Um dos principais e maiores veículos de imprensa, New Musical Express (NME), foi convidado para conferir os novos e aguardadíssimos trabalhos de Green Day e No Doubt.
O trio de punk rock/pop punk que tem Billie Joe Armstrong como frontman, lançará ¡Uno! no dia 25 de setembro, o primeiro registro da trilogia que receberá ¡Dos! no dia 13 de novembro e ¡Tré! no dia 15 de janeiro.
Os californianos do No Doubt também agendaram para o dia 25 de setembro o lançamento de Push And Shove. O álbum é o primeiro de inéditas do quarteto desde o polêmico Rock Steady (de 2001) e da compilação de b-sides, raridades e remixes, Everything In Time (de 2003).
A audição rendeu duas empolgantes resenhas, que você confere a seguir.
Green Day – ¡Uno!
Resenha por Dan Stubbs
Em 24 de setembro*, o Green Day lançará o primeiro da trilogia de novos álbuns chamados ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré!. Depois de anos gastos para tentar mudar sua imagem de banda masculina de pop-punk (olá, grandiosos álbuns conceituais e musical na Broadway!), ¡Uno! é a mais nobre tentativa do Green Day de voltar a fazer as coisas mais idiotas. Aqui está nossa primeira audição do álbum, faixa a faixa.
“Nuclear Family“: Você não precisa esperar para a voz anasalada de Billie Joe sair para se dar conta que trata-se de Green Day – as guitarras robustas e a abertura de bateria dizem tudo. Uma canção sobre “a morte da família convencional”, é um assunto que já foi questionado de modo sombrio nos últimos 2 álbuns da banda. Aqui o grupo simplesmente esbanja animação, lançando versos sobre “beber a urina de um anjo”. Seja como for a urina de um anjo, nós beberemos um pouco.
“Stay The Night“: De maneira simples, é uma música sobre sentir euforia, que conta com um longo refrão e com letra um pouco suja. Eu tenho um impulso tão repulsivo que ele queima/Eu quero quebrar seu coração até que seu estômago revire, diz a letra. Com duas músicas, a compulsão sexual do Green Day é ainda firme e “explosiva”.
“Carpe Diem“: O título, claro, significa “aproveite o momento”. A música, ao contrário, aproveita um riff do The Clash: há mais do que uma pitada de Strummer e de “I Fough The Law”, mas o Green Day sempre teve influência do The Clash. Carpe Diem, um grito de guerra, nós somos todos muito jovens para morrer?, é cantado. Não mais, Billie.
“Let Yourself Go“: Ritmo com batidas fortes e guitarra frenética, é o Green Day sendo o mais malcriado possível. Essa é uma música sobre uma pessoa que não foi nomeada, que, é válido dizer, não impressionou muito o trio. Cale a boca porque você está falando de mais e estou pouco me importando de qualquer maneira/Você parece sempre estar pisando em merda e tudo o que faz é reclamar, diz, antes de seu empolgante refrão. Bom grunhido de guitarra aos 1:50 também.
“Kill The DJ“: Alerta para mudança estranha de ritmo! Essa faixa – recentemente anunciada como single – distoa da parte impregnada com punk sujo para uma mistura estranha de reggae-disco. Para ser honesto, é a faixa mais fraca até agora, mas ela inclui um repetitivo uso da palavra “dane-se” [sendo gentil], então seu ser interior de 11 anos será aplacado.
“Fell For You“: Depois de mais uma introdução lembrando a sonoridade do The Clash, “Fell For You” é um pop dos anos 60 que se contrasta ao longo da máquina power-punk. Como tudo neste disco, qualquer sentimento meloso é cortado com muito humor mórbido. A música começa dessa maneira: Eu acordei em uma poça de suor/Primeiramente, pensei que tinha feito xixi na cama…
“Loss Of Control“: Começando a traçar um tema agora: a maioria das faixas começam com calorosos acordes de guitarra, entra uma batida frenética e então acaba. Põe-se um verso para ser cantado junto e assim você tem uma faixa de ¡Uno!. É uma fórmula simples, mas que funciona. Esta é uma amarga repreensão para os que se irritaram com nosso misantrópico protagonista. Eu prefiro ir a um funeral que essa reunião de ensino médio, diz.
“Troublemaker“: Outra com sabor dos anos 60, dessa vez impulsionada por palmas e um solo de guitarra à la twiddly-diddly. É uma música sobre querer ser malcriado – e soa malcriada também.
“Angel Blue“: Nós já não escutamos essa antes? Ah, sim, é outra música com uma introdução que soa como “I Fough The Law”. Será que “Angel Blue” né de onde a urina do anjo vem?
“Sweet 16“: Um pouco mais doce nesta: a voz de Billie Joe é mais macia e alcança notas altas, e a melodia é doce. Nós deixamos essa para você decidir se um homem de 40 anos deveria ainda estar sonhando com sua debutante.
“Rusty James“: O álbum certamente está diminuindo a velocidade. Há uma melodia amável nessa faixa, que tem otimismo-pessimismo que a banda sabe fazer bem. Existem algumas músicas dispensáveis nesse álbum, com certeza, mas essa poderia verdadeiramente se tornar uma preferida dos fãs. Quando não há ninguém por perto/Você é a última gangue na cidade. Poderiam estar falando sobre eles mesmos, com 25 anos de carreira?
“Oh Love“: Vocês já conhecem essa. “Oh Love” é a faixa que deu uma prévia do álbum, uma canção mid-tempo rock que, mais do que qualquer outra canção, poderia se encaixar em 21st Century Breakdown.
E então é isso. Se você queria que o Green Day de agora fosse mais parecido com a banda que lançou o álbum Dookie, em 1994, você provavelmente vai amar ¡Uno!. A banda diz que ¡Dos! e ¡Tré! serão diferentes – respectivamente, mais rock de garagem e mais épico – o que é, provavelmente, uma coisa boa, já que o som novo começa se desgastar, mesmo ao longo de um álbum. Mas isso não quer dizer que ¡Uno! não é uma boa adição ao catálogo do Green Day; mais que isso, é o álbum mais divertido que eles fizeram em anos.
*A data oficial de lançamento de ¡Uno! é 25 de setembro.