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<b>Resenha:</b> Pearl Jam "<b>Live On Ten Legs</b>"

Leia a resenha sobre o mais novo lançamento ao vivo da banda.

Pearl Jam Live On Ten Legs Capa

O Pearl Jam é uma banda praticamente irretocável. Para celebrar seus mais de 20 anos de banda desde sua formação, a banda lançou o álbum “Live On Ten Legs“, uma espécie de segunda versão do álbum lançado em 1998, o “Live on Two legs“.

Completamente à vontade no palco, a banda que já foi chamada de ícone do grunge hoje mostra que seu som é mesmo rock and roll, puro, muitas vezes sujo, muitas vezes bonito e lapidado, mas sempre inspirado.

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Registros de suas apresentações lançados oficialmente não são na verdade algo raro. A banda foi a única que encontrou no passado uma forma de driblar a comercialização pirata de seus bootlegs lançando-os oficialmente em embalagens mais simples, mas sem deixar de lado a qualidade. Além disso, a box “Live At The Gorge“, lançada em 2007, trazia sete Cds que documentavam três apresentações ao vivo da banda.

Então, vamos lá para o seu mais novo trabalho ao vivo.

O que se percebe em “Live On Ten Legs” em muitas das músicas é uma espécie de frieza. Óbvio, isso não é uma constante, basicamente pelo fato de suas 18 faixas terem sido gravadas durante o período de 7 anos, de 2003 a 2010. Mas, veja por exemplo “State Of Love And Trust“, faixa maravilhosa da banda composta especialmente para o filme “Singles” de Cameron Crowe, lançado em 1992 com uma temática voltada para o movimento musical de Seattle da época. Os solos da músicas parecem “mascadas” de guitarra, tudo por causa da falta de drive, de distorção, de peso! Seria isso uma espécie de “envelhecimento” no som da banda?

Sim, todos envelhecem, e o álbum “Ukelele Songs” lançado pelo vocalista da banda, Eddie Vedder, também em 2011, me deixou um pouco mais amedrontado a respeito do futuro da banda.

 

Eu confesso que devo ser um dos que amaldiçoa o encontro da banda com Neil Young depois do lançamento do que é o melhor álbum da banda na minha opinião,  “Vitalogy“, de 1994. Isso fez a banda querer soar mais “velha”. Não que eu não ame os discos posteriores, adoro o “No Code” de 1996 e o “Backspacer” de 2009, mas a banda esfriou, tentando vestir uma roupa mais séria, de velho…

Mas, em si, algumas faixas são realmente inspiradoras. “Rearviewmirror” tocada numa velocidade maior, com Eddie berrando, realmente isso me comove. A inesperada “Spin The Black Circle“, essa sim com guitarras sujas, mas com uma levada de bateria comportadinha demais, um outro grande momento do álbum.

Just Breath” foi uma do último de estúdio que ficou realmente bonita ao vivo. Vedder não erra no vocal e passa todo o feeling que a música deve ter.

O álbum fecha com a ótima e guitarrística “Yellow Ledbetter“, lançada oficialmente como lado-b do single de “Jeremy” em 1992, de forma sublime.

Um outro ponto fraco encontrado por mim, foi a arte gráfica. Um digipack com fotos da banda e o Cd e mais nada. Sem encarte, sem muitas informações. Eu sempre bato na tecla de que pra vender Cd hoje em dia, tem que agradar aos colecionadores. Isso não me agradou. Talvez as versões importadas tragam algo mais interessante, essa nacional é bem pobre.

Apesar dos pontos negativos, esse é um álbum que tem sim pontos positivos o bastante para ser comprado e colocado pra rolar alto, naquela reunião de amigos regada a uma boa cerveja. Aprecie bem alto!

 

 

 

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