<b>Resenha</b> e <b>fotos</b> exclusivas: <b>Marcelo Camelo</b> no Recife (15/09/2012)

Músico cantou, tocou, reclamou (com certa razão) e, acima de tudo isso, emocionou o público recifense com músicas de sua autoria tanto com seu trabalho solo, como com o <b>Los Hermanos</b>.

Marcelo Camelo no Recife


(Fotos por Aline Mota)

O músico era o mesmo da banda que arrastou mais de 15 mil pessoas para o primeiro dia do Abril Pro Rock 2012, porém, dessa vez, Marcelo Camelo veio apenas com seu violão, suas canções e o músico Thomas Rohrer, que tocou rabeca e uma espécie de fouet (ou batedor de claras) em algumas das músicas, e, ainda assim, emocionou a plateia no Teatro da UFPE no último sábado, 15 de Setembro.

A ambientação do palco era a mínima possível. Microfone, violão, uma cadeira, um banco, caixas de retorno e um painel enorme ao fundo, que foi subutilizado. Vinte minutos após o horário marcado, 21h, Camelo subiu ao palco, para euforia das 1300 pessoas presentes, que pareciam lotar o espaço, mas não chegou a isso.

Palco para Marcelo Camelo no Recife

“Luzes da Cidade” e “Dois em um” foram as duas primeiras do repertório e não empolgaram tanto o público. Em “Pra te acalmar”, do primeiro álbum solo do músico, o Sou, o público começou a cantar junto com Camelo, que chegou a parar de cantar e até de tocar por alguns instantes, meio que sentindo a presença de todos ali, juntos com ele, naquele show.

Se a emoção começava a tomar conta do espaço em canções de seu trabalho solo, quando Marcelo mandou “Casa Pré-Fabricada”, música de sua autoria com Los Hermanos, ela preencheu todo o teatro. O músico agradeceu e começou a tocar “Samba a Dois”, também da sua antiga/atual banda. Nessa hora, o tal plano de fundo subutilizado começou a ser iluminado e só. Depois não se viu mais nada ser feito com o painel. Até mesmo as luzes foram apagadas.

Após “Doce Solidão”, Camelo alfinetou alguns que vieram colocar o papo em dia e estavam atrapalhando aqueles que vieram curtir o show, além de avisar que “os flashes das câmeras normalmente só alcançam três metros” e que as fotos sairíam horríveis e lembrou que o palco estava iluminado.

Em “Pois É”, outra dos Hermanos, o público parecia em êxtase. Thomas Rohrer começou sua perfomance na rabeca nessa e em mais algumas canções. Antes de começar mais uma música, Marcelo reclamou mais uma vez de quem estava conversando, em seguida, explicou que a próxima canção, “Porta de Cinema”, era de autoria do seu avô, Luís Souza.

Marcelo Camelo e Thomas Rohrer no Recife

Ao final, Marcelo agradeceu e começou “Tudo que você quiser”, do segundo disco solo, Toque Dela. Na introdução de “Janta”, alguns gritaram por Mallu Magalhães, mas ela não estava por lá. Em “Menina Bordada”, o público acompanhou com palmas e viu, ao final dela, Thomas se retirar.

“Copacabana” não estava no repertório, como o próprio Camelo disse, mas após um grito: “Toca ‘Copacabana’!”, o músico começou a tocar só porque achou que a voz da pessoa que pediu era boa. Na dobradinha “A Outra” e “Santa Chuva”, Marcelo Camelo comandou o coro uníssono formado pelo público. E antes de sair do palco para voltar logo em seguida, Camelo tocou “Liberdade”.

Na volta, o músico tocou “Saudade” e, em mais um momento memorável da noite, executou “Morena”. Thomas voltou ao palco e antes de começar a próxima canção, Marcelo disse que eles iam tocar uma que não estava programada por conta de um pôr-do-sol que tinham visto antes do show e começaram a executar “Vermelho”. Caminhando para o final do show, mais uma de Camelo com o Los Hermanos: “Tá Bom”. Ao final da música, outro pedido da plateia: “Toca ‘Bom Dia’!”. Dessa vez, a voz de quem pediu não era tão boa e Marcelo começou o bis de “Luzes da Cidade”, ignorando o pedido.

Após aproximadamente 1h20 de show, Marcelo Camelo se despediu e agradeceu a presença de todos. Uma parte não queria se despedir e ficou na porta do corredor que dava acesso ao camarim esperando por uma aparição do ídolo ou mesmo que ele liberasse a entrada de alguém. Alguns poucos conseguiram.