Um rosto em pedaços estampa a capa de ‘Living Things”, novo disco do Linkin Park, que se fez em mil pedaços para se recriar e finalmente parece criar uma nova identidade. No seu disco mais desconstrutivo, fazem seu trabalho mais consistente. O Linkin Park está vivo.
Estabelecidos no mainstream desde o começo dos anos 2000, com discos de muito sucesso e um slip maravilhoso com o rapper Jay-Z, a banda começou uma busca por maturidade, procurando respostas no mundo ao seu redor nos regulares “Minutes to Midnight” e “A Thousand Suns”.
Mas não era reconstruindo o mundo que a banda ia também. E em “Living things”, eles estão olhando para si mesmo e se moldando. Em pedaços. Como as batidas quebradas do dubstep (que se encaixa na proposta do som deles de um modo mais legitimo que muito DJ por aí) ou com melodias para serem marcadas com palmas e cantadas baixinho, como em “I’ll be gone” e “Castle of Glass”, duas das melhores faixas que a banda já fez. O disco consegue ser muito eletrônico e, ao mesmo tempo, orgânico, com os melhores vocais já gravados por eles. Essa evolução aberta se deve também à continuidade de produção, desde o “Minutes” assumida por Mike Shinoda e pelo mestre Rick Rubin.
“Living Things” não é uma obra-prima, mas mostra uma coisa rara: uma banda madura, sabendo se reinventar, e se expressando com verdade. A sua própria verdade. Os pedaços tem vida.
NOTA: 7/10