma constante nos shows da banda, especulações dizem que a pessoa por trás da fantasia seria um dos próprios integrantes.

Com apenas meia hora de atraso do horário original, as luzes se apagam, para alegria dos presentes, que agora cantam entusiasmados enquanto “Song Of The Century” é executada ao fundo. É a deixa para o Green Day entrar no palco sob muito barulho e aplausos. “21st Century Breakdown” abre o show com muitos fogos e explosões, dando para os fãs uma mostra do que seriam as próximas três horas. Logo na seqüência vem “Know Your Enemy” e o primeiro “voluntário” é chamado ao palco para ajudar no backing vocal. Durante vários momentos fãs eram convidados para subir ao palco e eram mandados de volta via “stagedive”.

Na “East Jesus Nowhere”, que veio em seguida, Billie Joe diz que precisa de uma criança para “salvar sua alma” e um garotinho é chamado ao palco. Após toda a encenação, ele pergunta o nome do garoto, que responde, mas Billie prefere chamá-lo de Buddy (brincadeira que ele repetiria com os outros voluntários), “Pessoal esse é o Buddy. Uma salva de palmas para ele”.

Depois dessa seqüência de músicas do novo álbum, a próxima seria “Holiday” do álbum “American Idiot”. Mais fogos e muita participação do público cantando junto. Em diversos momentos Billie Joe tenta (e com sucesso) agradar a platéia, como quando os apresenta como: “Nós somos o Green Day, originalmente da Áustria”. E por muitas vezes aplaude os fãs, dizendo que a participação do público está “melhor que na América”.

A próxima é a empolgante “The Static Age”, mais uma do último álbum “21st Century Breakdown”, que conta com uma ótima participação de Jason Freese (um dos músicos de apoio da banda) no sax.

Billie Joe comenta sobre os contratempos que ocorreram antes do show, e diz que ele próprio ligou para Deus e avisou que o Nova Rock desse ano não seria cancelado! Gritos de apoio do público e eles desaceleram um pouco o ritmo com “Give Me Novacaine”, emendando em seguida “Are We The Waiting” e “St. Jimmy” (nessa os fãs até ensaiaram algumas rodas).

A energia que a banda mostra no palco é contagiante, com Mike e Billie correndo de um lado pro outro do palco e estimulando a participação dos fãs. O pano de fundo mudava várias vezes durante o show e cada vez exibia um logo ou uma arte diferente.

A banda então manda “Boulevard Of Broken Dreams” e mais uma vez deixam a galera incumbida de cantar boa parte dos versos. Os álbuns “21st Century Breakdown” e “American Idiot” são deixados um pouco de lado e “Hitchin’ A Ride” inicia uma seqüência de hits de seus álbuns anteriores. Neste momento Billie Joe e Tré Cool pegam duas mangueiras e começam a jogar água nos fãs que se encontram próximo à grade e fazem o mesmo com uma espécie de arma que atira papel higiênico. Logo em seguida, Billie saca uma nova “arma” que dessa vez lança camisetas para o público.

Uma pausa na pirotecnia, “Welcome to Paradise” e “When I Come Around” vêm a seguir. Nada de explosões, fogos, confetes ou serpentinas, apenas os três rapazes em cima do palco mandando os bons e velhos sons que todos conhecem e cantam junto com a banda. Na seqüência mandam “Brain Stew” e “Jaded”.

Em um momento curioso do show, uma fã que segurava um cartaz onde se lia “I can sing Longview” é chamada ao palco para, obviamente, cantar “Longview”. A garota então mostra toda a sua habilidade (ou falta dela) acompanhada de perto por Billie Joe que a deixa livre para cantar, horrivelmente devo dizer, a música inteira! E, apesar de arruinar completamente a música, esse episódio acabou combinando com o tom cômico que marca alguns momentos do show. O que importa é a diversão, e eles deixam bem claro que estão ali para isso. Atitude bacana a da banda de presentear os fãs com essas participações durante o show.

Outro grande sucesso veio a seguir, “Basket Case” do álbum “Dookie” de 1994, e acho que não preciso dizer que acompanhado de cabo a rabo por todos os presentes. Com um de seus álbuns de maior sucesso comercial ainda em pauta, eles emendam “She”.

Em outro momento cômico do show, “King For A Day” veio em seguida, com todos eles fantasiados como já é de costume. Tré Cool estava hilário usando um sutiã com enchimento por cima da roupa e um “chapéu de tia”, os outros ficaram nas plumas e acessórios, como os óculos de coração do Mike e os chapéus de marinheiro e de pirata de Billie e Jason White.

Enquanto Billie vai para a bateria, Tré Cool canta e dança insanamente na frente do palco. Seguem com “Shout”, cover do The Isley Brothers. Deitado no chão Billie Joe canta algo que lembra uma versão de “Stand By Me”, mas com uma letra que fala sobre o Nova Rock, letra essa que o próprio diz que “acabou de inventar”. Continuam com um medley de “(I Can’t Get No) Satisfaction” dos Rolling Stones e “Hey Jude” dos Beatles. Além desses dois clássicos, em outro momento do show, também mandaram uma parte de “Highway To Hell” do AC/DC.

Logo depois, em outro grande momento do show, veio a belíssima “21 Guns” do último álbum. E para fechar muito bem o primeiro set, “Minority”, que começa com muitos fogos lançados no céu. Billie Joe apresenta a banda e eles deixam ao palco.

Poucos minutos depois, voltam para um primeiro encore explosivo (literalmente!) com “American Idiot” e “Jesus Of Suburbia” levando a galera ao delírio. Chuva de papel picado, uma nova pausa e retornam para o último encore, que teve “Wake Me Up When September Ends” e Billie Joe sozinho fechando o show com “Good Riddance (Time of Your Life)”.

A banda se despede e dessa vez deixa o palco em definitivo. Fim de show e os milhares de presentes voltam às suas barracas felizes e extasiados com essa excelente apresentação que acabavam de presenciar.

Que o Green Day se tornou um “gigante” disso não há dúvidas e também não há dúvidas de que eles conseguem segurar um show de quase três horas com perfeição, mantendo um entrosamento absurdo com o público. Prova da competência de uma banda que, após mais de 20 anos de carreira, já tem sua marca mais do que estabelecida na história do rock.

E se você ainda tem alguma dúvida sobre ir ou não à algum dos shows que os caras farão por aqui eu Outubro, eu diria… compre já o seu ingresso!

13/06/2010 – Dia 3.

O festival estava chegando ao fim, terceiro e último dia. Me dirigi para o palco principal para ver o The Get Up Kids. Eram mais de duas horas da tarde e o sol ainda estava muito forte.

O show é praticamente todo focado no álbum Something to Write Home About, o que eu particularmente achei o máximo, já que devo confessar que é o único álbum que conheço da banda. Abriram com “Holiday”, pouquíssimas pessoas estavam por lá conferindo o show, mas pareciam se divertir.

Mandaram ainda “I’m a Loner Dottie, a Rebel”, “Red Letter Day”, o bom cover de The Cure “Close To Me”, “Action and Action” e fecharam com “Ten Minutes”.

A seguir veio o Bela B, também conhecido por ser o baterista da banda punk alemã, Die Ärzte. Assim como todos os outros shows que vi no festival de artistas que cantam na língua nativa dos austríacos, o show do Bela B também contou com um público grande. Ele apresentou músicas de sua carreira solo, onde, ao invés das baquetas, assume e a guitarra e o vocal. Show bem bacana.

O curioso Bela B!

O Alice In Chains era a próxima banda a tocar. O Alice In Chains sempre foi minha banda favorita da cena de Seattle, por esse motivo quando soube que eles iriam voltar fiquei um pouco com o pé atrás, afinal não conseguia imaginar a banda com outra pessoa que não Layne Staley e seu timbre de voz mais do que característico.

Abriram com “Rain When I Die” do álbum Dirt de 1992 e logo na seqüência a excelente “Them Bones” e “Dam That River”, ambas do mesmo álbum. Set list recheado de clássicos (e como é bom ouvir essas músicas ao vivo e se sentir novamente com 12 anos), mas também teve espaço para algumas músicas do novo álbum “Black Gives Way to Blue”, “Check My Brain” e “Your Decision” foram algumas das tocadas.

O novo vocalista da banda é William DuVall, que cumpre bem sua função e em dueto com Jerry Cantrell soa muito como o Alice In Chains que todos conhecemos, “Would?” é um bom exemplo disso, ponto alto do show para mim. A banda ainda presenteou os fãs com “We Die Young”, “Man In The Box” e “Rooster”.

Inicialmente o Wolfmother iria tocar em seguida, mas toda a turnê da banda foi cancelada dias antes do festival, uma pena, pois queria muito vê-los ao vivo. Pensei em ir ver o Deftones, mas a preguiça de caminhar até o outro palco e a curiosidade de saber qual seria a banda que iria tocar por ali, me fez permanecer onde estava.

Poucos minutos depois, uns sete caras de regata branca, jeans e chapéu de cowboy sobem ao palco, com os mais diversos tipos de instrumentos, entre eles um violoncelo. A banda era o The Boss Hoss com seu rock com influências de música country americana. Nunca tinha escutado falar da banda, mas me surpreendi com o show, bem divertido, principalmente pelos impagáveis covers “country style” de artistas como Outkast, Britney Spears e Nelly.

Já anoitecia e o Killswitch Engage subia ao palco. A banda americana de metalcore manda um show muito bom ao vivo, alternando muito bem peso e melodia em suas músicas. Destaque para a figura bizarra do guitarrista, que com seus quase dois metros de altura, pula e corre de um lado pro outro do palco usando uma capa de super-herói. Fecharam o show homenageando Ronnie James Dio com um excelente cover de “Holy Diver”.

Uma grande quantidade de pessoas ainda permaneceu para ver a última banda da noite.

O Beatsteaks era a banda que iria fechar o festival. Os rapazes de Berlim fazem um som com elementos de punk e hardcore, ska, reggae e pop rock, enfim, uma mistureba, mas com músicas bem empolgantes. O show é marcado por muita energia e entrosamento da banda com seu público, sendo uma das únicas bandas da Alemanha ali no festival com letras em inglês.

Entre as músicas tocadas estão “Hand In Hand”, “Atomic Love”, “Hello Joe”, “Jane Became Insane” e “I Don’t Care As Long As You Sing”.

Com o show quase para acabar o telão volta a anunciar o mesmo aviso de tempestade do dia anterior, mas dessa vez ninguém se abala. Ninguém quer ir embora, tanto público como banda querem curtir os últimos minutos de festival. Eles ainda mandaram um cover de “Red Red Wine” do UB40 e fecharam o show com um cover de “Time To Pretend” do MGMT.

Parece que a tempestade tão anunciada só estava esperando o termino do festival para cair de vez. Mas antes da chuva, fogos, para comemorar o fim de três dias de diversão e muita música.

Saldo final mais do que positivo!

Resenha e fotos por: Thais Girão