Em entrevista à Folha, Arnaldo Baptista contou um pouco sobre a produção do seu novo disco, o sétimo da sua carreira solo.
O álbum “Esphera” já tem boa parte de suas músicas escritas e está na parte final de pré-produção. O título, de acordo com o próprio Arnaldo, é uma mistura de alguns conceitos: “esperança, espera e esfera – que é energia. Energia no sentido de eletricidade solar, que não polui nunca. Defendo isso. Onde há fumaça, há fogo. Poluição queima tudo”.
O processo de criação de Arnaldo vem da junção de arte e cotidiano, maquinas, carros, ciência e ficção científica são algumas de suas fontes de expiração desde os tempos de Mutantes. “Já tenho 17 músicas novas prontas, mas preciso escolher a dedo quais vão entrar neste LP porque algumas são repetitivas. Fiz uma, bem infantil, que fala de um gatinho que encontrei. Outra, sobre viagem no tempo e carros movidos a luz solar. Uma defende o vegetarianismo. São minhas utopias. Por isso é meu LP mais feliz.”
O músico pretende tocar todos os instrumentos do disco: base de bateria, guitarra, teclados e contrabaixo, além de, violão, gaitas, flautas e sintetizadores.
A produção musical é assinada pelo músico Fabiano Fonseca, que já trabalhou com Arnaldo. O produtor pretende preservar as idéias do músico no disco: “A sonoridade vai ser nua e crua, bem Arnaldo Baptista”, diz Fonseca. “Estou procurando manter as características específicas dele”.
A vida do músico é retratada no premiado documentário “Loki”, mostrando desde os tempos de Mutantes até sua vida calma e quase que reclusa em Minas Gerais, passando por momentos como a “volta” dos Mutantes, as drogas, o tropicalismo, o namoro trágico com Rita Lee e muitos outros.
“Esphera” deve mostrar mais uma das realidades de Arnaldo, além de marcar a volta de um grande ídolo da música não só brasileira mas mundial.