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Teco Martins (Rancore) em Living Room Show
Florianópolis, 15 de Julho de 2010, Quinta-feira.
O Sul do Brasil como um todo está passando por temperaturas baixíssimas, em muitas vezes negativas, e aqui em Floripa não é diferente. Com toda certeza esse era um dos dias mais gelados que peguei aqui desde que me mudei para a cidade, em 2008.
Ficar em casa, tomar um vinho, ouvir boa música e até quem sabe ficar em frente a uma lareira eram muito boas opções, e foi justamente isso que eu e mais umas 40 pessoas resolvemos fazer, mas na casa de outra pessoa.
Que tal transformar a sala de estar da sua casa em palco para o seu artista preferido?
Essa é a ideia de um Living Room Show, que aproxima músicos e fãs em turnês de baixo custo e alto nível de intimidade entre essas 2 partes tão importantes no mundo da música.
Baseado na ideia de muito sucesso do artista norte-americano David Bazan, as apresentações funcionam assim:
– Convida-se um artista para tocar na sua cidade.
– Nessas cidades, o dono da casa cede sua sala de estar para que as pessoas possam assistir um show acústico intimista e exclusivo.
– O único trabalho do dono da casa é acomodar as pessoas e manter o nível de organização para que o show proceda da melhor forma.
Pronto! Assim temos um momento único, entre pessoas com respeito mútuo e amor à música, num ambiente fechado e propício para shows inesquecíveis.
Quem topou participar dessa ideia com todo seu empenho e empolgação foi Teco Martins, vocalista de uma das maiores bandas independentes do Brasil, o Rancore.
O cara tem um projeto solo muito interessante, com ótimas músicas que ele compartilha através de sua voz e um violão.
Vinicius de Andrade
O show que estava marcado para as 20:00 começou por volta das 20:30 com o artista local Vinicius de Andrade,
que junto a seu violão mandou muito bem com músicas que alternaram entre composições próprias em Inglês e Português e covers de artistas populares brasileiros.
As faixas evidenciam que Vinicius é de Floripa, e a mistura MPB+pop+surf+o típico manezês local ficam evidentes e isso resultou em algo muito bom, digno de sua apreciação.
O público gostou, Teco Martins também aprovou, e Vinicius deixou o seu recado.
Bela escolha para artista de abertura.
Após mais ou menos 20 minutos de show, Vinicius fechou com uma talvez inusitada cover de “Smile” da Lily Allen e recebeu mais uma vez os aplausos de quem estava lá curtindo esse show mais que intimista.
Ganhamos 10 minutos de intervalo para esticar as pernas, ajeitar as almofadas e até mesmo dar uma volta, se bem que com o frio que fazia lá fora, ficar dentro de casa era o caminho a se seguir.
Teco Martins
Teco Martins entrou na sala com seu violão, subiu ao mini-palco improvisado e dispensou o banquinho. Ficou de pé mesmo e já chegou chegando, tocando a primeira de suas tantas composições próprias.
As pessoas estavam vidradas, com um senso de proximidade que só esse tipo de show dá, e o artista correspondia à altura.
Teco pouco falava entre as canções, a não ser quando aproveitou uma de suas letras para dizer que havia “chegado até Floripa” ou quando parou pra respirar um pouco de ar e agradecer o público presente.
Vale destacar que a presença do cara é algo impressionante. Contando apenas com sua voz e violão ele preencheu a sala de uma maneira quase mágica e parecia sentir-se cada vez mais à vontade à medida que o show ia acontecendo.
O ápice do show muito provavelmente foi “O Dono de Tudo”, tocada mais para o final e que contou com coros vindos da platéia, cantando o refrão “Lúcifer, devolva minha alma / A troca não valeu a pena”.
A última música foi “Cresci”, do Rancore, que Teco fez questão de apresentar como “uma música que as pessoas falam que é triste, mas que me deixa feliz quando eu toco”.
Ao terminá-la, as palmas vieram aos montes, e enquanto Teco se levantava (essa foi a única música em que ele sentou-se para tocar), a galera pediu por mais. Teco ficou meio sem saber o que fazer e perguntou o que a gente queria ouvir.
Pronto, era inevitável que viria um “Toca Raul”, e Teco nem pensou duas vezes: sentou-se à banqueta, mandou “Cowboy Fora Da Lei” (de Raul), e aí sim encerrou o show, com algo perto de 1 hora de duração.
Perfeito! O show foi um sucesso, Teco vendeu todos os CDs que havia levado (cada um customizado com uma arte diferente, feita pelo próprio cara) e nós tivemos a oportunidade de uma experiência única.
Parabéns ao Daniel pela organização do evento, o pessoal que cedeu a casa e todos que ajudaram de alguma forma, pois sinceramente, essa é uma das fórmulas mais bacanas que vi nos últimos tempos.
A um preço honestíssimo você vê o artista tocando literalmente no mesmo cômodo que você, compartilha com várias pessoas que têm o mesmo gosto musical e ainda ajuda o músico.
Apesar dos 7 graus, chuva fina e vento, ficar em casa teria sido uma tremenda burrada.
Que venham mais living room shows!
(Artistas interessados em algo parecido, mandem e-mail para [email protected] e poderá ser estudado)