Sinceramente, eu nunca fui de acompanhar a carreira da cantora Tarja, nem quando estava no Nightwish e nem agora, com seu trabalho solo. Mas eis que me encontro incubido de resenhar seu mais recente trabalho, o álbum “What Lies Beneath” de 2010, o terceiro álbum solo da cantora.
Logo de cara uma música com mudanças de andamento, corais e várias camadas de som. A participação do grupo Van Canto realmente deixou essa música com uma qualidade de som muito acima das minhas expectativas e a interpretação da Tarja fez com que o meu olhar para esse trabalho já fosse diferente. Com levadas de bateria e piano que, em algumas partes, me lembraram o trabalho do alemão (ou alemã) Sopor Aeternus, “Anteroom Of Death” fica boa mesmo depois da terceira ouvida, e, depois disso, é que se pode seguir viagem pelo restante do álbum.
“Until My Last Breath” traz uma levada de bateria que lembra um pouco as bandas de gothic metal, riffs abafados e melodias doces tornam a música facílima de se ouvir. Aí vem “I Feel Immortal“. Nesse momento eu já estava com o encarte na mão acompanhando a letra. Um hit instantâneo, uma balada gótica com linhas de voz cheias de delay que te fazem mergulhar na música. O refrão daqueles que não te deixam dormir porque grudam. Uma obra de arte com certeza.
O álbum se segue com faixas de extremo bom gosto e uma produção das que eu não costumo ouvir no metal hoje em dia. Cada instrumento em seu lugar, nada de saturações ou excessos. A música entra redonda no ouvido e se grava no cérebro!
O encarte (como pode ser visto nas fotos) é basicamente preto, mas com todas as informações de gravação e composição (adoro ler essas coisas) e com fotos artísticas da Tarja. Tudo plenamente conceitual com a capa, que traz o rosto da cantora nas sombras.
Por fim posso dizer que meu conceito mudou drásticamente a respeito da Tarja. Mesmo depois de ouvir por aí que ela andava dizendo que não gosta de metal, eu sou agora um simpatizante. E posso acrescentar que é meio complicado compor um álbum tão bom que flerta com o gothic metal e com o heavy metal sem ser uma apreciadora do estilo.