Meus Discos Meus Amigos

<b>Meus Discos, Meus Amigos</b> com <b>Jacaré Banguela</b>, Move That Jukebox e <b>Ideias de Fim de Semana</b>

Conversamos com <b>três blogueiros</b> e eles falaram sobre seus CDs, histórias com vinil, álbuns importantes e, claro, se eles têm mais discos que amigos.

Hick Duarte, Márcio Colombia, Anna Terra e Rodrigo Fernandes
(Hick Duarte, Márcio Colombia, Anna Terra e Rodrigo Fernandes)

No início do mês de agosto, o Tenho Mais Discos Que Amigos! esteve presente no lançamento do Novo Ford Ecosport na América Latina. O evento aconteceu em Natal, no Rio Grande do Norte e já falamos o que aconteceu por lá nesta postagem aqui.

Além do TMDQA! e da imprensa especializada, diversos blogueiros também foram convidados para o evento, dentre eles: Rodrigo Fernandes, do Jacaré Banguela, Hick Duarte, do Move That Jukebox, e Anna Terra, do Ideias de Fim de Semana.

Tive a oportunidade de conviver com eles durante os dias do evento e conversar sobre música. Aproveitei para fazer um Meus Discos, Meus Amigos com cada um e o resultado vocês podem conferir logo abaixo. Fiz um MDMA com o Emmerson Nogueira também, que você pode conferir aqui.

Antes, porém, a Ford Brasil fez um vídeo com os blogueiros falando sobre suas impressões do Novo Ford Ecosport:

Rodrigo Fernandes (Jacaré Banguela)

Rodrigo Fernandes (Jacaré Banguela)

TMDQA!: Que história você pode contar sobre os seus discos?

Lembro que a última vez que eu comprei vários discos de uma mesma banda foi com o Raimundos: Lavô tá Novo, Lapadas do Povo e Cesta Básica. Depois, não me lembro de ter comprado de um mesmo grupo, mas os dois últimos que comprei foram do Playing For Change, que é um projeto legal, um trabalho legal. Mas com o Raimundos eu era muito garoto e achava o rock deles foda pra caralho.

TMDQA!: E o que tu acha do retorno do vinil?

Lançamento de bandas eu não tenho visto, mas eu não procuro, porém, eu fui DJ durante cinco anos e nos últimos anos eu estava tocando música eletrônica com vinil. A sensação é exatamente outra porque no CDJ, no CD player, você pode voltar para o começo da música com um toque de botão e no vinil não. Se você perder, só girando o disco para trás. O cara tem que ser muito bom para ser um bom DJ de vinil. Ele não tem chance de errar muito. E eu gostei muito de tocar com disco de vinil, mas não me lembro de ouvir músicas populares ou rock no vinil.

TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?

Cara, discos não, mas se for contar MP3, eu tenho. Se for contar discografias, eu tenho mais discografias que amigos. Amigos, não conhecidos do Twitter, Facebook ou pessoas que eu conheci na minha vida e que eu me relaciono de vez em quando. Eu tenho mais discos virtuais do que amigos.

TMDQA!: Que banda gringa ou brasileira dá uma boa piada?

Cara, eu já tuitei uma vez que eu prefiro o Mutantes ao The Police só por uma questão genética e de evolução mesmo.

TMDQA!: E qual é uma piada de mau gosto na tua opinião?

Cara, eu não acho que existe piada de mau gosto. Uma piada sempre vai ofender alguém em algum lugar. O importante é a maioria rir. Se a maioria rir, é uma boa piada. Uma piada pode ofender a maioria e ser de mau gosto, mas a intenção nunca é essa.

TMDQA!: E que banda te ofendeu ou ofendeu a maioria das pessoas?

Não me ofendeu, mas me dá muita saudade que é o próprio Raimundos. Depois que o Rodolfo saiu, a banda não me ofendeu, mas eu já ouvi o trabalho que continuou, tenho o último DVD com o Digão cantando e, apesar da pegada ser a mesma, o rock ser o mesmo e a parte instrumental ser a mesma, o vocal do Raimundos pra mim é o Rodolfo.  É a mesma coisa que você pegar o Engenheiros do Hawaii e tirar o Humberto Gessinger ou tirar o Chorão do Charlie Brown Jr., tanto que no CBJr. já saiu a banda inteira e continuou sendo a mesma coisa, as mesmas músicas. O Ultraje a Rigor já saiu a banda inteira e continua sendo a mesma banda. Quando troca o vocalista, eu me sinto traído. Só isso.

Hick Duarte (Move That Jukebox)

Hick Duarte (Move That Jukebox)

TMDQA!: Qual o disco mais importante da tua coleção?

Cara, o disco mais importante que eu tenho é o primeiro do The Mars Volta. Eu ganhei de aniversário e foi um disco que me marcou muito, pois foi quando eu comecei a ouvir música de outro jeito. O som do Mars Volta é meio doido e me abriu muito a mente para outros tipos de música.

TMDQA!: E qual foi o primeiro disco que você comprou?

O primeiro que eu comprei foi um do Móveis Coloniais de Acajú. Eu comprei em um show, mas não lembro se foi em 2006 ou 2007. Eu vi o show, gostei muito e fui à banca comprar uma camisa e um CD. Me marcou muito pois foi o primeiro disco que comprei. Achei a banda muito boa e me fez querer comprar o álbum. Não foi o C_mpl_te, foi o outro que eu não me lembro do nome agora. (Idem, lançado em 2005.)

TMDQA!: E que história você pode contar envolvendo algum disco?

Eu sou muito viciado no The xx. Eu gosto muito. Eles são muito silenciosos, tanto no som como no que eles fazem em relação a ações promocionais. Eles dão passos muito lentos. Fazem poucos shows. Lançam poucas músicas. E esse último disco eles anunciaram para o dia 11 de Setembro, o Coexist. Faz um tempo que eles lançaram a primeira música desse álbum e eu fui um dos primeiros a comprar. Eu não sei se faz sentido, mas no e-mail que eu recebi tinha o número 00005. Eu gosto muito da banda e nunca tinha comprado um disco pela internet. Mas quando The xx anunciou esse disco, eu fiz questão de comprar e talvez eu tenha sido a quinta pessoa do mundo a comprá-lo. Não sei se essa numeração significa isso mesmo. Mas eu comprei esse disco com muita paixão.

TMDQA!: E o que tu acha do retorno do vinil?

Eu acho bem interessante e espero que tenha um desenrolar legal, pois eu gosto do vinil pela questão orgânica da música. Quando você vê um vinil tocando e vê como a coisa funciona, é uma experiência mágica, pois tem todo aquele processo de como a música acontece, de como você manipula o disco e eu gosto dessas coisas de apelo manual. Eu comparo um pouco essa questão do vinil com a fotografia analógica. Ao mesmo tempo em que existem fotógrafos profissionais e renomados que trabalham com fotografia digital, quando se trabalha com fotografia analógica, envolvendo filmes e câmeras antigas, em um processo mais manual, parece que o produto final você tem mais apego, sabe? Parece que você gosta mais e que sai mais caprichado. Eu acho que com o vinil é parecido. É um processo tão orgânico quanto. Eu acredito muito nesse retorno do vinil. Já vi muitos DJs bons tocando com vinil. Conheço o Bruno Belluomini da Tranquera, tem um amigo meu, o Savone, que faz uma festa em São Paulo chamada Decadance e está começando a tocar com vinil. São bons DJs, têm um gosto musical legal e acho que com o vinil fica ainda mais apurado.

TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?

Eu não tenho, cara. Acho que tenho mais amigos. Eu tenho poucos discos. Talvez eu tenha uns 10 apenas e acho que tenho mais de 10 amigos (risos).

TMDQA!: E para onde vocês querem mover a jukebox?

Cara, nós sempre queremos algo novo.  Talvez seja essa a proposta mais descarada do blog. Tanto lançamentos de bandas clássicas, como lançamentos de bandas novas. Eu acho que estamos sempre olhando para frente. É meio que uma linha editorial ou um componente estético e comum da equipe. A galera está sempre olhando para alguma coisa nova. Eu gosto muito de bandas novas. Sempre pesquiso coisas da última semana. Talvez queiramos mover a jukebox e o blog para esse rumo.

Anna Terra (Ideias de Fim de Semana)

Anna Terra (Ideias de Fim de Semana)

TMDQA!: Qual o disco de vinil/cd mais importante que você tem?

Poxa, eu sou tão péssima disso de ter discos. Não sou uma pessoa muito musical. Meus CDs há muito estão engavetados e eu fico só ouvindo uns MP3 ou direto no Grooveshark. Mas talvez possa considerar que o Anthology 3 dos Beatles é um que eu tenho grande xodó. Meu pai me dava um CD dos Beatles por mês pra eu praticar meu inglês quando era mais nova. Durou até eu pedir pra trocar por um de Ozzy Osbourne.

TMDQA!: O que você acha da volta dos discos de vinil?

Ah, eu acho um charme. Mas, particularmente eu valorizo mais os antigos mesmo. As bandas novas que se lançam em vinil eu acho que é meio modinha demais, sabe. Sou meio chata. Mas as noites ao som de discotecagem de vinil eu valorizo sim. O som deles é inigualável.

TMDQA!: Qual foi seu primeiro disco?

Putz, o primeiro mesmo eu não lembro. Mas como mamãe trabalha há anos na Globo Nordeste, eu me achava um máximo por ter a coleção completa dos discos da Xuxa, ganhando todos em primeira mão. Conta?

TMDQA!: Que bandas você tem ouvido ultimamente?

Poxa, a descoberta mais feliz dos últimos tempos foi o Asaf Avidan, um cantor israelense que tem uma voz meio Janis Joplin. Incrível. Mas tenho ouvido bastante City and Colour, Arctic Monkeys, Dionne Bromfield, Florence and the Machine e nos ultimamente eu estou em uma vibe meio saudosa com Metallica, System of a Down. Variado, né?

TMDQA!: Que bandas não podem faltar em um fim de semana?

No fim de semana sempre rola um reggae, tipo Matsyahu, Alborosie, mas também sempre rola, de lei, um Black Keys com uma dose de Jack Daniel’s pra combinar. 😉

TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?

Acho que “ter” não é muito a minha vibe. Nem discos, nem amigos. Mas acho que, de toda forma, ainda tenho mais amigos.