Resenha: <b>WROS Fest</b> em São Paulo - 03 e 04/11

Festival supera problemas técnicos e reúne shows memoráveis para os fãs de punk e hardcore.

Anti-Flag no WROS Fest

Anti-Flag no WROS Fest

Fotos por Samyr Aissami

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No último fim de semana, São Paulo recebeu a primeira edição do WROS Fest, com um line-up simplesmente espetacular para os fãs de punk rock, hardcore, post hardcore e demais variáveis. Reunindo nomes respeitados como Pennywise e Anti-Flag com bandas de reputação mais nova como Rise Against e A Wilhelm Scream, o evento teve um saldo muito positivo, apesar de algumas falhas da produção e a notável ausência do Glassjaw, que não pôde vir por causa do furacão Sandy, que impossibilitou a vinda da banda.

Sábado – 03/11

O primeiro dia do WROS Fest começou 2 minutos antes do horário anunciado: o Dead Fish subiu ao palco exatamente às 15h58, enquanto dezenas de fãs ainda aguardavam nas filas que ocupavam as escadarias do Espaço das Américas. Muitos estavam confusos sobre o processo de validação dos ingressos comprados pela internet, e nesse imbróglio acabaram perdendo um dos melhores shows de todo o festival.

Claramente dispostos a compensar o pouco tempo de palco – o quarteto só tinha meia hora de show – o Dead Fish fez um show direto e energético, quase sem intervalos entre as músicas. O repertório teve clássicos como “Proprietários do Terceiro Mundo” e “Sonho Médio”, mas foi foi quase todo baseado nos últimos três álbuns do grupo, com destaque especial para Zero e Um (2004), que ocupou quase metade do set.

Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest

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Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest

Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest

Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest

Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest

Dead Fish no primeiro dia de WROS Fest

Determinado a não desperdiçar tempo conversando com a plateia, o vocalista Rodrigo Lima esqueceu da própria promessa e interagiu duas vezes – numa delas revelou alguns cartazes que pretendia exibir durante a apresentação, como “Arte”, “Aqui Não” e “Vão Vocês” – este último uma brincadeira com a tradicional saudação do público, o onipresente “Ei, Dead Fish, vai tomar no cu!“. Apesar de ter sido um ótimo show para começar o festival, foi impossível não pensar no impacto que o Dead Fish teria causado se tivesse uma oportunidade melhor, com mais tempo e mais público.

Em seguida veio o Strike Anywhere, uma das atrações mais aguardadas do festival. A banda foi prejudicada pelo som embolado inicialmente, mas o problema foi amenizado pela boa presença de palco da banda, especialmente a do vocalista Thomas Barnett, com seus dreadlocks característicos. O público estava mais apático que durante o Dead Fish, mas respondeu bem a temas políticos como “Refusal” e “I’m Your Opposite Number”, dedicada à campanha presidencial que ocorre nos Estados Unidos. Ao longo da apresentação, o som melhorou um pouco, apesar da falta de definição de alguns instrumentos.

Strike Anywhere no primeiro dia de WROS Fest

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Strike Anywhere no primeiro dia de WROS Fest Strike Anywhere no primeiro dia de WROS Fest

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Strike Anywhere no primeiro dia de WROS Fest

O WROS Fest seguiu pontual, e pouco antes das 18h o Streetlight Manifesto começou um dos shows mais animados do primeiro dia. Misturando ska, punk rock e influências do leste europeu, a banda foi recebida por um público extasiado desde as primeiras notas do sax barítono em “Everything Went Numb”, e a animação foi ininterrupta até o fim com “Somewhere In Between”, cerca de 50 minutos depois.

Streetlight Manifesto no primeiro dia de WROS Fest

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Streetlight Manifesto no primeiro dia de WROS Fest Streetlight Manifesto no primeiro dia de WROS Fest

Streetlight Manifesto no primeiro dia de WROS Fest Streetlight Manifesto no primeiro dia de WROS Fest

Streetlight Manifesto no primeiro dia de WROS Fest

O som estava bem melhor equalizado do que no show do Strike Anywhere, e a formação extensa da banda, com integrantes do naipe de metais se revezando nos backing vocals, contribui muito bem para a energia do show. Ovacionado, o grupo chegou a retornar para o “bis”, mas foi barrado pela produção do festival por causa do tempo: era hora de preparar o palco para o show do Anti-Flag.

O punk político do quarteto faz menos sentido fora dos Estados Unidos, mas a apresentação impecável da banda não foi prejudicada por isso em momento algum. O som alto e bem equalizado casou perfeitamente com a energia sem fim do guitarrista e vocalista Justin Sane e do baixista Chris Barker.

Chris interage com o público o tempo inteiro, desde simples (e incontáveis) “Sao Paoooolo!“, com forte sotaque americano, a gritos de ordem e pedidos de palmas, dedos médios em riste, e demais celebrações agressivas do tipo. O repertório foi uma espécie de “best of” do grupo com faixas de quase todos os dez álbuns da banda. Os destaques foram “Fuck Police Brutality”, “Broken Bones” – do último álbum do Anti-Flag, General Strike (2012) – e um cover furioso de “Should I Stay Or Should I Go”, do The Clash. Um showzão.

Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest

Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest

Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest

Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest

Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest

Anti-Flag no primeiro dia de WROS Fest

Às 20h30, era hora do Alkaline Trio. Liderado pelo vocalista e guitarrista Matt Skiba, o grupo parecia à vontade e determinado a fazer um bom show no WROS Fest. Mas foi difícil manter a energia da plateia depois da empolgante performance do Anti-Flag, especialmente com o punk rock mais lento e menos explosivo do trio.

O cansaço do público começou a aparecer – já era o quinto show do dia – e a resposta foi menos calorosa do que nos shows anteriores. No palco, o Alkaline Trio fez um show muito competente, com destaque para o ótimo baterista Derek Grant. Faixas como “Private Eye”e “Goodbye Forever” animaram o público, que se deleitou também com a última do set, “Radio”. Apesar de ser um dos maiores hits do Alkaline Trio, a opção por fechar o show com uma balada esfriou ainda mais os ânimos, e tirou o brilho da boa apresentação da banda.

Alkaline Trio no primeiro dia de WROS Fest

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Alkaline Trio no primeiro dia de WROS Fest Alkaline Trio no primeiro dia de WROS Fest

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A maior parte dos presentes queria mesmo era ver o Rise Against, e quando a banda entrou no palco ao som de “Survivor Guilt”, nem o cansaço, as horas de espera ou o calor pareciam importar mais. A participação do público foi maciça o tempo todo, e a sequência “Ready To Fall”, “Collapse (Post-Amerika)” e “The Good Left Undone” empolgou até quem por acaso estivesse lá para conferir algumas das outras bandas do line-up – provavelmente uma isolada minoria.

Uma das principais características do som do Rise Against é a variação de ritmos e levadas, e ao vivo isso fica mais impressionante. Uma música pode começar com uma levada rápida, no estilo clássico do hardcore, mas muda o andamento no refrão para um ritmo mais lento, pulsante, que praticamente obriga a plateia a pular com o quarteto – que também sabe se portar muito bem no palco.

O repertório do show se baseou nos três últimos álbuns da banda: Endgame (2011), Appeal To Reason (2008) e The Sufferer & The Witness (2006), mas também incluiu faixas antigas como “Broken English” e uma versão acústica de “Swing Life Away”, seguida por um cover de “For Fiona”, do No Use For a Name, também acústico. O show acabou cerca de 1h20 depois do início, com a porrada “Savior”. Era hora de voltar para casa e se preparar para o segundo dia.

Rise Against no primeiro dia de WROS Fest

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Rise Against no primeiro dia de WROS Fest

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