Resenha: <b>Limp Bizkit</b> na Fundição Progresso (Rio de Janeiro)

O primeiro show do grupo no país contou com um belíssimo setlist, além de público bastante participativo e responsável por tornar a apresentação ainda mais enérgica e inesquecível.

Resenha: TMDQA! - Limp Bizkit na Fundição Progresso, 2011 (por Paulo Cássio)
Resenha: TMDQA! – Limp Bizkit na Fundição Progresso, 2011 (por Paulo Cássio)

Fotos por: Paulo Cássio

O Limp Bizkit é aquele tipo de banda que só nos dá duas opções: Ame ou odeie. Porém, sem dúvida, em uma coisa todos hão de concordar: O show de Fred Durst e companhia é extremamente enérgico, interativo, empolgante e inesquecível.

No sábado, dia 23 de julho, o grupo fez sua primeiríssima apresentação no Brasil, com seus membros originais, para a felicidade dos fãs que aguardavam a banda seja desde 1997 ou seja desde de outubro de 2010, quando precisaram adiar o compromisso devido à problemas de saude de Durst. Para deixar os fãs ainda mais ansiosos (que se divertiam e tiraram fotos com uma mendiga na fila que chegava a dobrar o estacionamento da Fundição Progesso), o evento contou com um longo atraso, que, supostamente, foi o motivo para a banda de abertura, La Raza, não ter tocado.

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E, finalmente, ao som de “Introbra“, o gigante pano com a capa de “Gold Cobra“, que ficava ao fundo do palco, caiu e deu vez para o famoso desenho dos rostos dos integrantes do Limp Bizkit. Sam Rivers foi o primeiro a ser notado em palco, com o seu baixo de leds vermelhas. Já na primeira canção com letra, “Hot Dog“, mal dava para ouvir o vocalista Fred Durst, que até deixou o público comandar o começo do refrão final da música.

Visivelmente incrédulo com a empolgação dos fãs brasileiros, que tornaram a apresentação mais especial, o “carioca” Durst falou do Rio de Janeiro com muita emoção, chegando até a bater no peito, por conta da calorosa recepção. Ele, então, correu para o meio do público e, enquanto cantava, batia nas palmas das mãos de alguns fãs e até urrou no rosto de um deles, no refrão de “Show Me What You Got“. Durst também pegou uma câmera das mãos de um sortudo e clicou uma foto de si com a galera ao fundo.

Antes de voltar para o palco para mandar “Bring It Back“, a primeira com letra do disco novo, Durst gritou: “Brasil, número 1!“. Sempre bastante carinhoso (à sua maneira) e comunicativo com a plateia, ele declarou: “Este lugarzinho é maior que qualquer coisa neste planeta! Mas é assim que funciona no Brasil. Graças a Deus, estamos na sua casa!“, minutos antes de chegar a vez de “I’m Broke“.

Quando os fãs começaram a gritar algo para a banda, que, assim como boa parte do público, não conseguiu compreender, Durst disse “vocês são loucos” e então, devidamente com o dedo médio levantado, fez a introdução de “My Generation“, música que foi liderada pela plateia no começo da frase “do you think we can fly? well I do“.

Sob luz azul, o guitarrista Wes Borland fazia o dedilhado de “Livin’ It Up“. Sem ficar quieto em um lugar por muito tempo, Durst voltou para o meio da galera para cantar justamente a parte onde pergunta “can you feel me?“. Não seria preciso escrever que os fãs respoderam “Hell yeah!” com entusiasmo.

Para acalmar os ânimos, Durst falou um pouco sobre “Gold Cobra” e, mais uma vez, elogiou os fãs do Limp Bizkit: “Fizemos esse disco para pessoas lindas como vocês“. Logo em seguida, a banda mandou a faixa, que dá título ao álbum, e que também é o atual single. O destaque fica por conta do refrão viciante de “Gold Cobra” , repetido por Durst, no final, em versão a cappella.

Ele voltou a discursar com os fãs e revelou que faz as as coisas com paixão, como eles, do “jeito deles”. Obviamente, era a vez de um dos grandes hits do grupo, “My Way“, que ensurdeceu qualquer um que estava na Fundição Progresso.

Não ia demorar muito para que Fred Durst de fato falasse uma das frases mais clichês de artistas que visitam o Brasil e se encantam com nossas riquezas naturais e com nossa recepção. Porém, ele estava realmente contente com tudo e pareceu falar sério: “América do Sul… Eu quero viver aqui!“.  E então, mais música. Quando ele perguntou o que os fãs gostariam de ouvir, um coro gritando “Pollution” surgiu. A banda atendeu aos pedidos, mas só depois de um trecho de “It’ll Be Ok“.

Na sequencia, Borland foi o grande responsável pela excitação da plateia. Na guitarra, ele fez a chamada de “Break Stuff“, reconhecida no ato. Ele também introduziu “Boiler“, um dos singles do álbum “Chocolate Starfish And The Hot Dog Flavored Water” e uma das mais aguardadas da noite. Vale destacar que Durst fez como se estivesse levando um susto com o sopro do público que gritava sempre o segundo “why?” da música.

Finalizando a primeira parte do show, o grupo apresentou “Why Try” (a última que o grupo tocou do novo disco), “Eat You Alive” (onde Durst correu para todos os lados do palco; ficou bem próximo do público e finalizou a música na plataforma posta ao centro da plateia) e “Nookie” (Durst aproiveitou para mandar a música, dali, do meio da galera).

O show do Lim Bizkit é diferente até mesmo nos momentos dos intervalos. DJ Lethal sempre ficava encarregado de soltar o play de algumas canções muito conhecidas. Para animar mais ainda o público para o bis, ele deixou rolar a música tema de “Ghostbusters“.

Antes de sair do palco, Durst fez, novamente, a já cansativa brincadeira de dizer “fuck you” para o publico. De volta, desta vez com seu boné vermelho e dizendo “fuck Limp Bizkit“, ele brincou ao jogar as baquetas que o Borland usou para fazer um pequeno solo de bateria, no lugar de John Otto: “Pegue um pedacinho e passe para o lado“.

O bis contou com 2 autorais e 2 covers. O primeiro cover foi de “Behind Blue Eyes“, que, originalmente, é da banda britânica The Who. No segundo refrão desta, Durst começou a distribuir cervejas para os fãs (inclusive para a imprensa), embora tenha sacudido as duas últimas arremessadas para o público. Para provar que havia acabado e, principalmente, para brincar com a plateia, ele pegou o recipiente, que estava cheio d’água, e jogou sobre o público.

Ao declarar  “Eu amo pra caralho o Brasil, cara“, Durst pediu para todos baterem palmas enquanto soltava o rap em “Take a Look Around“.
Feitas com as mãos, novamente atendendo ao pedido de Durst, demonstrações de vaginas e penetrações foram a chamada para a versão da banda para “Faith“, sucesso do músico George Michael. Nesta, foi a vez do guitarrista Borland ir para a plataforma no centro do palco, para sentir de perto os fãs.

A última da noite foi escolhida pelo publico, que, ao ser questionado, respondeu em uma só voz: “Rollin’“. Este foi, sem dúvida, o momento mais empolgante da apresentação. Todos cantavam e faziam, nos refrões, a coreografia da música.

Mais uma vez agradecendo a Deus e ao publico, batendo no peito, Durst disse: “Vocês foram incríveis, sensacionais, fantásticos!!” Ele também mandou um beijo para a paleita e avisou: “Nos veremos em breve. MUITO em breve!“. Estas palavras podem, ao menos, servir de consolo para aqueles que perderam um dos espetáculos mais enérgicos e marcantes que a Fundição Progresso já acolheu.

Setlist:

“Introbra”
“Hot Dog”
“Show Me What You Got”
“Bring It Back”
“I’m Broke”
“My Generation”
“Livin’ It Up”
“Gold Cobra”
“My Way”
“It’ll Be Ok”
“Pollution”
“Break Stuff”
“Boiler”
“Why Try”
“Eat You Alive”
“Nookie”

“Behind Blue Eyes”
“Take a Look Around”
“Faith”
“Rollin'”

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