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Resenha: Lançamento do vinil do <b>Moto Contínuo</b>, álbum mais recente de <b>China</b>

O auditório da Livraria Cultura ficou pequeno para o pocket show de <b>China</b> e banda. Além de tocar todas as faixas do disco, o músico respondeu perguntas do público e contou algumas histórias.

Vinil Moto Contínuo

Chico Tchê, China, Pernalonga, Yuri e Chiquinho
(Fotos por colombia e Aline Mota)

Não sei se é apenas em Recife, mas a cultura dos shows de graça está uma coisa séria. Imagina quando o show de graça acontece em lugar pequeno. Resultado: princípio de tulmuto, nervos à flor da pele, muita gente do lado de fora e um leve atraso. Tirando tudo isso, a festa de lançamento do disco de vinil do Moto Contínuo, álbum mais recente do pernambucano China, foi um sucesso!

Público no show de lançamento do vinil de Moto Contínuo Público no show de lançamento do vinil de Moto Contínuo

Amigos, familiares, fãs e imprensa se espalharam pelo local, o auditório da Livraria Cultura de Recife, para celebrar o lançamento junto com o músico e sua banda reduzida. A formação teve Chiquinho, do Mombojó, no sintetizador e bases gravadas, Yuri Queiroga na guitarra, Pernalonga na bateria e Chico Tchê no baixo.

China iniciou o show dizendo como tudo aconteceria. Todas as músicas do Moto Contínuo seriam tocadas na sequência e entre elas, o público poderia fazer perguntas sobre qualquer coisa. Tudo bem livre. Após isso, mandou a primeira. “Boa Viagem”, em alusão, ou não, à principal praia de Recife, abriu o show com seus versos sobre a realidade da cidade e o que se espera dela com o desenvolvimento e crescimento. “Quando os prédios cobrirem o sol e o céu desaparecer, placas lhe dirão boa viagem” é o que canta China nessa canção que dialoga com Nação Zumbi e tem elementos que lembram até mesmo The Chemical Brothers.

Após a explicação sobre a música anterior, o também apresentador da MTV falou sobre sua experiência de navegar pelo YouTube e ver pessoas dançando ao som de Justin Bieber e outros tantos artistas do cenário musical atual e disse que resolveu escrever “Só Serve Pra Dançar”. Mesmo auto-explicativa, China pediu que as pessoas “obedecessem” o que a letra dizia, mas sem se mexer tanto, devido à quantidade de gente no local.

Na sequência e sem a presença de Pitty, China disse que “Overlock” foi feita para sua esposa e é uma das músicas “fofinhas” do álbum. A baiana foi convidada para gravar pelo pernambucano, mesmo esse sabendo que aquela não simpatizava muito com canções de amor. Público cantarolou baixinho e depois mais alto na parte que a cantora participa.

Perguntado sobre a participação das mulheres no disco, Ylana Queiroga e Tiê também ajudaram o músico em Moto Contínuo, China foi bem direto: “eu gosto de mulher!”. Gargalhada geral. Depois explica que “Terminei Indo”, que conta com Tiê, combinava totalmente com a cantora, tanto letra, como melodia. Já a escolha de Ylana, em “Mais Um Sucesso Para Ninguém”, deu-se por conta da carga dramática que a voz da cantora tem e que a música precisava.

Antes da banda começar a executar “Nem Pensar em Você”, China explicou rapidamente: “essa também é para a mulher, mas quando brigo com ela”. Seguindo a ordem, veio “Mais Um Sucesso Para Ninguém” e depois “Distante Amigo”, que o compositor fez para o amigo Rafael “Pirulito”, membro da Mombojó, que faleceu em 2007. Momento de emoção no auditório.

Entre uma canção e outra, China afinetou o Coletivo Fora do Eixo e Pablo Capilé. Mas para entender tudo ou quase nada, o próprio músico escreveu sobre isso no ano passado em seu blog. E falou sobre sua vida. Trabalhar na MTV, a banda Del Rey, de covers de Roberto Carlos, os shows nos finais de semana e o mais recente projeto intitulado Ilha do Rato. Para quem não sabe, China tem seu passado ligado ao punk rock com a banda pernambucana Sheik Tosado e esse novo projeto surgiu da saudade que ele sentia dessa vibe.

Prosseguindo o show, veio “12 Quedas”, feita em parceria com Lenine. Depois, mais uma música “fofinha”. “Terminei Indo”, foi feita em parceria com o guitarrista Yuri Queiroga e com a ajuda de Tiê nos vocais, como já mencionado, que mesmo não estando presente, teve sua voz executada no show.

Da letra de “Progamador Computador” veio o nome do disco. Algo que remete aos tempos modernos e à internet. Mesmo um pocket show e com um clima intimista, banda e vocalista demostravam bastante energia nas músicas. Sobre “Espinhos”, China disse que pegou a frase “todo malandro tem seu dia de otário” soltada por um ex-jogador de futebol pernambucano em um programa de televisão local e compôs a música de uma só vez. Ao final, revive o punk rock do Sheik Tosado musicando o dito popular “chapéu de otário é marreta”.

Para finalizar a parte musical faltava “Anti-Herói”. China diz que essa música foi feita para seus filhos, Tom e Matheus, e que em tempos passados não teria colocado essa canção em um álbum. Explica, então, que Moto Contínuo é um “disco todo nada a ver”, sem um conceito. Cada música difere muito uma da outra e isso posibilitou a entrada dessa e de outras. Em clima circense, a platéia canta o refrão à pedidos de China: “Eu dei o Tom pra Matheus dançar, só uma canção para alguém cantarolar”.

A noite se encerrou com uma sessão de autógrafos, muitas fotos ao lado do músico e um recorde de vendas de discos de vinil na livraria.

Vinil Moto Contínuo

Para ouvir Moto Contínuo, clique aqui e para baixar, clique aqui.

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