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Resenha: <b>Robert Plant</b> no Rio de Janeiro

Show da lenda levou gente que queria ouvir suas músicas e gente que estava ali só para dizer que viu a apresentação.

Robert Plant no Rio de Janeiro

Resenha por Daniel Corrêa

(Segurei para postar isso só depois que visse o Celebration Day, vocês vão entender a ligação que gostaria de fazer… Mas por um motivo bem idiota não vi o filme, e isso vocês vão saber no proximo podcast do TMDQA)

Quando as luzes se apagaram naquela noite na HSBC Arena, e aquele homem alto e barbudo que não lembrava muito o “Deus Dourado” do passado, nem o homem com o rosto estilizado no poster atrás do palco, um cara ao meu lado começou a berrar: “Eu estou vendo Deus, eu estou vendo Deus.” E ele começa a tirar fotos, fazer vídeos, e continua a berrar. Isso dura duas músicas. Depois dessa ele fica conferindo seus videos e caminha para outro lugar, como se já tivesse feito sua parte.

Esse, infelizmente, foi o retrato maior do público que foi ver Robert Plant na HSBC Arena. Muitos ali foram para estar, para contar que estiveram e poucos para realmente ver algo e pouquíssimos para ouvir.

Ouvir uma voz que, sim, dá pra sentir que o tempo machucou mas que tem um poder invejável. Ainda mais quando passa pelo blues, não só aquele por onde o Led Zeppelin passeava, mas um que busca nas raízes pontos de renovação com música do mundo todo. É isso que Plant quer. Dá pra sentir isso nos últimos discos que ele fez, como Band of Joy ou Raising Sand , feito com Alison Krauss. Dá pra sentir isso pela banda que o acompanha, com influência do blues, jazz e da world music, que segura muito bem o que o Plant quer mas não o que o público quer.

O público ali queria ver o Led. Simples. Mas nem quem viu Celebration Day, ou até quem viu aquele show em 2007, pessoalmente, os viu. Poucas bandas foram um simbionte de pessoas geniais como eles. Nunca se poderia ver o Led num show solo do Plant, por mais que ele mande uns agrados para o público, como o que foi visto durante o bis, com uma versão fantástica e emocionante de “Going to California”, com uma empolgante releitura  de “Gallows Pole” e jogando para o público o que eles pediam sempre, “Rock’n’Roll”.

Quem foi pra tirar a foto saiu satisfeito, quem foi pra ver o Led, não.

Eu fui pra ver um grande músico, conhecido por seu trabalho ao vivo. E vi. E foi fantástico. Pena que muitos só verão pelos videos e fotos que fizeram e não pelo que realmente foi.

Setlist

  1. Fixin’ to Die
  2. Tin Pan Valley
  3. 44
  4. Friends
  5. Spoonful
  6. Somebody Knocking
  7. Black Dog
  8. Bron-Y-Aur Stomp
  9. The Enchanter
  10. Another Tribe
  11. Ramble On
  12. I’m Your Witchdoctor
  13. Who Do You Love / Whole Lotta Love / Steal Away / Bury My Body
  14. Going to California
  15. Gallows Pole
  16. Rock and Roll