Resenha: Show do <b>Ponto Nulo No Céu</b>

Banda viaja 17 horas para lançar seu disco novo no Hangar 110 repleto de fãs fervorosos em São Paulo. Leia a resenha por Gustavo Pelogia.

Ponto Nulo No Céu

Um dia com o Ponto Nulo no Céu

Ponto Nulo No Céu

Resenha por Gustavo Pelogia

O trabalho começou às 14h30, no estúdio doze16. A equipe responsável pela gravação do clipe de Subsolo, da banda Ponto Nulo no Céu já checava os materiais e repassava o roteiro para a captação das imagens na noite desse domingo (10), no Hangar 110.

Cerca de 20 horas antes, os cinco integrantes da banda saiam de Gravatal, em Santa Catarina. Foram 17 apertadas horas na estrada, incluindo um longo desvio ao encontrar uma cidade alagada.

Guitarras, contra-baixo, pratos, merchandising, tudo em meio a cinco cabeças que revezaram no volante de um Uno Mille . Em troca? Uma hora no palco do Hangar 110, para marcar o lançamento do novo álbum do grupo, Brilho Cego.

Às 16h, começa o trabalho da banda na capital paulista: a passagem de som é regada a muitas cobranças de Adair Daufembach, produtor do álbum. A grande cobrança no palco da uma noção da seriedade e energia investida também no estúdio.

Às 17h, tudo parecia pronto. Na porta do Hangar, os primeiros fãs já se escondiam da chuva – embora os shows de abertura estivessem marcados para começar somente uma hora depois.

Ponto Nulo No CéuIluminação testada e pontos das câmeras definidos. A equipe do doze16 sai da cena e o público entra na casa. Para a abertura, quatro bandas: S.T.L., Lidriun, Haneef e Redenção Tribal.

Enquanto alguns artistas, mesmos os novos, às vezes se consideram importantes demais para vender seu próprio merchandising, aqui a coisa foi bem diferente. Conscientes da demanda do público, os cinco músicos do Ponto Nulo foram vender álbuns e camisetas.

Resultado: quase uma hora, com direito a fila de espera, de venda de camisetas, autógrafos em CDs e fotos com os fãs.

Quase 7 horas depois do inicio dos trabalhos de domingo, o Ponto Nulo começa a se aquecer para o show. Meia hora de cortinas fechadas para afinar os instrumentos e checar se tudo está no lugar – com a chefia de Adair, é claro.

Setlist pronto e checado entre toda a equipe de gravação. Iluminador e cinco câmeras a postos. Enfim, às 21h30, o Ponto Nulo No Céu sobe no palco. Os fãs que encheram a casa horas antes brigam por um espaço colado no palco.

Ponto Nulo No Céu

A quase devoção parece ser natural em um show deles, é verdade. O teor reflexivo das letras faz com que o envolvimento dos interessados aconteça dessa forma. Não é uma novidade em shows de hardcore, por exemplo. Mas é sempre belo perceber que as
pessoas estão profundamente envolvidas com a música.

A apresentação mesclou o EP e recém-lançado álbum: Peso da Verdade, Brilho, Na Sombra do Ego, Peito Aberto e Sem Dor, sem vida. foram algumas das faixas tocadas pelo quinteto de metal alternativo.

Um dos grandes momentos da noite foram as gravações do clipe de Subsolo. A banda foi convencida de que valia a pena tocar duas vezes a música e de fato, foi necessário. Na primeira, uma das guitarras parou no meio da apresentação; O público, claro, fez questão
de aparecer ainda mais.

Outro deles foi a última música do show, Fim do Dia, lançada em 2008 no EP Ciclo Interminável. Ao anuncio e à execução da música, uma gritaria digna de banda grande tomou conta do Hangar 110.

Após cerca de uma hora no palco, a banda encerra o show. Fica a certeza de que, se a 17 horas de distância, em uma pequena cidade do sul do país, o Ponto Nulo faz o que faz, a vida em um grande centro só traria muitas conquistas a mais.