Resenha: <b>WROS Fest</b> em São Paulo - 03 e 04/11

Festival supera problemas técnicos e reúne shows memoráveis para os fãs de punk e hardcore.

Anti-Flag no WROS Fest

Domingo – 04/11

O segundo dia do WROS Fest começou ainda mais cedo que o primeiro – às 15h30 – e talvez por isso o público que recebeu o Garage Fuzz não era tão grande. Imediatamente dava para sentir que o volume das caixas estava ainda mais alto que no dia anterior, o que acabou prejudicando a equalização do som durante todo o dia, e talvez tenha contribuído para uma falha técnica vergonhosa que rolou no show do Rise Against, novamente o último da noite. Mas chegaremos lá daqui a pouco.

Ao lado do Dead Fish, o Garage Fuzz é um dos maiores nomes da cena nacional de hardcore, e fez jus às expectativas com um show técnico e preciso, com cerca de meia hora de duração. A presença de palco em um local grande como o Espaço das Américas deixou a desejar, mas a banda agradou com um setlist equilibrado, com várias faixas cantadas a plenos pulmões por aqueles que mataram o almoço de família para conferir o show, como “Embedded Needs” e “Dear Cinnamon Tea”. Também teve espaço para divulgar o novo EP do grupo, Warm & Cold, lançado este ano.

Garage Fuzz no segundo dia de WROS Fest

Garage Fuzz no segundo dia de WROS Fest Garage Fuzz no segundo dia de WROS Fest

Garage Fuzz no segundo dia de WROS Fest Garage Fuzz no segundo dia de WROS Fest

Em seguida veio o excelente show do A Wilhelm Scream. Certamente a banda mais pesada do line-up, o quinteto deu aula de presença de palco, virtuosismo e simpatia, interagindo com o público o tempo inteiro. Português radicado nos Estados Unidos, o vocalista Nuno Pereira misturava português (de Portugal, claro) e inglês ao conversar com a plateia, e foi com essa mistura esquisita que ele revelou que a banda já terminou de gravar um novo álbum, mas que só sairá em 2013 porque o vocalista será pai em breve.

O grupo no entanto não deixou os fãs na mão, e mostrou duas novidades: “Boat Builders”, com uma pegada mais próxima do hardcore melódico, e “Gut Sick”. Mas foram faixas mais conhecidas como a complexa “The Horse” e “We Built This City! (On Debts and Booze)” que agradaram os presentes, que ovacionaram a banda insistentemente. O som, ainda alto, ajudou a empolgar, mas abafou a voz de Nuno em alguns momentos, e acabou atrapalhando o ótimo trabalho de backing vocals alternados entre o baixista Brian Robinson e o guitarrista Trevor Reilly.

A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest

A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest

A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest

A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest

A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest

A Wilhelm Scream no segundo dia de WROS Fest

Streetlight Manifesto e Anti-Flag vieram em seguida, e fizeram shows similares ao do primeiro dia – até os figurinos eram os mesmos. O Streetlight experimentou um setlist diferente, mas novamente baseado em faixas de Everything Goes Numb (2003) e Somewhere In Between (2007). O Anti-Flag também alterou alguns detalhes no set, mas se destacou por mostrar ainda mais energia que no sábado. Logo na terceira música, “Underground Network”, o baixista Chris Barker se jogou no público, e o baterista Pat Thetic tocou a saideira “Power To The Peaceful” no meio do público, acompanhado apenas por uma caixa e um prato. Novamente, um grande show.

Anti-Flag no segundo dia de WROS Fest

Anti-Flag no segundo dia de WROS Fest Anti-Flag no segundo dia de WROS Fest

Anti-Flag no segundo dia de WROS Fest Anti-Flag no segundo dia de WROS Fest

Streetlight Manifesto no segundo dia de WROS Fest

Streetlight Manifesto no segundo dia de WROS Fest Streetlight Manifesto no segundo dia de WROS Fest

Streetlight Manifesto no segundo dia de WROS Fest Streetlight Manifesto no segundo dia de WROS Fest

Eis que chega a hora do aguardado show do Pennywise. A apresentação ganhou status de “histórica” antes mesmo de ocorrer, por ser a primeira performance do grupo desde a volta do vocalista Jim Lindberg, anunciada dias antes do WROS. Como esperado, o show privilegiou todos os grandes clássicos da banda, e não teve nenhuma faixa de All Or Nothing, álbum lançado em maio deste ano com Zoli Téglás (Ignite) nos vocais.

O público paulista – acompanhado de gente de vários cantos do país, claro – estava completamente extasiado durante o show, e o quarteto também. O clima de camaradagem entre Lindberg e os outros integrantes era nítido, e em diversas oportunidades o guitarrista Fletcher Dragge pediu aplausos para Jim. “Ele voltou para casa, a onde pertence”, exclamou, apontando para Lindberg, que retribuiu com abraços em todos os integrantes e elogios à plateia: “É bom estar de volta”, antes de “Bro Hymn”, cantada em uníssono absoluto pelos presentes.

O maior problema do show foi o som. A guitarra de Dragge estava absurdamente alta, e virava uma massa indistinguível de distorção para quem estava mais próximo às caixas de som. Não fosse a cozinha competente de Byron McMakin e Randy Bradbury, seria difícil reconhecer o início de algumas músicas.

Pennywise no segundo dia de WROS Fest

Pennywise no segundo dia de WROS Fest Pennywise no segundo dia de WROS Fest

Pennywise no segundo dia de WROS Fest Pennywise no segundo dia de WROS Fest

Pennywise no segundo dia de WROS Fest Pennywise no segundo dia de WROS Fest

Pennywise no segundo dia de WROS Fest Pennywise no segundo dia de WROS Fest

Pennywise no segundo dia de WROS Fest

Cinco minutos antes do horário marcado, o Rise Against voltou ao palco do Espaço das Américas para encerrar o WROS Fest com chave de ouro. As luzes se apagam enquanto uma introdução misteriosa prepara o clima para a entrada do quarteto. Eis que a banda entra, puxa “Survivor Guilt” novamente e… nada. O som, aparentemente ok durante a passagem de som, simplesmente não saiu para o público, que desesperado tentava avisar a banda do problema. O vocalista Tim McIlrath então interrompeu a música, e pediu uns instantes para que a equipe técnica resolvesse a questão.

Após alguns segundos a banda voltou ao palco, novamente puxando “Survivor Guilt”, e as caixas permaneciam mudas. Outra saída de palco, e depois de minutos intermináveis, recheados de xingamentos direcionados à produção do WROS, a banda voltou, testou tudo e finalmente deu início ao show, mas desta vez com “Ready To Fall”.

O show teve mudanças significativas no setlist, que ainda focou mais nos últimos trabalhos do Rise Against. Saíram “Broken English”, “Drones”, “Disparity by Design”, “Blood to Bleed” e “Wait for Me” e entraram “Heaven Knows”, “Chamber the Cartridge”, “The Dirt Whispered”, “Give It All”, uma versão acústica de “Hero Of War” e “Paper Wings”, música sempre muito pedida pelo público.

Rise Against no segundo dia de WROS Fest

Rise Against no segundo dia de WROS Fest Rise Against no segundo dia de WROS Fest

Rise Against no segundo dia de WROS Fest Rise Against no segundo dia de WROS Fest

Rise Against no segundo dia de WROS Fest Rise Against no segundo dia de WROS Fest

Rise Against no segundo dia de WROS Fest Rise Against no segundo dia de WROS Fest

Rise Against no segundo dia de WROS Fest

O WROS Fest se mostrou um festival essencial para o aquecido mercado de shows internacionais no Brasil. Apesar nas falhas da produção, o evento contou com uma boa estrutura e um line-up primoroso para os fãs de punk e hardcore, que encheram os dois dias de festival. Agora é torcer e aguardar a edição 2013.

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