Resenha: <b>Paul McCartney</b> em Recife (22/04/2012)

Como foi e o que pude observar durante a segunda noite do ex-Beatle em Recife.


(Foto do perfil do Facebook Paul.In.Brazil)

Dentro de algumas horas, Paul McCartney vai encerrar mais uma passagem pelo Brasil quando subir ao palco em Florianópolis. No último final de semana, ele se apresentou duas vezes em Recife, no Estádio do Arruda, para um público de 55 mil pessoas no sábado e 35 mil no domingo. O Tenho Mais Discos Que Amigos! esteve presente no segundo dia de show na capital pernambucana à convite da SKY Live, uma iniciativa da TV por assinatura SKY de levar os fãs para assistirem aos shows ao invés de vê-los pela televisão.

O que dizer sobre o que vi no último domingo? Um local parcialmente cheio ou parcialmente vazio. Depende de como se olha. Um dia antes já havia rolado a primeira noite de um dos maiores shows que a cidade já viu. Mais de 50 mil pessoas estiveram presentes naquele estádio e não foi para ver uma partida de futebol. No domingo, 35 mil tiveram a chance de conferir esse grande espetáculo.

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De cara, o que impressionou foi a mega estrutura. Diversas entradas para os diversos setores. Palco gigante. Luzes, som e telões de primeira qualidade. Tudo para a grandeza do espetáculo. Afinal de contas, era um ex-beatle que ia estar ali dentro de instantes. E minha relação com esse tal de Paul? Nunca fui de ouvir Beatles. Reconheço a grandeza da banda. Uma das maiores. Mas nunca me atraiu. Simpatizo com uma música ou outra. Um dia ainda vou parar pra viajar pela discografia deles.

Alguns deviam estar ali na mesma situação que eu. Foram para apreciar o espetáculo, participar daquele momento, que dificilmente vai se repetir na cidade e para cantarolar as “Hey Jude”, “Yesterday” e “All My Loving” da vida. Mas havia também os beatlemaníacos. De todas as idades. Dos mais novos, acompanhado dos pais e até os que viveram na época em que o Fab Four estourou para o mundo. Alguns até mais velhos que o setentão que subiu ao palco às 21h30 daquela noite. Óbvio que havia também os que estavam ali apenas para aparecer e sentir o clima da área vip, mas sobre esses, vocês já devem ter lido demais nos últimos dias. Fica apenas o registro da presença desses.

O momento chegou. Os telões deixaram de exibir as imagens muito bem trabalhadas com fotos e fatos de diversas fases de Macca para mostrar luzes que formariam o famoso baixo de Paul. As luzes se foram e o quinteto entrou no palco para a histeria, não aquela dos beatlemaníacos, mas a necessária para o momento. “Hello Goodbye” e “Drive My Car” foram duas das cinco primeiras e nessas o público cantou junto com o músico. Duas canções não executadas um dia antes.

As pessoas ao meu redor aproveitavam o show de formas diferentes. Alguns pareciam não acreditar que Paul McCartney estava logo ali. Outros mostravam empolgação a cada música e sabiam a letra de cor. Mas o que percebi foi o brilho nos olhos de muitos. Brilho proporcionado pelo ex-beatle que tocou baixo, piano, guitarra, , violão, ukulele e que se mostrou muito simpático ao tentar falar em português e falar algumas expressões típicas do estado. Óbvio que alguém pode ter escrito pra ele e dito: “se você falar esse tipo de coisa o pessoal vai vibrar”. E óbvio que todos vibraram cada vez que o português saia da boca de Paul. Mesmo assim, algo muito positivo, levando em consideração que muitos ficam no “olá, Brasil”, “obrigado” e “boa noite”.

E o calor?! Se para o povo daqui, ultimamente tem sido muito quente, é claro que um inglês sofreria. Mas faz parte. Uma chuva tentou diminuir a sensação térmica após uma hora de show, mas ficou muito tímida. Porém, Paul e banda se mantiveram firmes, apesar do suor e aparente cansaço. Mas que banda não ficaria com um longo repertório de 37 músicas e quase três horas de apresentação.

O público também presenciou alguns momentos emocionantes. Músicas para a atual esposa, Nancy, para a antiga, Linda e para os companheiros de banda John e George. Algumas outras canções como “Band On The Run”, “Ob-La-Di, Ob-La-Da” e “Back in the USSR” animaram ainda mais o público. Mas o ponto alto foi a sequência “Let It Be”, “Live And Let Die” e “Hey Jude”. A primeira e a última não é necessário nem dizer o motivo. Na segunda, os fogos e as chamas aqueceram ainda mais o ambiente. Quem estava próximo do palco podia sentir o calor e a pressão de tudo aquilo.

Após os “na, na, na, na’s”, a banda deixou o palco e voltou logo em seguida para mais três canções e em seguida saiu novamente do palco. No segundo retorno, o público cantou com Paul “Yesterday”. E durante este segundo bis, o momento ainda mais mágico para três fãs da banda. Uma menina, de Brasília, com um cartaz dizendo que esteve em um show teve seu braço autografado pelo músico. Os outros dois, recifenses. Pai e filho, este vestido como se estivesse na capa do Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, subiram no palco com um cartaz reclamando com Paul pois ele só chamava as garotas. Agora estavam ali. Realizando também um sonho. Após isso vieram “Helter Skelter”, “Golden Slumbers”, “Carry The Weight” e com “The End” o espetáculo chegou ao fim.

O que mais se pode falar? A noite foi inesquecível, pelo menos para mim. Ao final de tudo aquilo, fiquei parado em frente ao palco observando tudo e pensando  no que tinha acabado de ver. Sei que nem sempre é bom escrever da forma que escrevi com frases na primeira pessoa, mas a resenha é, no final das contas, um texto com opinião pessoal. Mas espero ter passado um pouco do que pude presenciar no último domingo. Vale ressaltar que tudo aquilo foi montado e realizado pela Luan Promoções, uma empresa local, e que demonstrou que Recife pode sim continuar recebendo eventos dessa grandeza.

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