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<B>Resenha:</b> Bob Mould - Silver Age</b>

<b>Bob Mould</b> lança um dos discos mais competentes do ano e mostra que não está satisfeito em viver de seu glorioso passado.

Bob Mould - Silver Age

Bob Mould - Silver Age

Talvez você só tenha ouvido falar de Bob Mould devido à sua participação com vocais e guitarras em “Dear Rosemary”, música do último disco do Foo Fighters, mas se esse for o caso, você definitivamente está precisando fazer a lição de casa.

O cara formou o influente Hüsker Dü nos anos 80 e nos anos 90 não atingiu apenas o underground mas foi parar nas rádios comerciais com o Sugar, banda cujo primeiro disco, Copper Blue,de 1992, tornou-se um marco na história do rock.

Após anos trabalhando em projetos  que se afastaram de seu som típico indo até a música eletrônica, por exemplo, Mould está de volta com Silver Age, disco que tem cara e jeito de andar do Sugar mas que traz elementos bem próprios que o tornam um álbum moderno mesmo trazendo fórmulas usadas e reutilizadas nos anos 90.

Em menos de 40 minutos e com 10 faixas, a maioria grudada uma na outra sem dar tempo do ouvinte respirar, Mould faz rock alternativo denso, com várias camadas de guitarras e um vocal que é só dele.

A partir do momento que você aperta o “Play”, começa a passear junto com o cara em uma viagem que vai de momentos escuros como em “Star Machine” e a faixa-título, uma cusparada na cara de alguém que deixou Mould muito puto, até músicas divertidas e perfeitas para um Sábado de manhã, como “The Descent” e “Keep Believing”, que deixam evidentes traços do pop-punk que fez com que bandas como Green Day e Foo Fighters se apaixonassem pelo som das bandas de Bob Mould.

O tão famigerado termo “power trio” fica evidente aqui em sua plenitude, à medida que Bob Mould nem deixa transparecer que estamos falando de apenas uma guitarra, o competente Jason Narducy mostra suas linhas de baixo e o baterista Jon Wurster (The Mountain Goats, Superchunk, Ben Gibbard) deixa tudo ligado e coeso, sem permitir que o álbum perca sua evidente força, mesmo fechando com a semi-balada “First Time Joy”, que ao invés de diminuir o ritmo das coisas, nos deixa com vontade de ouvir o material novamente.

Estamos falando de um dos mais influentes nomes da história do rock alternativo, e como se fosse para provar que não quer viver de seu passado, Mould lançou um dos discos mais competentes do ano.

Nota: 8/10