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Resenha: <b>Sublime With Rome - Yours Truly</b>

É o quarto disco do <b>Sublime</b> ou o primeiro do <b>Sublime With Rome</b>? Descubra!

Sublime With Rome - Yours Truly

Sublime With Rome - Yours Truly

“Yours Truly” é o primeiro disco do Sublime With Rome ou o quarto álbum do Sublime?
Responder essa questão é muito importante para saber como você vai encarar o disco recém-lançado pelo trio e que marca o primeiro trabalho da reformada banda desde 1996, agora com Rome Ramirez nos vocais substituindo o saudoso e talentoso Bradley Nowell.

A primeira faixa do disco, “Panic”, dá a entender que a resposta é “Sublime”.
Com um vocal muito parecido com o de Brad, alternâncias entre guitarras limpas e peso (uma marca característica da banda), parece mesmo  que a ideia seria continuar o legado com algo similar ao material deixado por Nowell. Ledo engano.

“Only” vem na sequencia, e essa sim dá o tom do que o disco realmente traz: músicas pop com elementos de reggae e o vocal de Rome dando as caras para fechar o pacote. E isso é ruim? Nem um pouco.

O apelo pop continua em “Lovers Rock” e é possível imaginar um clipe da música rodado em uma bela praia, passando em canais de TV  exaustivamente, algo que o Sublime não costumava fazer, a não ser com o mega hit “Santeria”, mas que aqui faria todo o sentido.

“Murdera” segue na mesma linha mas tem um tom mais escuro, enquanto “My World” começa uma sequencia que parece ser um tributo a Bradley.
Com reggae, punk e vocais rápidos, ela vem engatada em “Paper Cuts”, faixa de menos de 2 minutos e obviamente inspirada em bandas de  punk como o Descendents, influência confessa dos membros da banda. Pode parecer meio forçado, já que não casa com o resto das faixas do  disco, mas muita gente falou o mesmo de faixas como “Paddle Out” e a própria cover de “Hope” do Descendents em outros discos da banda, e eu as acho sensacionais.

“PCH” é daquelas baladas com um refrão pegajoso que poderiam ter sido compostas por quaisquer bandas pop que estejam fazendo sucesso hoje em dia. É impossível não ficar com a letra It’s my way or pacific coast highway na cabeça, o que também acontece com “Take It Or Leave It”, que segue a mesmíssima fórmula, dessa vez com o refrão melancólico Take it or leave it, ‘cause I’m really leaving, I purchased my ticket to New York, first thing in the morning, kiss you in the morning and whispering good-bye.
É a melhor música do disco, e ao chegar aqui, na nona faixa, você já esqueceu que está ouvindo um disco do Sublime ou já desligou seu player, o que seria uma pena, já que perderia “You Better Listen”, que conta com backing vocals femininos que dão um climão de reggae tradicional à canção que é dos mais gostosos.

Mais baladas aparecem no fim do disco, como “Spun”, e “Can You Feel It” resgata o reggae e o ska e traz a participação de Wiz Khalifa, mas é uma das mais fracas do disco, já que soa repetitiva ao trazer a mesma fórmula usada anteriormente em várias das músicas. Parece ser uma reprise de tudo que foi tocado com o convite de um rapper para dar um toque que não acrescenta muita coisa ao trabalho.

Se você respondeu à minha pergunta do começo da resenha com “Sublime”, esse disco irá te decepcionar, mas se você foi de “Sublime With Rome”, vai gostar e ficar curioso sobre o futuro da banda e o que ela ainda pode trazer à medida que for se livrando do legado deixado pelo Sublime sem o Rome.
Está longe de ser disco do ano, mas é bastante interessante.

Nota: 7,8/10