Resenha: Paul McCartney - Kisses on the Bottom

O cantor lançou seu 15º álbum de estúdio com regravações de músicas que o inspiraram antes de ser um Beatle

Paul-McCartney-Kisses-on-the-Bottom

Paul-McCartney-Kisses-on-the-Bottom

Entender Paul McCartney não é uma tarefa fácil. O músico está prestes a completar 70 anos, fez parte de uma das bandas mais influentes da história, compôs algumas das músicas mais aclamadas do mundo e é conhecido por onde quer que passe, além de ter construído uma carreira solo admirável e arrastar milhares de fãs para onde quer que vá. Com um currículo como esse, qualquer um estaria pensando em se aposentar e cuidar da família, para talvez aparecer de vez em quando em alguma apresentação. Mas Paul McCartney não é qualquer um. O cantor acaba de lançar seu 15º álbum solo, um compilado de regravações que inspiraram sua identidade musical numa já distante época pré-Beatles, com recordações da infância e do piano que tocava com o pai, e que ajudaram ele e os Beatles a entender o típo de música que fariam.

Kisses On The Bottom é uma volta do cantor à época em que aprendia a tocar e às memórias musicais de quando ainda era criança. Com o apoio de Diana Krall e sua banda, Eric Clapton e Stevie Wonder , o álbum é algo completamente diferente de tudo o que Paul já fez em seus mais de 50 anos de carreira. Não dá para achar qualquer paralelo com álbuns já lançados do músico.

É da primeira música, “I´m Gonna Sit Right Down and Write Myself a Letter” que sai o nome do álbum, uma brincadeira que confundiu muitos fãs e que na verdade é algo como “beijos no final” (da carta) e não “beijos no traseiro”, como alguns disseram. E é com clássicos como “It´s Only a Paper Moon” imortalizada nas vozes de Ella Fitzgerald e de Nat King Cole até a intrigante “We Three (My Echo, My Shadow and Me)” que Paul vai formando um disco que merece ser ouvido com calma.

As inéditas “My Valentine”, escrita para Nancy Shevell, a mais nova senhora McCartney, e “Only Our Hearts” que encerra o álbum, dão à junção de regravações o toque especial do ex-beatle, que não se incomodou em fazer mais do que cantar e compor essas duas músicas para o disco. Tudo o que está no registro é uma nova forma de ouvir McCartney cantar, feita para relaxar num canto, no fim da tarde, talvez apenas com a companhia do famoso chá das cinco britânico. Veja abaixo a tracklist do álbum e o clipe oficial de “My Valentine” estrelado por Natalie Portman e Johnny Depp.

  1. “I’m Gonna Sit Right Down and Write Myself a Letter” (Fred E. Ahlert/Joe Young) – 2:36
  2. “Home (When Shadows Fall)” (Peter van Steeden/Jeff Clarkson/Harry Clarkson) – 4:04
  3. “It’s Only a Paper Moon” (Harold Arlen/E. Y. Harburg/Billy Rose) – 2:35
  4. “More I Cannot Wish You” (Frank Loesser) – 3:03
  5. “The Glory of Love” (Billy Hill) – 3:45
  6. “We Three (My Echo, My Shadow and Me)” (Sammy Mysels/Dick Robertson/Nelson Cogane) – 3:22
  7. “Ac-Cent-Tchu-Ate the Positive” (Arlen/Johnny Mercer) – 2:31
  8. “My Valentine” (Paul McCartney) – 3:14
  9. “Always” (Irving Berlin) – 3:49
  10. “My Very Good Friend the Milkman” (Harold Spina/Johnny Burke) – 3:04
  11. “Bye Bye Blackbird” (Ray Henderson/Mort Dixon) – 4:26
  12. “Get Yourself Another Fool” (Haywood Henry/Tucker) – 4:42
  13. “The Inch Worm” (Loesser) – 3:42
  14. “Only Our Hearts” (McCartney) – 4:21