Os melhores do ano por <b>Tony Aiex</b>

Veja a lista dos 10 melhores discos do ano pelo fundador e editor do Tenho Mais Discos Que Amigos!, <b>Tony Aiex</b>.

Dando continuidade às nossas listas de melhores do ano do TMDQA!, trazemos hoje os 11 melhores discos de 2010 segundo o editor e criador do Tenho Mais Discos Que Amigos! Tony Aiex.

Já que todos os veículos especializados estão soltando as suas listas, também fizemos as nossas e resolvemos postá-las individualmente, para você saber o que as pessoas que fazem o TMDQA! mais gostaram e ouviram durante o ano.

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Aproveite para conhecer vários bons nomes e/ou relembrar discos que você ouviu durante 2010. Aqui a gente passa longe dos hypes e dá nossa opinião mais que sincera.

1 – Against Me! – White Crosses

Gostem os fãs mais hardcore ou não, esse ano o Against Me! chegou perto da perfeição com “White Crosses” ao abandonar o puro e simples folk/punk/sujo e mostrar que é uma baita banda de rock que sabe muito bem o que está fazendo.

Em “White Crosses” você encontra sim punk e folk, mas também referências claras a Bruce Springsteen e Bob Dylan (há inclusive um b-side do disco chamado “Bob Dylan Dream”) e a melhor balada do ano, “Ache With Me” que canta:

Do you share the same sense of defeat
Have you realized all the things you’ll never be
Ideals turn to resentment
Open minds close up with cynicism
I’ve got no judgement for you
Come on and ache with me

Além disso tudo o vocalista Tom Gabel mostra que continua escrevendo letras inteligentes e interessantes, daquelas que te fazem pensar e que mostram as situações pelas quais o cara passou de forma pessoal e bem colocada, como o trecho citado acima.

“White Crosses” é o melhor disco de 2010, e só não teve maior sucesso comercial (como se isso fosse um grande problema) porque a gravadora dos caras pecou na divulgação, fato que fez com que eles abandonassem a Sire na última semana inclusive.

Principais faixas: “White Crosses”, “I Was A Teenage Anarchist”, “Ache With Me”, “Bamboo Bones”

2 – Look Mexico – To Bed To Battle

A Wikipedia diz que o Look Mexico toca indie rock. Eu acho que eles o fazem fora dos clichês e com uma qualidade absurda.

“To Bed To Battle” foi lançado em Março desse ano pela Suburban Home Records e traz 10 faixas com vários elementos interessantes como saxofone, violino, violoncelo e órgão, que deixam as canções do álbum mais completas e complementares à voz característica de Matt Agrella, líder da banda.

O disco abre com a faixa do vídeo abaixo, “You Stay. I Go. No Following”, que tem participação do excelente cantor folk Frank Turner e logo de cara já é uma das melhores do disco.

Se você quer ouvir indie rock mas tá cansado dos hypes e mesmices que têm aparecido ultimamente, esse disco é pra você.

Principais faixas: “You Stay. I Go. No Following”, “I Live My Life A Quarter Mile At A Time”, “They Offered Me A Deal (I Said No, Naturally)”

3 – The Flatliners – Cavalcade

Falar que o Flatliners é um dos principais nomes do novo hardcore melódico seria dizer muito pouco sobre os caras.
O quarteto canadense está junto desde 2002, mas foi em 2007 quando se mudou pra Fat Wreck que começou a chamar a atenção com o hit “Eulogy”, que mistura elementos de punk e ska.

Em 2010 a banda lançou “Cavalcade” com essa belíssima capa e 12 porradas que quando você menos percebe já passaram e te deixam com vontade de muito mais.

A única faixa que ainda traz alguns elementos de ska é “He Was A Jazzman” e com seu refrão It Don’t mean anything to me / We start to die when we begin to breath é um dos destaques do disco.

Rock feito por gente nova e que ama o que faz, esse é o Flatliners.

Principais faixas: “Carry The Banner”, “Bleed”, “He Was A Jazzman”, “Monumental”, “Count Your Bruises”

4 – Walter Schreifels – An Open Letter To The Scene

O Sr. Walter Schreifels tem um currículo invejável na música norte-americana.
O cara estava lá quando o movimento de hardcore nova-iorquino estourou nos anos 80 e participou de bandas como Youth Of Today e Gorilla Biscuits.
Além disso ele também colaborou com o CIV e formou as bandas Rival Schools e Quicksand.

Com o currículo do cara exposto, é hora de falar do seu primeiro disco solo, o quarto melhor do ano.

“An Open Letter To The Scene” é indie até na belíssima capa, e através de suas 10 faixas traz uma vibe daquelas pra você ouvir e relaxar, com bateria, baixo, violão, guitarras limpas e a bela voz de Walter.

A música de abertura “Arthur Lee’s Lullaby” ganhou videoclipe baseado na capa do disco e é um belo cartão de abertura para o trabalho, que ainda traz Walter fazendo covers de “Society Suckers” do Agnostic Front e “Don’t Gotta Prove It” do CIV, transformando músicas pesadas e raivosas de 2 dos principais representantes do hardcore em belíssimas canções calmas e relaxantes.

A versão em vinil vem em caixa gatefold e disco azul, e ainda traz a faixa-bônus “When You Sleep”, uma cover de My Bloody Valentine.

Que Walter continue com sua carreira solo e nos presenteie com mais pérolas desse nível.

Principais faixas: “Arthur Lee’s Lullaby”, “Save The Saveables”, “Society Suckers”, “Don’t Gotta Prove It”, “Open Letter”

5 – Deftones – Diamond Eyes

Muita dúvida pairava no ar quando o Deftones anunciou seu mais recente disco, “Diamond Eyes”.

Após o acidente trágico que deixou o baixista da banda Chi em coma até hoje e 2 últimos discos que não empolgaram, ninguém sabia o que viria nesse trabalho, mas o Deftones foi lá e surpreendeu a todos, ainda bem.

“Diamond Eyes” tem tudo que os caras sabem fazer de melhor: riffs pesados, melodias lindas e a voz única de Chino Moreno cobrindo tudo, com as melhores canções que a banda escreveu em alguns anos.

Acho que diante de tantas adversidades, o Deftones pode comemorar e dormir tranquilo com o disco que fez, que sem dúvida colocou um sorriso no meu rosto ao afirmar que a banda está de volta e a mil por hora.

Principais faixas: “Diamond Eyes”, “You’ve Seen The Butcher”, “Beauty School”, “Rocket Skates”, “Sextape”

6 – The Gaslight Anthem – American Slang

Em 2008 com “The ’59 Sound” o Gaslight Anthem figurou na maioria das listas de melhores do ano de veículos de rock e não à toa a expectativa com o novo lançamento dos caras era gigantesca.

“American Slang” foi lançado esse ano pela Side One Dummy e comprovou a qualidade dos caras em fazer rock’n’roll com a benção de ninguém menos que Bruce Springsteen, fã declarado da banda.

Se por um lado a banda afirmou seu lugar como expoente no estilo, por outro deixou a desejar quando não incorporou novos elementos ao trabalho e fez uma espécie de continuação do seu último lançamento, razão pela qual coloquei “American Slang” na metade de baixo da minha lista.

Principais faixas: “American Slang”, “Stay Lucky”, “Bring It On”, “Boxer”

7 – Sundowner – We Chase The Waves

Sundowner é o trabalho solo/folk do guitarrista do Lawrence Arms, Chris McCaughan.

Após estrear com um disco em 2007, o cara voltou esse ano com “We Chase The Waves”, um álbum totalmente acústico e com várias letras baseadas em elementos do mar que mostra o amadurecimento do cara como artista solo e canções feitas exclusivamente para esse propósito.

Chris sabe trabalhar bem a sua voz com as canções que escreve e vai agradar se você gosta de trabalhos acústicos.

Principais faixas: “Araby”, “As The Crow Flies”, “Baseball’s Sad Lexicon”, “Jewel Of The Midwest”

8 – Fake Problems – Real Ghosts Caught On Tape

Já há algum tempo eu vinha ouvindo falar do Fake Problems, mas por algum motivo os lançamentos da banda até então não chamaram a minha atenção.
Com “Real Ghosts Caught On Tape” porém foi diferente.

A faixa de abertura “ADT”, um indie-rock com refrão dançante que pede para que todo mundo bata os pés até que o coração comece a bater cumpre muito bem seu papel e abre o caminho para o resto do disco, com indie, pós-punk e folk.

O disco só não merece uma posição melhor porque da metade pra frente as músicas ficam muito parecidas e às vezes monótonas.

Principais faixas: “ADT”, “Songs For Teenagers”, “RSVP”, “Soulless”

9 – Jimmy Eat World – Invented

Canções. Esse sempre foi o forte do Jimmy Eat World e parece que eles recuperaram a mão.
Após alguns lançamentos que serviram apenas para deixar os fãs mais nostálgicos com os primeiros discos da carreira da banda, o quarteto norte-americano voltou a lançar um grande trabalho em 2010 com “Invented”.

É verdade que algumas faixas nem parecem ser da banda, como “My Best Theory” e “Higher Devotion”, mas as outras 10 do disco alternam entre grandes baladas e canções de rock com a marca registrada dos caras, o que tem tudo para deixar os fãs satisfeitos.

Espero sinceramente que a banda continue escrevendo músicas desse nível, pois o estilo do JEW é único e faz bastante falta para os amantes de boa música.

Principais faixas: “Heart Is Hard To Find”, “Evidence”, “Movielike”, “Coffee And Cigarettes”, “Stop”

10 – Alkaline Trio – This Addiction

Outra banda que tinha um baita ponto de interrogação em cima era o Alkaline Trio.
Depois de um mediano “Agony And Irony” lançado em 2008 pela gigante Epic Records, a banda voltou às raízes, fundou o selo próprio Heart & Skull e se aliou a Epitaph Records para lançar “This Addiction” esse ano.

O disco começa com a faixa título que lembra demais sons antigos da banda como “My Friend Peter” e traz verdadeiras pérolas, a maioria composta e entoada pelo baixista Dan Andriano como “Dine, Dine My Darling” e “Fine”.

Acho que não fosse pelo fato de Andriano estar compondo algumas de suas melhores músicas de todos os tempos e o guitarrista Matt Skiba estar passando por uma crise de criatividade, o disco teria tudo pra ser melhor ainda e figurar entre os 3 melhores do ano.

Principais faixas: “This Addiction”, “Dine, Dine, My Darling”, “Fine”

11 – Maps & Atlases – Perch Patchwork

Não é normal fazer uma lista com 11 nomes, mas por algum descuido, a minha listinha de apoio que fui montando durante o ano acabou com 11 discos, e eu não achei que podia tirar algum deles, então fica aqui minha décima primeira escolha.

O Maps & Atlases começou como uma banda de math rock, mas foi se aproximando cada vez mais do indie e depois de uma série de EPs lançou o primeiro full length esse ano, chamado “Perch Patchwork”.

O disco foi lançado pela Barsuk Records e traz toda a habilidade dos caras com suas guitarras, remanescente dos tempos de math rock, aliados à vocais marcantes, percussão, violões, coros e vários elementos que tornam cada uma das 12 músicas uma obra à parte.

É possível ouvir traços de bandas como Vampire Weekend e Kings Of Leon aqui.

Definitivamente o Maps & Atlases é uma banda que começou com o pé direito ao lançar seu primeiro LP, com tanta qualidade. Que venham mais grandes discos na carreira dos caras.

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