<b>Resenha</b>: David Garrett <b>"Rock Symphonies"</b>

Saiba exatamente do que você não deve se aproximar quando for a uma loja de discos.

David Garrett encarte 01

Geralmente, quando chegam álbuns para que eu escreva suas resenhas, são trabalhos bem legais. Muitas das resenhas que fiz até hoje aqui são plenamente positivas. Acho que talvez essa seja a plenamente negativa.

David Garrett é um violinsta Norte-Americano que já possui uma discografia ampla, que costuma mesclar músicas conhecidas do cenário rock/metal mundial com músicas eruditas em seus álbuns. Tudo direcionado para o violino e com uma roupagem mais, digamos, moderna.

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No álbum “Rock Symphonies“, de 2010, Garrett promoveu uma mistura mais voltada para o Rock, interligando as faixas com alguns temas eruditos.

O álbum abre com “Smells Like Teen Spirit“. Tenho quase certeza que Kurt Cobain cairia em uma depressão muito maior do que a que já possuía ouvindo esses arranjos magros e parecendo tema de filme, com orquestra e bateria, mas com o foco no violino.

A versão de “November Rain” do Guns N Roses ficou patética. Toda a beleza da música foi substituída por uma tentativa meio Ray Conniff de soar emocionante, com oitavas esgoelantes de violino que quase furam o tímpano. Os magníficos solos de Slash nessa música foram deturpados por improvisos de guitarra que não fedem nem cheiram.

Aí vem a primeira releitura de música erudita. A quinta sinfonia de Beethoven foi chamada de “The 5Th“. Nada a declarar. Nada além de não ser um bom rock e de ser algo vergonhoso em termos de música erudita.

O próximo pecado ocorreu em “Walk This Way“. Se é pra ouvir Aerosmith sem a voz de Tyler, tem que ser algo perturbadoramente bom. Essa, nem mediana é.

O cara deu um tiro de escopeta em “Live and Let Die“. Matou a música, com um ar de grandiosidade pífio. Dispensável e aterrorizante.

Ok, não vou falar de todas as faixas aqui, mas como, COMO, esse ser conseguiu estuprar uma das sinfonias mais marcantes do Metal, “Master Of Puppets“? Ridículo, vazio, me deu nojo.

Aí veio “Kashmir“. Lágrimas de sangue já escorriam por meu rosto. Meus ouvidos gritavam matê. Não consegui ouvir até o final. Foi traumatizante pra mim presenciar o assassinato de uma clássico do Led Zeppelin.

O encarte traz fotos sensuais do violinista, que mostram que seu período de trabalho como modelo deixaram um ranço totalmente dispensável e que causa vergonha alheia.

Mas nem tudo está perdido. Ao me ver resenhando este álbum enquanto ele tocava, minha esposa disse que ele seria perfeito para trilhas sonoras de comerciais, desfiles de moda e colação de grau de universidades como música ambiente (sério, ela não falou isso por mal).

Então, não indico. Passe longe. Nem tente dar play no vídeo logo abaixo para não pegar pilha.

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