Entrevista com Henrique Badke (Carbona)

No próximo dia 7 De Setembro, mais conhecido como o Dia da Independência, o <b>Carbona</b> vai estar disponibilizando para download seu novo disco. <b>“Dr Fujita Contra a Abominável Mulher-Tornado”</b>. Veja a entrevista com <b>Henrique Badke</b> contando sobre o disco, como foi compor 11 músicas em dez dias, o lançamento pela Internet e mais.

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Entrevista exclusiva com Henrique Badke do Carbona


O Carbona vai lançar seu próximo disco “Dr Fujita Contra a Abominável Mulher-Tornado”, primeiramente, na Internet no dia 7 de Setembro no site da banda, e um mês depois, no formato físico, em CD. Mais do que apenas colocar uma notícia, preferi bater um papo com o Henrique Badke, vocalista e guitarrista do Carbona, para ele falar sobre o disco, a entrada do novo guitarrista na banda, Bjorn Hovland, como foi compor um disco em dez dias, entre outras coisas.

Mesmo tendo que acordar cedo para viajar no dia seguinte para Curitiba, Henrique respondeu as perguntas que enviei por email durante a madrugada e você lê as respostas a seguir.


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TMDQA!: Talvez algumas pessoas já saibam sobre a entrada do Bjorn Hovland no Carbona. Conte um pouco sobre a entrada dele na banda?

Henrique: O Carbona sempre teve a mesma formação desde 1997. Henrique, Pedro (bateria) e Melvin (baixo) formaram um trio e juntos gravaram 8 discos e fizeram mais de 500 shows. Um dos méritos da longevidade e hiperatividade, foi sempre enxergar a hora de fazer mudanças.

Se o som mudou muito pouco, a gente soube mudar no que traria força pra gente. Foi assim quando gravamos o “Taito Não Engoli Fichas” em português. Foi assim quando há dois anos atrás resolvemos colocar um quarto elemento na banda.

Bjorn é um ótimo guitarrista, Já tocou em banda de Surf Music Instrumental, já tocou em banda Rockabilly, Pop, Punk, é bem ligado ao Rock. Mas mais do que isso, é um cara bacana, que entrou na banda dando ânimo e passado pouco tempo a gente nem se lembra que um dia fomos um trio. Os shows estão melhores e mais divertidos. Um novo ingrediente numa receita que sempre nos trouxe alegria: o Carbona!


TMDQA!: Eu estava lendo o seu blog estes dias, e vi a história de que vocês gravaram um disco no final do ano passado e descartaram Por que isto aconteceu? Vocês não gostaram do resultado?

Henrique: A gente vinha enfileirando dez anos de trabalho ininterruptos. Passamos dez anos tocando toda semana quase. Lançamos um disco por ano, os anos voaram que nem uma bala. De repente você se vê no meio do furacão. Eu passei três anos difíceis, e a banda no meio. Alguma coisa, em algum momento, parece ter desandado e isso refletiu no disco que fizemos neste período.

No final do ano passado chegamos a conclusão que estava tudo errado com aquelas músicas e resolvemos descartar tudo. Começar do zero. E assim fizemos, voltamos ao zero, ao som que nos uniu e nos impulsionou durante todo este tempo. Sob influência dos Ramones, Screeching Weasel, Groovie Ghoulies voltamos a fazer música básica, rápida, grudenta, com duração de não mais de 2 minutos. A alegria voltou e nos preparamos agora pra botar o bloco na rua.


TMDQA!: Acho que a maior dúvida dos fãs do Carbona agora é: Da onde surgiu o nome para o novo disco?

Henrique: É como um novo capítulo de uma banda que conta estórias. Este “livro musicado” traz 11 delas. Dr Fujita está no Google.  A Mulher-Tornado… Bem, essa anda a solta por aí (risos)


TMDQA!: Como foi escrever as 11 músicas do disco em dez dias?

Henrique: Incrível! Incrível mesmo. São músicas que fizeram questão de existir. Eu tive uma conversa com o Melvin, divisora de águas, uma conversa simples e encorajadora.

Andava já incomodado com a perda do prazer de compor. Comecei a ouvir os caras que me inspiram, Kepi do Groovie Ghoulies, Ben Weasel, Ramones, ET dos Muzzarellas e falei: “Bem, vou começar do zero”. Dez dias depois eu tinha o disco! De lá pra cá, tudo mudou. A banda voltou. A alegria de fazer parte dela também.


TMDQA!:  E as gravações depois da entrada do Bjorn? Como foram? Os fãs vão ver algo diferente do Carbona de antigamente?

Henrique: Olha. Acho que é o de sempre com um brilho a mais. O disco “Dr Fujita” é para mim uma mistura dos discos “A Mighty Panorama of Earth Shaking Rock And Roll” com “Cosmicômica”. Quem curte a banda sabe o que eu estou falando. Mas melhor do que falar, é ouvir.  Visitem o meu blog, e dêem uma sacada nas músicas “Semi-vivo” e “Valentina”. Aquilo é o disco!

(Nota: As músicas estão em um player do lado direito do blog do Henrique.)


TMDQA!: Como parte da divulgação do “Dr Fujita Contra a Abominável Mulher-Tornado”,  já podemos esperar uma nova Chicletour?

Henrique: Olha. Em 2011 existe uma possibilidade. Mas independente disso, os shows estão sendo agendados.


TMDQA!: Por que vocês optaram por lançar o disco primeiro no formato digital?

Henrique: O que eu quero hoje é fazer este disco rodar. Gostaria que todo mundo que já foi em um dos nossos shows pudesse ouvir o que a gente gravou.

A banda tem que estar na estrada num novo ciclo de trabalho e ele começará com o disco disponibilizado de graça na Internet. Quem entrar no site do Carbona a partir do dia 7 de setembro vai poder baixar de graça, basta fazer um cadastro.

E é nesse cadastro que a gente vai ter a chance de conhecer e conceder a quem baixou o disco, a chance de nos remunerar, caso queira, oferecendo o CD físico e outras coisas.


TMDQA!: Você acha que isso está virando uma tendência?

Henrique: Eu diria que é uma realidade. Não é um mar de rosas, mas é uma realidade. Os hábitos de ouvir música mudaram muito. Nestes últimos anos a queda na venda e interesse pelo CD físico enfraqueceu demais a receita dos selos independentes de verdade. Aqueles que faziam a coisa acontecer no “circuitão”.

Além disso, não adianta forçar as pessoas a fazerem coisas que elas não querem. A meninada hoje em dia, grande maioria, quer ouvir o som no computador, baixar o MP3, jogar em seus players. Não tem jeito.




TMDQA!: Pessoalmente, você prefere baixar as músicas em MP3 ou ir atrás do disco físico para ter a arte em mãos, ver encarte e apreciar melhor a qualidade do som?

Henrique: Olha, combino arquivos digitais com CD. Mas não sou parâmetro. Sou da época do vinil, do K7, do encarte, do liner notes, dos agradecimentos, da capa e etc. Gosto de música. Digital. Analógica. Música.


TMDQA!: Se há 14 anos atrás falassem que com o Carbona, você iria gravar nove discos, rodar boa parte do país e abrir shows de bandas internacionais, qual seria sua reação?

Henrique: Não acreditaria. Não mesmo. Aprendi muito com a banda na vida. Muito. Hoje, com 34 anos entendo melhor o que isso significa. Uma brincadeira virou para mim grande aprendizado. Agradeço todo dia pela chance de viver isso. Uma atividade que dura 14 anos baseada na genuína vontade de viver. Fazer por gostar. Incondicionalmente.


TMDQA!: Em umas das músicas do Carbona, você confessou que gostava mais dos seus CDs do que de alguma pessoa por aí. Você também tem mais discos que amigos?

Henrique: (Risos) Tenho. Mas trocaria meus milhares de CDs pelos meus poucos amigos. Aprendi até aqui e cada vez mais que amizade e uma das coisas que mais importa na vida.


TMDQA!: Muito obrigado pela entrevista Henrique. Sinta-se em casa para deixar um recado para o pessoal que visita o Tenho Mais Discos Que Amigos.

Henrique: Só tenho a agradecer a você e todos que passam por aqui pelo interesse no trabalho do Carbona. No dia 7 de setembro, visitem o site da banda e baixem nosso novo disco de graça; Assim vocês estarão ajudando a banda.

Quem quiser ouvir duas músicas visitem meu blog. Assim é bom, quem não curtir nem perde tempo no dia 7 (risos). Ah, mas se curtir também, espalhe pra todos seus amigos. Fiquem em paz, fiquem no rock. Obrigado.

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