Resenha: <b>Anthrax - Worship Music</b>

Disco marca a volta do vocalista Joey Belladonna e conta com cover de <b>Refused</b>.

Resenha: <b>Anthrax - Worship Music</b>

Resenha por Ricardo Seelig, do excelente Collector’s Room

O Anthrax sempre teve dois grandes diferenciais: os riffs monumentais do guitarrista Scott Ian e os vocais de Joey Belladonna. Joey, um frontman com um timbre tipicamente hard rock – e bem similar ao de Steve Perry, do Journey – cantando em uma banda thrash metal, foi um dos grandes responsáveis por levar o Anthrax ao topo do thrash norte-americano, ao lado dos companheiros de Big 4 Metallica, Slayer e Megadeth.

Produzido pelo guitarrista Rob Caggiano, Worship Music, décimo álbum do grupo, é o disco que os fãs estavam esperando. Essa é a melhor definição para as trezes faixas do trabalho. A banda soube unir a agressividade thrash dos primeiros álbuns com o caminho mais melódico que seguiu a partir de Persistence of Time (1990), indo de um extremo a outro de sua sonoridade.

Joey Belladonna é o principal destaque de Worship Music. Cantando maravilhosamente bem, o vocalista retoma o posto de onde nunca deveria ter saído e faz com que esqueçamos completamente John Bush, o seu antecessor e, inegavelmente, um grande cantor. O nem sempre lembrado Charlie Benante, um dos melhores bateristas do thrash metal, é outro que brilha intensamente no disco.

Apontar Worship Music como o melhor álbum da carreira do Anthrax não é um exagero. O disco está lado a lado com a trinca de clássicos Among the Living (1987), State of Euphoria (1988) e Persistence of Time como o ponto mais alto da discografia do quinteto. Isso, levando-se em conta o quão bom era o último disco do grupo – We’ve Come for You All (2003), ainda com Bush -, apenas atesta a altíssima qualidade alcançada por Scott Ian e sua turma.

Há momentos sublimes em Worship Music. O primeiro single, “Fight ‘Em Til You Can’t”, é um deles. O mesmo acontece com “I’m Alive”, “The Giant” e na épica “Judas Priest” – um tributo à lendária banda inglesa. Mas nada se compara à excepcional “In the End”, onde a banda homenageia os falecidos Ronnie James Dio e Dimebag Darrell. Sem dúvida alguma, uma das melhores composições da história do Anthrax.

O melhor álbum da banda em vinte anos, Worship Music já é presença garantida na lista de melhores de 2011. Agora é esperar que o disco seja o início de um período de estabilidade para o Anthrax, e que o grupo engrene uma sequência de trabalhos com esse line-up. Não apenas os fãs querem isso, mas, principalmente, a banda merece algo assim, afinal estamos falando de um dos nomes mais originais e influentes não apenas do thrash metal, mas da música pesada como um todo.

Nota do editor: Ao final da última faixa, “Revolution Screams”, a banda escondeu uma cover de “New Noise”, som do Refused.