Em plena noite de quinta-feira, no Centro do Rio de Janeiro, o público aguardava ansiosamente em frente ao pomposo Espaço Acústica, a abertura da casa para uma linda noite de celebração.
Afinal, 1º de Março de 2012 não marcava somente os 447 anos da Cidade Maravilhosa, mas também o lançamento oficial do excelente split Chumbo e o pontapé inicial de sua mini-tour, com as bandas Plastic Fire, Fire Driven, Bullet Bane e Zander, que realizaram tudo na cara e na coragem, aderindo à filosofia e ao ato “Faça Você Mesmo”.
O clima quente da cidade também tomou conta do interior da casa de shows, que recebeu, primeiramente, os simpatissísimos cariocas do Plastic Fire.
Logo nas primeiras músicas apresentadas, os fãs puseram-se na posição do enérgico vocalista Reynaldo Cruz, ao comandarem algumas estrofes e refrões com todo ar que havia em seus pulmões. Para embalar os moshs, músicas como “9006” (que abriu a noite), “Eu, o Aríete e a Muralha” (onde fãs deixaram transparecer suas emoções, cantando o refrão de olhos fechados), “Segundos” (ótima versão de “Seconds“, do Take Off The Halter/Bullet Bane) e “O Preço de Ser Impessoal” (que arrancou palavrões de elogios da boca do público), foram executadas.
Já preparando o público para um dos pontos altos do show, “Contra o Tempo” deu vez para “Esgrima“, onde o público, novamente, não poupou sua voz.
O quarteto finalizou sua empolgante apresentação com as faixas “Há o Amanhã?” e “Negativo” (atendendo à súplica dos fãs). E sob aplausos e gritos de “Plastic Fire!”, liberou o palco para a próxima banda.
Sem delongas e firulas, o show do Fire Driven começou feroz e, desde já, dando um tapa na cara daqueles que não esperavam pelo peso do som do grupo e ficaram um tanto quanto acanhados.
Com um setlist perfeito, composto por 12 músicas, os paulistanos depositaram, pela primeira vez no Rio de Janeiro, toda sua experiência e bagagem musical (adquiridas devido às passagens de seus integrantes por bandas como Dance of Days, Street Bulldogs, Ludovic e Desalmado), ao fazerem um show verdadeiramente portentoso e inspirador.
Faixas do álbum de estreia do grupo, Growing Past These Lines, foram intercaladas com as do split Chumbo, incluindo a cover em “portunglês” de “Everyday” (“Todos os Dias“, do Zander). Por citar cover, o quarteto não deixou de fazer uma homenagem à uma de suas principais influências, Seaweed, e tocou “Kid Candy“, para o delírio dos que acompanharam o final dos anos 80 e o começo dos anos 90.
Por fim, o Fire Driven deixou todos de cara com sua performance e presença de palco, destacando a do vocalista e guitarrista Zeek Underwood, que pulou, pediu palmas e, fazendo parecer uma espécie de ritual, arrancou cordas de sua guitarra para ultimar o show.
Set list:
“Unreliable Somehow”
“Fractions”
“Procrastination”
“The Coffin”
“Change of Opinion”
“Kid Candy” (Seaweed)
“Driven by You”
“Make Believe”
“I Can Take It”
“This Time”
“Everyday” (Zander)
“Give Me a Gun”
Dando sequência à “vez dos paulistanos”, o quinteto Bullet Bane subiu ao palco do Espaço Acústica para fazer uma apresentação que poderia ser resumida a uma palavra: alucinante.
O grupo realmente não deixou a desejar e fez uma performance bastante explosiva; intensa e alta (palavras que, aproveitando, podem muito bem ser aplicadas ao som das “pratadas” do baterista Renan Meno), para o deleite dos fãs que aguardavam insanamente para ver a banda.
Nos intervalos de cada música, o vocalista Victor Franciscon não poupou elogios ao público e não cansou de apontar aquela como uma das melhores apresentações do Bullet Bane. Notavelmente bastante empolgado, Victor chegou a descer do palco para cantar e poguear com os fãs, que, durante os solos mais virtuosos e técnicos dos guitarristas Fernando Uehara e Danilo Souza, fizeram gestos dignos de campeonatos de air guitar.
No setlist, as músicas foram desde a época em que a banda atendia pelo nome de Take Off The Halter, passaram por faixas do seu novo álbum, New World Broadcast, e, claro, chegaram ao split Chumbo.
Finalizando a primeira etapa da mini-tour, os veteranos do Zander provaram que, como um bom vinho, suas apresentações melhoram com o passar do tempo.
O grupo iniciou seu show por volta de 1h20 da manhã, com uma introdução que, pouco tempo depois, transformou-se em “Como Arde, Sô!“, para a euforia dos que estavam na plateia e que, assim, cantaram em uma só voz.
Como agradecimento, o grupo tratou de mandar “Linha Vermelha“, faixa onde fica claro o reconhecimento pelos fãs que “não deixaram de acreditar e evitar o fim”.
Cada música do setlist, que foi um apanhado de destaques de cada registro lançado pela banda (os EPs Em Construção e Já Faz Algum Tempo, o álbum Brasa e o split Chumbo) e que também incluiu covers de Green Day e Ramones (nota: se não me falha a memória), foi executada de forma arrebatadora e intensa, sempre com o auxilio do público que, incansavelmente, pulou, pogueou e cantou como se não houvesse o amanhã e como se aquele momento fosse o mais feliz de suas vidas. Inclusive, vale salientar os sorrisos largos, os abraços, as risadas e as brincadeiras entre os fãs, que, dessa maneira, seguiram durante todo o show e celebraram o término da saudade e a realização do desejo de ver Gabriel Zander, Gabriel Arbex, Leonardo Mitchell e Marcelo Adam em ação, depois de meses de espera.
Set list:
“Como Arde, Sô!”
“Linha Vermelha”
“Todos os Dias”
“Procrastination” (Fire Driven)
“Humaitá”
“Alga”
“Pegue a Senha e Aguarde”
“Pólvora”
“Sunglasses”
Cover
“Chinatown”
“Battlefield”
“Auto Falantes”
“Dezesseis”
Cover
“Até a Próxima Parada”
“Meia Noite”
“Simples Assim”
Quem perdeu a mini-tour ou compareceu e quer ter aquele momento de nostalgia, uma boa notícia: Hoje (05) e amanhã (06), a partir das 16h, será transmitido ao vivo as apresentações que as quatro bandas farão nos estúdios Trama. Nesta segunda-feira, tocarão Zander e Plastic Fire; já na terça-feira, Bullet Bane e Fire Driven. Para checar, acesse o site TV Trama.
Em tempo, clique aqui e confira a entrevista exclusiva que o TMDQA! fez com as quatro bandas do projeto Chumbo!