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Resenha: Edição de estreia do <b>Gambiarra Cult Festival</b> (Recife, 20/01)

Com diversos problemas de produção, que resultou até mesmo no cancelamento de banda em cima da hora, o festival foi salvo pelo que realmente interessava: a música.

Thiago Pethit salva Gambiarra Cult Festival

Thiago Pethit salva Gambiarra Cult Festival
(Fotos por Aline Mota: Facebook | Blog)

Resenha por Bárbara Buril, enviada especial do TMDQA! (Facebook | Uma Capsula)

Foi graças a Thiago Pethit que o Gambiarra Cult Festival, primeiro festival musical do ano no Recife, não foi um tremendo fiasco. O atraso de 3h para o início dos shows, a ausência de stands de lojas e de praça de alimentação (como foi divulgado no evento do Facebook), o cancelamento de Garotas Suecas e da after party Boogie Night só mostraram a inexperiência da equipe de produção. Não fosse o show animadíssimo do paulista, já era a noite de uma sexta-feira chuvosa.

Pethit não surpreendeu o público, já que desde o início foi divulgado como a principal atração do festival. Para a autora do texto, uma estudante de jornalismo já cansada dos 15 minutos de fama de empacotados artistas, o show foi uma grande mordida na língua. Thiago Pethit mostrou que não é qualquer um – e que, sim, veio para ficar. Com uma presença de palco incrível e uma notável paixão pelo que faz, o garoto conquista a platéia e mostra que sabe bem direitinho o que faz.

Quando entrou no palco, palmas e gritinhos receberam o cantor. Como um maestro, Thiago conduziu a plateia por “Mapa Múndi”, canção dominada por um piano brincante. Em seguida, “Forasteiro”, uma parceria com Hélio Flanders, do Vanguart. Pethit também cantou Lou Reed. No momento, um grupo de meninas se levantou para dançar e, então, uma garota chata, que estava sentada em uma fileira atrás, pediu para que elas se sentassem. Velhos problemas de shows em teatros.

Ironicamente, quando começa a famosa “Nightwalk”, Pethit convida o público a se levantar e promete um CD Berlim, Texas para a melhor Alice Braga do teatro. É a hora que a menina chata leva um fora do cantor e todos se levantam para “dancing, dancing, dreaming of a neon light, dancing, just dancing” – trecho de “Nightwalk”… No setlist do show, “So Long, New Love”, “Fuga nº1”, “Voix de Ville”, “Goodbye, Boy”, “Não Se Vá”, “White Hat” e a música do “ketchup, sopa e purê”, a última depois do pedido de bis. Isso em alusão à música “Monkberry Moon Delight”, de Paul e Linda McCartney.

Nós e a Máquina do Tempo no Gambiarra Cult Festival

A banda Nós e a Máquina do Tempo foi a primeira a se apresentar na área interna. Apesar da empolgação dos meninos, faltou voz do vocalista, que muitas vezes deixou escapar notas mais agudas e graves. Tentaram agradar o público com um cover de “Elephant Gun”, de Beirut. Fraco. O grupo de música instrumental Kalouv fez um show bem-resolvido. A mistura de rock progressivo e de pós-rock com a maresia recifense criou um som que oscila entre muitas distorções e singelezas instrumentais.

Nuda no Gambiarra Cult Festival

Nuda mostrou a sua capacidade de transitar por diversos estilos. Desde o swing de “Toque Pra Calhetas” até a roupagem de rock pesado da música “Ode aos Ratos”, de Chico Buarque. Variando os ritmos, o show surpreendeu a cada mudança de guinada. Em Apanhador Só, a última a se apresentar, o sucesso foi da música “Um Rei e O Zé”. Como uma reta ascendente, o festival terminou com direito ao público de pé e uníssono musical.