O Acústicos & Valvulados é uma banda gaúcha que tem 19 anos de estrada e além de ser gigante em seu estado de origem emplacou alguns hits como “Até A Hora de Parar” e “Fim de Tarde Com Você” Brasil afora durante os anos 90.
Pra quem assistia às competições do RockGol, o vocalista da banda Rafael Malenotti ganhou o nobre apelido de Beduíno Albino e era uma das figuras mais divertidas da competição.
Apelidos à parte, os caras lançaram o disco “Grande Presença!” em 2010 e agora prensaram uma edição em Grande Estilo (rá!) em disco de vinil de 160 gramas limitado a 300 cópias. Fomos agraciados com uma delas e tiramos fotos exclusivas pra vocês.
O álbum começa com “Agora!”, faixa que tem cara de hit, letra fácil e refrão divertido. Tanto tem potencial para single que recentemente ganhou um videoclipe.
A música não poderia ser de outra banda e tem todas as marcas registradas do A&V.
Na sequência “O Truque Já Aconteceu” dá as caras com um rockão cheio de pianos e guitarras e a sensação de que você está dentro de um bar ou talvez devido às cartas, pinups e bebida mencionados na letra, um belo saloon. Bom demais!
“Para de Chorar” também transpira rock’n’roll mas em um tom um pouco mais sombrio do que a faixa anterior. Solo de guitarra com distorção blueseira e um refrão fácil de ficar na cabeça dão o tom da canção, que ao acabar dá espaço para a gaita que abre “O Rei Caiu” e uma ode à queda do “rei da minha rua, o rei do teu país, o rei dessa cidade, o rei da situação, e quem ficou do lado dele também vai ficar na mão”.
Fechando o Lado A vem a balada “Céu Da Noite”, que lembra muito o clássico da banda “Fim de Tarde Com Você”, mas com mais instrumentos como violão slide que dão um clima sensacional à canção e acompanhamento da banda completa. Uma belíssima música acompanhada de uma letra à altura e que quando você imagina ter chegado ao fim dá espaço a uma jam de todos os membros da banda, que volta até o saloon para fazer rock dos melhores até o bolachão parar de girar.
O Lado B começa com “Você Não Vai Gostar” que ora lembra KISS, ora Rolling Stones, ora Punk dos Anos 70/80 e com “Sai Do Sério”, um quase rockabilly com o guitarrista Alexandre Móica nos vocais.
Lembra do saloon em que entramos ao colocar o vinil pra tocar? Então, em “Cara de Pau” Malenotti parece estar cantando sobre o vilão que acabou de entrar no bar enquanto o piano e as guitarras comem soltos.
“Vulnerável/Inflamável” tem cara e jeito de andar (na Abbey Road) de um tal quarteto de Liverpool chamado The Beatles e é uma das mais alegres do disco, com refrão pra ficar na cabeça e sair cantando, enquanto “Vício” deixa o Saloon de lado e nos põe em um cabaré, pra combinar bem com o nome da faixa. Dá até pra imaginar a banda toda de terno e gravata enquanto toca o som em um ambiente cheio de fumaça.
O mais interessante disso tudo é que diversos sub-gêneros do rock são visitados nesse disco e todos em alto nível.
O disco termina com “Tudo Que Me Faz Feliz”, mais uma clara influência dos Beatles e a vontade é de virar o disco pro lado A de novo e não sair mais dessa verdadeira viagem pelo bom e velho rock’n’roll em 33 rotações por minuto.
Nota: 9/10
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