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Festival Night 77 (Ketamina, St Andrews Society Pipes, Porno Massacre, We Are The Clash, Teenage Lobotomy)
Uma das principais bandas de punk rock/irish punk de São Paulo, Ketamina, fez no dia 17 do mês passado, no Hangar 110, o seu primeiro show ao lado da St Andrews Society Pipes and Drums, no evento Night 77.
O show foi tão histórico e tão elogiado, que o Ketamina chegou a dizer que foi o melhor show da banda no Hangar 110. Além disso, ele rendeu um bootleg com quatro músicas:
01. “Scotland the Brave”
02. “Amazing Grace”
03. “Brazilian Set” (“Asa Branca”)
04. “Auld Lang Syne”
Para fazer o download do bootleg, clique aqui.
E claro, como o TMDQA! não poderia ter ficado de fora, enviamos Fernando Hound para cobrir todo o evento, que também contou com as bandas Porno Massacre (Sex Pistols cover), We Are The Clash (The Clash cover) e Teenage Lobotomy (Ramones cover). Ele tirou fotos e fez uma bela resenha para nós (Valeu, Fernando!). Confira!
No dia 17 de julho de 2010, o Hangar 110 recebeu mais uma edição do Night 77, evento que periodicamente leva ao palco da casa bandas que fazem tributo às bandas clássicas do punk rock.
Nesta edição as bandas homenageadas foram Sex Pistols, The Clash e Ramones, representadas pelas bandas Porno Massacre, We Are The Clash e Teenage Lobotomy, respectivamente. Além delas também participou do evento a banda Ketamina, com a presença da SASPD (St. Andrews Society Pipes and Drums), banda de gaita de foles e tambores que toca músicas tradicionais irlandesas.
Eram 20h quando o Ketamina começou o primeiro show, a banda já tem um bom tempo de estrada e tem se tornado uma referência no que diz respeito ao punk rock com influências de música irlandesa e celtas e por esse motivo nesse show a banda se apresentou ao lado da SASPD.
As cortinas se abriram e o que se via era um festival de homens de saiotes tradicionais irlandeses, o famoso kilt, o som das gaitas de fole ecoava pelo Hangar 110, então entram a guitarra de Fábio, o baixo de Flávio e a bateria de Victor, somando força e vigor ao som. Daí em diante foi tudo uma grande festa.
Colin, o líder da SASPD com um cetro na mão puxava sua banda e dividia os vocais das músicas tradicionais com Fábio, as músicas “Scotland the Brave” e “Amazing Grace” tocadas com uma puxada mais punk deram uma identidade especial ao som que estava rolando, após 3 músicas a SASPD se despediu e o Ketamina tomou conta do palco, com suas músicas já bem conhecidas por boa parte dos presentes na noite, músicas como “Bob (Joby) Está de Volta”, “Copos Voam” e “Louco dos 7 Mares” aqueceram o público que começava a encher a casa. A banda fez um show cheio de energia, um dos melhores deles que já assisti, Joby quando não estava tocando gaita, pulava e corria pelo palco freneticamente, agitando e chamando o público para o show.
Além das músicas próprias o Ketamina também fez seu tributo às bandas de 1977 com covers de Toy Dolls, “Idle Gossip” e “Dig That Groove Baby”, e UK Subs, “Stranglehold”.
Ao anunciarem a última música a banda convocou novamente a SASPD para tocar e enquanto a banda tomava o palco, Joby começa a tocar na gaita de foles a tradicional Asa Branca, e é seguido pelos outros componentes da St. Andrews.
A banda deixa o palco com seu papel cumprido, o público que estava no Hangar já estava aquecido e aguardando ansiosamente pelas próximas bandas.
Após o Ketamina toma o palco do Hangar 110 a Porno Massacre e tão logo os primeiros acordes soam da guitarra o público começa a enlouquecer, os clássicos da banda são tocados um após o outro, “Pretty Vacant”, “No Feelings”, “Liar”, “Bodies” e o palco era invadido por pessoas que queriam cantar junto e se jogar no mosh.
Nesse momento o Hangar já estava bem cheio e o Porno Massacre continuava seu show, o som estava muito bom, é bem perceptível que a banda ensaia bem os covers que são apresentados, quando a banda toca a clássica “My Way” de Frank Sinatra na versão feita por Sid Vicious boa parte do público vai à loucura. Mas nessa hora o show deles já estava acabando, em seguida tocaram “EMI” e fecharam o show com “Anarchy in the UK”.
O Porno Massacre é uma banda muito redondinha, todo mundo ali sabe fazer certinho seu trabalho, mas ao fim do show eu fiquei com o sentimento de que faltava alguma coisa, apesar do som certinho e do vocal bom, falta um temperinho no show dos caras.
Em seguida sobe ao palco do Hangar 110 a We Are The Clash, os primeiros acordes soavam por trás da cortina e quando ela se abre e a banda está tocando eu ouvi comentários do tipo “Nossa, achei que era o som do cd”.
O comentário não é um exagero, os integrantes do We Are The Clash provavelmente fazem um estudo forte em cima do som do The Clash, as guitarras tem um timbre sensacional, o baixo segura a banda muito bem, fazendo as linhas idênticas ao que era feito pelo Paul Simonon e na bateria um som cheio e forte parece empurrar o resto do som fazendo tudo soar redondinho.
O show começa com “Complete Control”, e todos na casa já dançavam e cantavam no ritmo da música, com um set list contemplando sons de várias épocas do Clash, a banda mostrou que o trabalho de tributo que eles fazem é levado muito a sério, tanto que em “Guns of Brixton” há a mesma troca de posição que ocorria no Clash quando Joe Strummer ia para o baixo e Paul Simonon para guitarra.
A essa altura o Hangar 110 já estava lotado, e o We Are The Clash fazia todos dançar e cantar músicas como “Rudie Can’t Fail”, “Rock The Casbah”, “Police and Thieves” e “I Fought The Law”. Para fechar a apresentação a banda tocou a famosa “Should I Stay or Should I Go”.
Mais um show incrível do We Are The Clash, acompanho a banda praticamente desde seu início, e a evolução e competência da banda é visível a cada acorde que é tocado. Na minha opinião a melhor banda tributo que existe no Brasil.
Para fechar a noite estava escalado o Teenage Lobotomy, e a banda novamente fez muito bem seu papel.
As luzes do Hangar se apagaram e começou a famosa “The Goog, The Bad and The Ugly” anunciando que em poucos instantes um grito de “One Two Three Four” ecoaria daquele palco e assim foi, a cortina se abriu e “CJay” gritou e então começou a instrumental “Durango 95”, seguida de “Teenage Lobotomy”, “Psycho Therapy”, “Blitzkrieg Bop”, “Rock ‘n’ Roll Radio” e o público agitava de maneira que ainda não tinha agitado aquele dia.
É perceptível a força que os Ramones ainda tem no público, entre as três bandas que formaram o alicerce do punk rock em seu começo que estavam sendo representadas na noite sem dúvida durante o show do Teenage Lobotomy foi onde houve mais agitação.
Outra coisa que causa alvoroço no show do Teenage Lobotomy é o visual, todos os músicos vestidos a caráter, o vocalista que a primeira vista parece o próprio Joey vindo direto do outro mundo para cantar ali, além da aparência visual, o vocal tem um timbre muito próximo do original.
O show continuou levando como base o Loco Live, e com uma pegada muito próxima do ao vivo mais famoso dos Ramones. Levaram também alguns sons mais lado B dos Ramones, como “My Backpages” além da versão de Joey Ramone para a clássica “What Wonderful World”.
O Teenage Lobotomy novamente representou bem seu papel, e fechou muito bem a noite, deixando satisfeitos todos os que estiveram presentes no evento. Alias muito bom ver um show desses lotando o Hangar 110, numa época em que aparentemente o punk rock está em estado de coma e parece não haver jeito de tirá-lo desse estado um show desses é um sinal de que apesar de tudo ele ainda não está morto.
Torcer para que o público que lota a casa para ver tributos aos grandes do passado faça o mesmo para valorizar os ainda pequenos do presente.