Nos últimos dias 11 e 12 de Dezembro rolou em Florianópolis o Session Rock Festival, uma iniciativa da Session Produções de reunir várias bandas não só da capital catarinense, mas também do estado e de estados vizinhos, como o Paraná na Célula Showcase, uma das casas de shows mais importantes para o rock de Floripa.
Tive a oportunidade de assistir o primeiro dia do festival, que talvez por falta de maior divulgação contou com um público apenas mediano, mas foi uma belíssima oportunidade de ver vários nomes interessantes do novo rock local.
Luke, I’m Your Father
O Luke, I’m Your Father foi a primeira banda que eu vi ao chegar ao local.
Os caras têm um vocal feminino berrado e outro masculino que vai pro lado mais melódico, lembrando às vezes a alternância de vocais do Alexisonfire, por exemplo (guardadas as devidas proporções), apesar do som da banda ir mais para o screamo do que o post-hardcore.
A banda fez um show interessante, e o baterista original não pôde comparecer, o que fez com que a banda tocasse com uma bateria gravada durante quase todo o show, fato que eu mal percebi porque a execução andou direitinho. Ponto positivo pros caras!
Ao final do show, uma batida cover de “Poker Face” da Lady Gaga, que na minha opinião poderia ser substituída facilmente por uma cover de qualquer uma das bandas presentes nas camisetas dos seus integrantes que seria muito mais interessante.
Gostei do show e acho que a banda tem qualidade pra crescer na cena e ser um bom representante do seu estilo.
Califaliza
Foi o pessoal do Califaliza quem me convidou para o festival, e eu não pude deixar de ir já que os 2 últimos shows da banda que eu havia visto foram muito bons.
Novamente a banda mostrou que está muito bem entrosada em seu rock’n’roll KISS+Metallica+NOFX e que sabe como fazer um bom show ao vivo de rock. Guilherme, o vocalista da banda soube chamar o público que parou para prestar atenção no som dos caras e entre piadinhas boas e ruins acabou conseguindo nos entreter entre uma porrada e outra.
Além das músicas próprias, a banda também mandou uma cover de “Enter Sandman” do Metallica e fez os roqueiros presentes berrarem junto com a banda.
O show terminou com a faixa “Só O Começo”, que teve seu clipe projetado na parede do local, dando um clima muito legal ao final do show.
Já disse pros caras e vou dizer aqui, o único “defeito” da banda é a falta de um pouco mais de cerveja e loucura, porque de resto a banda está afinadíssima.
Feel Alive
E do interior de Santa Catarina veio uma grata surpresa pra mim, o Feel Alive.
Viajando uns 200 km para sair de sua terra natal Araranguá e chegar a Florianópolis, o quarteto abriu seu show com Led Zeppelin e já deu sinais claros do que viria pela frente: rock pesado, extremamente técnico e barulhento.
Os caras pareciam estar muito confortáveis em cima do palco e entre uma música e outro lembravam o público que estariam vendendo seu CD depois do show, que na minha opinião merecia o sacrifício de não comprar uma cerveja para levar o disquinho pra casa, já que os caras merecem.
Enquanto as covers dos caras foram de “Ace Of Spades” do Motorhead a “Fuel” do Metallica, passando também por Iron Maiden, as próprias têm mais um jeitão de hardcore do que de metal/hard rock e talvez pudessem incorporar um pouco mais elementos das influências citadas, já que ficou claro que todos os músicos da banda sabem muito bem o que estão fazendo e são extremamente competentes em suas posições.
Um ponto a ser melhorado é a questão do visual da banda, que embora possa soar muito “artificial” para alguns, é parte fundamental na identidade de uma banda, e pode ser que alguém vendo as fotos por exemplo, não se ligue que o Feel Alive é uma baita banda de rock.
Que venham mais shows e mais músicas do Feel Alive, porque os caras mandam muito bem.
Ao final do show conversei com o pessoal da banda e descolei alguns CDs pra sortear aqui no TMDQA!, então fiquem ligados.
Quase Dois
O Quase Dois subiu ao palco logo depois do Feel Alive e havia sido apresentado pra mim como uma banda “como o Raimundos”, o que me deixou curioso e interessado.
Infelizmente a banda acabou empolgando pouco, com músicas próprias difíceis de entender e um visível desinteresse do público presente no show da banda, talvez pelo cansaço dos presentes.
O ponto alto do show foi a cover de “Nada A Declarar” do Ultraje A Rigor, cujo refrão foi repetido umas 6 ou 7 vezes em diversas “línguas” diferentes, como alemão, japonês, alienígena, antonio-nunes, entre outras. Foi engraçado, mas quase se tornou repetitivo.
Dancing Ghosts
O Dancing Ghosts veio de Balneário Camboriú e trouxe junto uma dezena de fãs em sua van, além de trazer vários locais, o que é louvável para qualquer banda independente.
O post-hardcore dos caras é bastante interessante, e além de tocar suas músicas com óbvia paixão, a banda contou com fãs entusiasmados urrando os sons dos caras junto com seu vocalista, que parecia estar imerso no ambiente da banda e amando o que estava fazendo naquele momento.
Com (quase) todos os membros com as caras pintadas, o Dancing Ghosts mostrou que é competente e que incorpora alguns elementos interessantes em seu som, com um tecladista ao vivo, meia-lua, o vocalista atacando de percussionista, entre outros destaques do show.
Os únicos pontos negativos foram que o teclado estava muito baixo e o baterista da banda parecia estar desconfortável em seu kit, mas o show não foi comprometido por causa desses detalhes.
Eu estava pronto para dizer que esses caras têm futuro, mas após o festival a banda acabou para iniciar seus trabalhos em outros projetos. Que venham coisas boas por aí!