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Resenha: <b>Drops Festival DoSol</b> no Recife/PE (08/11/2012)

Saiba como foram os shows da <b>Monster Coyote</b> (RN), <b>AMP</b> (PE) e <b>Truckfighters</b> (Suécia).

Truckfighters no Drops Festival DoSol


(Fotos por Aline Mota)

Recife teve na última quinta-feira uma noite de rock! Algo que não acontece com frequência na capital pernambucana. Fato lembrado algumas vezes pelo guitarrista e vocalista da banda local AMP, Capivara Bivar, durante seu show.

O Downtown Pub, no bairro do Recife Antigo, foi o palco dessa noite abrigando o Drops Festival DoSol para fãs das bandas, pessoas ávidas a conhecer algo novo e até mesmo membros de outras bandas, como Diablo Motor (PE), Foxy Trio (PE), Desalma (PE) e Test (SP), que estavam lá para prestigiar a estreia da Mosh Agência Produtora.

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A casa abriu às 22h45 e o primeiro show foi da Monster Coyote (RN). Amilton Jr., Kalyl Lamarck e Renan Matos começaram o show às 23h20 para pouco mais de 30 pessoas. O repertório da banda foi baseado no disco de estreia, The Howling, de 2012.

Com muita fúria, energia e muita entrega no pequeno palco, o trio foi mandando uma música atrás da outra sem parar até a metade do show. As letras eram entoadas sempre sob o comando do Kalyl, que também toca baixo. Amilton, guitarrista, executou os riffs e solos com excelência e, mesmo com o palco reduzido, se mexeu bastante. Renan, que antes de subir ao palco corria de um lado para outro no primeiro andar da casa como quem se esquenta para a prática de algum esporte, também conduziu a bateria com maestria.

O vocal grutural, a cadência das canções e o alto volume do som atraiu mais pessoas para dentro do local. Durante a primeira pausa entre as músicas, o público presente era composto por 50 pessoas. O guitarrista foi ao microfone pela primeira vez e disse que a banda não gosta de conversar e que o importante era tocar. Após isso, o trio mandou mais duas músicas e parou mais uma vez para falar com o público. Kalyl agradeceu a presença de todos por estarem ali no meio da semana, em plena quinta-feira. Após isso, a Monster Coyote mandou a última do set.

“Trundra Dispair”, “Dead Bravery”, “Violence of Those”, “Beacon of Lost Souls”, “Windmill Tales” e “Unleash the Monster” foram algumas das canções executadas no excelente show de 35 minutos de duração. Só não foi o melhor, pois havia ainda duas bandas na sequência.

Às 0h10, a segunda atração da noite iniciou seu show. Representando a cidade, a AMP não aliviou os ouvidos dos que haviam acompanhado o show anterior e mandou seu som com o volume igualmente alto. Para se ter uma noção do peso colocado por Capivara (guitarra e vocal), Djalma (guitarra e vocal), Dudu (baixo) e Crika (bateria) em cima do palco, em um show passado da banda, todos os presentes receberam na entrada abafadores de som para ouvido por conta da intensidade sonora. Ontem não foi diferente.

Cerca de 100 pessoas estavam na casa para acompanhar o início da apresentação. O quarteto mesclou músicas em inglês e em português e canções do disco de estreia, Pharmako Dinâmica, de 2008, com algumas do próximo álbum, que deve ser lançado no próximo ano. “Effectslast Try” foi a primeira, seguida da inédita “Care Less”. Na sequência veio “Ataque dos Aliens” e outra nova, “Happy Virus Day”, antes da banda dar uma pausa e pedir para que o som fosse regulado.

Retomando o que foi escrito no início desta postagem, Capivara Bivar agradeceu ao público, produtora, as outras bandas e aproveitou para dizer que não é todo dia que Recife vivencia um evento como aquele. Os músicos mostraram que estavam aproveitando de verdade a oportunidade, até pelo fato de não estarem fazendo tantos shows. Isso contribuiu para que a banda tocasse com mais vigor e energira. Cada letra cantada, riffs, solos e linhas de baixo executados e batidas na bateira passavam a sensação de que aquela noite era única ou era a última.

Dando sequência ao setlist, a AMP mandou “How I Lied”, “Black Grass” e “Ensurdecedor”, essa última bem óbvia para o som da banda. O público vibrou e cantou as conhecidas. Djalma agradeceu. “What Would You Do” veio antes da dobradinha “Acidez” e “Devil’s Prize”, ambas do disco de 2009. À 0h50, o show terminou. O som da banda continuou ressoando pela casa deixando na cabeça do público a lembrança de um grande show, que, se fosse o principal da noite, teria encerrado com chave de ouro. Mas ainda havia mais.

Após vinte minutos de preparação de palco, à 1h10, os suecos do Truckfighters se posicionaram e deram início ao seu show para cerca de 200 pessoas. Dango começou o show fazendo barulho com sua guitarra e chamando o público, que já estava colado no palco, diferente dos outros shows. Quando Ozo (baixo e vocal) e Pezo (bateria) se juntaram ao outro músico, deram início à primeira música: “Desert Cruiser”, do primeiro álbum, o Gravity X, de 2005. A galera vibrou e cantou junto com Ozo ou mesmo só, quando o vocalista ficava apenas tocando seu instrumento.

Dango se mostrou bem energético. Não conseguiu ficar parado no palco, que, mesmo reduzido, foi preenchido por suas caminhadas e pulos constantes já na primeira canção. A segunda da noite, “Atomic”, do disco Phi, de 2007, confirmou mais uma vez um som de boa qualidade. Ozo e Pezo não ficavam atrás no quesito energia. O primeiro sempre interagindo com o público e se movimentando e o segundo tocando bateria com bastante ímpeto e gesticulando para o público e para os fotógrafos com suas tranças à la vikings.

“Last Curfew” e “Convention” deram continuidade ao show e deram continuidade na forma com que guitarrista e baixista se portavam no palco. O público, colado no palco como já dito, chegava a tocar nos instrumentos quando os músicos os colocavam próximo às pessoas. O clima ficava cada vez mais intenso. Na dobradinha “Traffic” e “Monte Gargano”, uma “rodinha de pogo” foi iniciada no meio da galera e até mesmo um mosh foi dado.

Ozo agradeceu por tudo até o momento e tentou interagir com o público, que sempre respondia com gritos de “Yeah!”. “Chameleon”, também do disco Phi, se fez presente no setlist e, antes da banda deixar o palco, “Helium 28” foi executada. Achando pouco os 50 minutos de show, o público gritou pela volta da banda. O trio retornou após poucos minutos de descanso e mandou a última da noite: “In Search of (The)”.

A cada final de show, a apresentação de tal banda se mostrava a melhor da noite. Se fossem shows solo, todas teriam exercido perfeitamente seu papel, mas foi uma noite de celebração com três bandas. O conjunto dos shows foi pefeito. A noite foi perfeita, musicalmente falando. Porém, ela não foi 100% em todos os aspectos.

A programação estava marcada para 21h, mas só começou às 23h20. A produção disse que recebeu diversas mensagens pelo Facebook de pessoas que queriam ir para o show, mas que se começasse no horário marcado, não teriam como chegar. Optou-se por atrasar o início da festa. E o segundo aspecto foi com a segurança para as bandas, principalmente com o Truckfighters. Objetos pessoais (celulares e camisa) foram roubados e, até algum tempo depois do final do evento, não haviam encontrado. Uma pena.

“A noite havia sido ótima até isso acontecer. Foi como colocar uma sombra sobre a noite… uma vergonha, pois as pessoas que estavam lá eram ótimas”, lamentou a banda em seu Facebook.

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