<B>Ida Maria</B> lança disco com forte influência do blues

Confira detalhes e leia a resenha completa deste que era um dos álbuns mais aguardados de 2010.

A talentosíssima norueguesa Ida Maria, que contou com a ilustre participação de Iggy Pop no remake do seu primeiro single “Oh My God“, lançou no dia 08 de Novembro o segundo álbum de estúdio da sua carreira em versão digital e em CD.

Katla” teve sua capa fazendo jus ao nome escolhido, inspirado no vulcão islandês que entra em erupção em intervalos de 50 anos a 80 anos.
O disco foi gravado em Santa Monica, Los Angeles, durante o verão [hemisfério Norte] deste ano e foi produzido por Butch Walker, que já trabalhou com Pink, Weezer e Hot Hot Heat.

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Para quem (assim como eu) adorou o primeiro disco de Ida, “Fortress Round My Heart“, de 2008, a única decepção que irá encontrar em “Katla” será na quantidade de músicas: Apenas 9 faixas, contando já com a bônus. Ou talvez possa se sentir um pouco “esquisito” com algumas mudanças. Mas Ida não desapontou e fez valer esses dois anos de espera ansiosa, ao criar um disco com novos rítmos (principalmente o blues) e elementos.

A primeira faixa de “Katla”, a relaxante e folk “Quite Nice People“, abre o disco de forma contrária a do álbum anterior, que logo de cara já apresentava a explosiva “Oh My God”.

Mas essa explosão não demoraria a chegar no disco novo. Sua segunda música, o single “Bad Karma“, desperta um interesse de escutar como seria uma parceria de Ida com Jack White, uma vez que esta lembra bem alguns de seus trabalhos (principalmente com o White Stripes).

10,000 Lovers” mescla rock’n’roll, blues e o pop rock original de Ida, tornando-se assim uma faixa bem divertida de ouvir.

Com uma introdução desenhada por um expressivo baixo e bateria marcante, “Cherry Red” nos apresenta a primeira surpresa do disco ao ter uma parte em francês com melodia típica francesa.

De todas as faixas de “Katla”, “Let’s Leave” é a única que nos faz lembrar sem dúvida alguma de “Fortress Round My Heart”. Ela é tão fiel ao primeiro disco que até parece ser algum b-side.

Confesso que “I Eat Boys Like You For Breakfast” foi a que mais chamou a minha atenção quando vi a listagem de faixas, mas me perguntei se ela seria tão incrível quanto o título.
A resposta foi positiva. Ela é uma das mais divertidas do álbum ao mesmo tempo em que é uma das mais melódicas. Ela também nos apresentar outra bela surpresa ao ter influência nítida de música espanhola (há até mesmo trompete!) e mudanças no tempo muito bem arranjadas.

Por falar em arranjo, “Devil” é a faixa-destaque do álbum, não só por ser a mais longa (tem 9:47 de duração), mas por sua letra e pela forma como Ida usa a voz.
Com um ar de blues e até mesmo psicodelia, “Devil” é bastante melódica e nos mostra um arranjo surpreendente e incrível, principalmente da sua metade ao seu fim, onde as batidas, as vocalizações e os efeitos ficam mais intensos.

Pela letra fica possível entender o motivo de “My Shoes” ter sido escalada como a faixa final do disco (sem contar com a bônus, “Gallery“), já que Ida fala sobre fugir de problemas e até mesmo de si mesma.

Como Ida trouxe bastante influência do blues para o álbum, ficou a vontade de ouvi-la cantando algo que fosse puramente assim.
Talvez seja por isso que “Gallery” foi escolhida como faixa bônus, onde Ida soube usar e abusar de todo o universo blues, fazendo parecer até que a faixa havia sido gravada em meados dos anos 60 no estilo Howlin’ Wolf.

Infelizmente “Katla” só foi lançado em forma física na Noruega (em breve na Suécia e Dinamarca). Mas a boa notícia é que Ida está trabalhando numa maneira de lançar o disco em outros países, o que acontecerá só em 2011 via Mercury Records.

Mas para comprá-lo em versão digital, clique aqui.

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