Nesta terça-feira (6) é lançado oficialmente Anthology, o álbum ao vivo que marca a despedida do Thrice. Dustin Kensrue, Teppei Teranishi e os irmãos Eddie e Riley Breckenridge decidiram se separar por tempo indeterminado – o tal “indefinite hiatus” – para ficar mais próximos das respectivas famílias, e deixaram de presente para os fãs um álbum que conseguiu capturar fielmente a energia e o peso da banda ao vivo, com um repertório selecionado em partes pelos fãs, em votação online.
A exemplo do ótimo Major/Minor, o último álbum de estúdio da banda, Anthology começa com a excepcional “Yellow Belly”. Mas há, na discografia do Thrice, uma outra faixa que reflete melhor a qualidade e a versatilidade de uma das bandas mais subestimadas do rock pós-anos 90.
Até 2003, quando lançou The Artist In The Ambulance, o Thrice era mais uma entre as centenas de bandas que faziam rock pesado influenciados pelo hardcore, post-hardcore e até pelo metalcore. Os discos anteriores, Identity Crisis (2001) e The Illusion of Safety (2002), contribuíram para essa imagem, mas em Vheissu (2005), o quarteto passou a mostrar uma nova cara.
Vheissu revelou uma banda artisticamente ousada, insatisfeita em se acomodar com os limites da “cena” hardcore e que, para supresa de muitos, conseguiu unir a sonoridade que a tornou conhecida com novas influências e experimentações. A faixa um de Vheissu, “The Image Of The Invisible”, é uma das melhores faixas de toda a discografia do grupo, e mostra exatamente esse equilíbrio entre as duas fases da carreira da banda.
Com uma série de crescendos e explosões, “The Image Of The Invisible” foi muito bem recebida pelos fãs – a participação da plateia na versão registrada em Anthology é de arrepiar – e deu confiança para a banda seguir determinada a mudar, o que abriu caminho para os ótimos The Alchemy Index I, II, III & IV (2007/2008), Beggars (2009) e, finalmente, o supracitado Major/Minor (2011). Fica aqui a torcida para que a pausa seja realmente temporária.