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Resenha: <b>Documentário "Back And Forth"</b> nos cinemas

Estivemos na pré-estréia do documentário + show 3D do <b>Foo Fighters</b> no Rio de Janeiro e fomos acompanhar. Veja resenha completíssima.

Foo Fighters - Wasting Light

O documentário do Foo Fighters, “Back And Forth” está chegando às salas de cinema do Brasil e o Tenho Mais Discos Que Amigos! foi convidado para ver a pré-estréia do mesmo no Rio de Janeiro, e nosso correspondente Bruno Baketa como o documentário + show 3d foi.

O “Back and Forth” poderia ser resumido em apenas uma palavra: FENOMENAL, mas contarei aqui algumas coisas sobre ele. Quem sabe assim você, querido leitor, não se empolga mais ainda e vai conferir no cinema? Te garanto que não irá se arrepender.

Bom humor, brigas, intrigas, perrengues e muitas outras verdades ditas e não ditas. Essa é a base de todo o documentário. Ele já começa mostrando vídeos e fotos dos integrantes quando criança e vai mesclando com algumas imagens do cenário político americano. É tudo muito rápido, mas já faz com que prenda a sua atenção. Existe, claro, uma passagem pela época do Nirvana. É logo no começo, mas não dura muito.

A história começa, de fato, quando Dave começa a contar sobre a fita demo que gravou alguns meses depois da morte de Kurt. Fita essa que, por acaso, é o primeiro cd do FF.

Depois de toda a história de como a banda de formou, começam a aparecer algumas verdades nunca ditas antes. Dave Grohl mostra que, apesar se ter o rótulo de “cara mais legal do rock”, ele também pode ser cruel. Durante a gravação de “The Colour And The Shape”, Dave ficou insatisfeito com as baterias que William Goldsmith gravava pras músicas, julgou que tinha pouca técnica e resolveu gravar tudo de novo. Mas não foi assim, tão fácil e compreensível.

A banda se mudou pra Los Angeles, enquanto William continuava em Seattle. Já em Los Angeles a banda começou a gravar todas as faixas, mas ninguém concordava muito e até se assustavam com a situação. E é aí que rola o problemão: William fica sabendo disso tudo, o clima fica pesado e ele resolve sair da banda. Dave pede pra ele não sair, diz que ainda quer que ele toque na tour do cd, mas William não aceitou. Se sentiu traído e humilhado.

Nessa hora a banda tinha um cd pronto, mas não tinha baterista pra fazer a tour. E agora, José? É aí que o Taylor, até então baterista da Alanis, entra na história e entra pra banda, mas calma…nem tudo é assim, tão fácil.

Taylor mal entra na banda e rola outra baixa: Pat Smear sai.
O jeito que Dave fala sobre a saída dos integrantes é um tanto quanto engraçada, como a maioria das coisas que ele fala nos depoimentos. Pro lugar de Pat, Dave chama o velho companheiro de Scream: Franz Stahl. Franz toca por um tempo, até que é expulso da banda por “estarem indo em direções diferentes”. Em seu depoimento, Franz conta da maneira brutal que foi expulso da banda: “Eu só recebi um maldito telefonema”. Pro lugar de Franz a banda escolheu Chris Shiflett depois de audições para guitarristas. Chris tocava na banda de hardcore melódico No Use For A Name.

Uma revelação curiosa do documentário é, por acaso, sobre saída de integrante. Nate Mendel também saiu a banda, mas por vontade própria. Dave ficou louco e tomou um porre daqueles. Na manhã seguinte a mãe de Dave o acorda: era Nate no telefone pra falar pra ele esquecer tudo aquilo. Que ele não iria sair da banda. Dave ainda tava de porre, mas concorda, diz que o ama e vira pro lado pra vomitar. E mais uma vez a platéia cai na gargalhada.

Apesar de todas as gargalhadas e histórias divertidas, o documentário também conta histórias de brigas e desentendimentos. Vai desde a desaprovação de Nate pela entrada de Taylor na banda, quanto o descontentamento de Chris com a reaproximação de Pat com a banda. Eles contam também sobre a reação de Taylor sobre o fato de Dave ter tocado com o Queens Of The Stone Age.
Naquele período a banda estava passando por um momento difícil e Dave resolveu tirar férias. Aparecem algumas cenas de entrevista do Dave falando sobre essa tour e, ao lado, tem Taylor bocejando..como quem diz “Ah! Que saco você falando dessa banda”. A platéia gargalha e diz que ele ta é com ciúmes.

Um momento tenso do documentário é a verdade sobre a internação e quase morte de Taylor. Em Londres o baterista sofreu uma overdose, ficou em coma por duas semanas e teve sempre Dave ao seu lado, que só sossegou quando o amigo acordou. Dave conta que teve medo de que Taylor morresse, que se sentiu incapaz. Pudera, né…depois de perder o Kurt, imagina passar por quase a mesma situação.
Taylor conta que, pra ele, ser rockstar era se comportar como Keith Richards, mas não vale, né?!. Keith é mutante.

Volta e meia contavam sobre um clima pesado, mas o bom humor e as risadas dominam o documentário. Um dos momentos mais emocionantes é quando falam do show de Wembley. Aparecem cenas do show com estádio lotado, Dave quase chorando e perguntando “Como essa banda, que nasceu de uma demo solo, chegou aqui?”. Em certa parte, já na gravação de “Wasting Light” Violet, filha de Grohl, rouba a cena. Primeiro ela o interrompe durante a gravação de uma linha de guitarra, fica colocando o dedo nas cordas e falando “Você prometeu que a gente ia nadar. Você prometeu.”. E depois é quando Dave está escrevendo uns versos para uma música e ela o interrompe de novo com o mesmo papo. Dave não resiste e cai na piscina com a filha…arrancando o ooowwwwnnn da platéia.

Já quase no fim do documentário, eis que chega uma das partes mais esperadas: A participação de Krist Novoselic na gravação de “I Should Have Known”. A aparição é curta, mas é emocionante.

O documentário acaba com Dave falando que se sente mal por tudo de ruim que aconteceu, mas que sabe que tudo teve que acontecer como aconteceu, senão a banda não seria o que é hoje. E que, se pudesse, faria tudo de novo.

Os créditos começam a subir, Dave fala que nunca levou a banda a sério, pois se levasse não a chamaria de Foo Fighters que, pra ele, é o pior nome do mundo.
E aí aparece Dave limpando a casa. E a platéia gargalha mais uma vez.

Quando você acha que acabou…vem a surpresa. Um show em 3d (esse do vídeo abaixo) com todas as músicas do novo álbum. Foi a cereja do bolo.

Back And Forth é, sem dúvida alguma, o melhor documentário sobre uma banda que eu já vi. Bacana demais ver toda a história da banda,e saber que a maioria dos cds foi gravado em um porão. Como eu disse lá no começo, pode ser resumido em apenas uma palavra: Fenomenal.

Se eu fosse você, não perderia por nada.

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