Entrevistas

Entrevista com o <b>Motion City Sountrack</b>

<b>Justin Pierre</b>, vocalista e guitarrista do <b>Motion City Soundtrack</b>, respondeu a diversas perguntas para o <b>TMDQA!</b>. Justin falou sobre o ano de 2010 para a banda, como foi trabalhar com <b>Mark Hoppus</b> pela segunda vez, o que espera dos shows no <b>Brasil</b>, entre outras coisas. Confira!

TMDQA entrevista o Motion City Soundtrack

Em 1997 Justin, Joshua, Joe, Jose e Andrew criaram na cidade de Minneapolis o Motion City Soundtrack. Quatorze anos depois com 4 álbuns lançados com milhares de cópias vendidas, dezenas de turnês pelos Estados Unidos e pelo mundo, algumas trocas de membros e com uma turnê pelo Brasil batendo na porta, o Motion City Soundtrack “está muito bem, obrigado”. A atual formação conta apenas com o Justin Pierre e o Joshua Cain dos membros fundadores. Ao lado deles estão Jesse Johnson, Matthew Taylor e Tony Thaxton.

A banda entrou em 2011 provavelmente com 2010 ainda na memória. O grupo lançou seu quarto álbum, o “My Dinosaur Life”, que teve a produção do Mark Hoppus, baixista do Blink-182, que já tinha trabalhado com o Motion City Soundtrack no “Commit This To Memory”, de 2005; participou de grandes festivais como o Reading and Leeds 2010 ao lado do próprio Blink-182 e o Soundwave 2010 na Austrália e fez algumas turnês pelos Estados Unidos, uma delas sendo a principal atração com as bandas Say Anything, Valencia e Saves The Day.

Agora o Motion City Soundtrack está prestes a chegar ao Brasil para uma turnê de 8 datas ao lado o All Time Low. A banda vai tocar no Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo (3 vezes), Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

Pessoalmente falando, o Motion City Soundtrack faz parte do meu grupo de banda favoritas e em 2009 tentei entrevistá-lo para o Action182.com, visto que eles estavam trabalhando com o Mark Hoppus, porém na época eu não consegui. No final do ano passado arrisquei mais uma vez o contato com o grupo e recebi toda a atenção do Douglas Lefrak, manager da banda.

Quem parou para responder as perguntas do TMDQA! foi o frontman Justin Pierre que falou sobre o ano de 2010 para a banda, o lançamento do quarto disco da carreira, influências da banda, como foi trabalhar com o Mark Hoppus, discos de vinil e o que espera dos shows no Brasil. Confira o bate-papo abaixo.

Justin Pierre - Motion City Soundtrack

Olá, Motion City Soundtrack! É um prazer poder entrevistá-los. Meu nome é Márcio Medeiros, sou conhecido como colombia ou colombia182 e sou do Brasil. Escrevo para o Action182.com, um fã-site do Blink-182 e para o TenhoMaisDiscosQueAmigos.com, (traduzindo, I Have More Records Than Friends), um site sobre discos de vinil e música.

Peço apenas que quem for responder as perguntas se apresente para os leitores dessa entrevista.

Justin Pierre: Meu nome é Justin Pierre e eu canto e toco guitarra no Motion City Soundtrack.

Olhando a página de turnê no site de vocês dá pra ver que vocês trabalharam muito após o lançamento do “My Dinosaur Life”. Vários shows com ingressos esgotados, participações em grandes festivais, abrindo para grandes bandas e sendo a banda principal. Para o MCS como foi o ano de 2010?

JP: 2010 foi um ano muito bom para nós. Nós nos divertimos muito tocando para as pessoas e tocando com algumas das nossas bandas favoritas. Nós finalizamos tudo isso com uma grande festa em Minneapolis criando o primeiro Popsickle Festival, um evento que vai acontecer anualmente – um dia com muita música no First Avenue onde 12 bandas bem diferentes tocaram.

Motion City Soundtrack apresenta o Popsickle Festival

Algo a comparar com 2004 quando a banda fez centenas de shows inclusive pela Europa e Japão com o Blink-182?

JP: Sim, bem comparável. Embora que menos pessoas estejam comprando nossos discos, ainda sim elas estão aparecendo e nos apoiando nos shows, o que é bem gratificante para nós.

Como vocês perceberam a receptividade do público com o “My Dinosaur Life”?

JP: Posso dizer que as pessoas que odiaram nosso disco não perderam tempo para nos falar isso. A maioria das opiniões que eu tenho ouvido tem sido positiva, mas eu tento não deixar isso me afetar de uma forma ou de outra. Eu estou orgulhoso do álbum e é isso que importa no longo prazo.

Motion City Soundtrack - My Dinosaur Life

Com o lançamento do “MDL”, 12 anos após o início da banda, que tipo de análise vocês fazem sobre a sonoridade e evolução do Motion City Soundtrack?

JP: Nosso único plano é que não temos plano. No entanto nós sentimos que nossos esforços anteriores não embalaram tanto quanto nós queríamos e definitivamente nós quisemos ser mais agressivos neste disco. Mas mesmo assim nós apenas escrevemos as músicas e escolhemos nossas favoritas.

E a mudança de gravadora afetou em que na criação do álbum mais recente?

JP: Quanto ao processo criativo de compor e gravar as músicas, não. Porém eles nos proporcionaram lançar uma caixa de colecionador do nosso álbum com seis discos de vinil de 7”, o que foi a coisa mais foda que eu já fiz parte.

Como foi trabalhar mais uma vez com o Mark Hoppus? Qual foi a maior diferença entre a produção do “Commit This To Memory” e do “My Dinosaur Life?

JP: Mark é extraordinário. Sua maior qualidade como produtor é que ele deixa as bandas serem elas mesmas e ajuda apenas quando é necessário. Algumas músicas não precisam de muita ajuda. Ele é incrível ao saber quando tem que ajudar ou não. A grande diferença entre este disco e o “Commit This To Memory” é que ele estava mais relaxado e disposto a nos deixar um pouco mais desleixados, algumas vezes, em nome do rock.

Motion City Soundtrack e Mark Hoppus

Durante a turnê de 2010 o MCS ou apenas o Justin Pierre fizeram covers de bandas como The Replacements, Nine Inch Nails e Pavement. Como essas e outras bandas têm influenciado no som do Motion City Soundtrack?

JP: Uma das coisas que eu mais me orgulho nesse grupo é o nosso gosto musical bem eclético como banda. Nós todos temos gostos diferentes e isso nos conduz a criar algo levemente diferente quando compomos juntos. Se todos os membros em uma banda gostassem da mesma banda eles acabariam soando como uma versão medíocre da banda que eles gostam.

Vocês lançaram o “MDL” em uma belíssima edição deluxe com vários discos de vinil e mais recentemente relançaram o “Commit This To Memory” em três cores de vinil diferentes. Como vocês vêem esse retorno do disco de vinil e o que isso significa para a indústria da música na opinião de vocês?

JP: Eu acho que isso é a coisa mais legal de todas. Eu escuto discos de vinil desde que eu tinha 2 anos de idade. Há uma foto minha de fraldas com fones de ouvido ao lado do toca disco do meu pai. Ele deve ter se frustrado pois eu sempre quebrei as agulhas dos aparelhos. Eu discordo… Na era do download ilegal, itens físicos se tornaram a única maneira de nos sustentarmos. O vinil é glorioso porque o som é maravilhoso e é uma obra de arte por si só. Algumas pessoas estão apenas redescobrindo-o e outros o amam desde sempre. Eu espero que ele nunca deixe de existir. É o meu jeito favorito de consumir música quando eu estou em casa.

Motion City Soundtrack - My Dinosaur Life (Deluxe Edition)

E o que vocês esperam da primeira passagem pelo Brasil? Logo de cara com oito shows e dividindo o palco mais uma vez com o All Time Low assim como no Reading and Leeds 2010. Conhecem algo sobre o país?

JP: Eu não tenho ideia do que esperar. Eu sou um ser humano nervoso e odeio o fato de nunca ter aprendido outras línguas. Eu não quero que as pessoas pensem que eu sou mais um estúpido vindo dos Estados Unidos. Eu estou empolgado em aprender coisas novas e poder me comunicar com as pessoas do Brasil de qualquer forma que eu puder. Eu estou empolgado para tomar um cafezinho e descobrir novas músicas. Eu nunca estive no Brasil e o fato de eu poder conhecer este país pelo fato de eu ser músico é algo realmente incrível. Eu gostaria de agradecer a todos os brasileiros que estão indo para ver os shows e permitir que tenhamos essa oportunidade maravilhosa.

Fora o Brasil, quais são os planos para o Motion City Soundtrack em 2011? Nova turnê? Novo álbum? Quais são os objetivos da banda?

JP: Nós já começamos a escrever para o próximo álbum. Nós planejamos começar a gravar em fevereiro e esperamos finalizar em maio e lançar nosso disco antes do final do ano. Nós faremos alguns shows durante as gravações, porém não faremos uma turnê propriamente dita antes do verão. Se tudo der certo nesta turnê talvez o Brasil nos receba novamente.

Obrigado

– Justin.