Os 21 melhores discos nacionais de 2012

Confira nossa seleção com os melhores discos brasileiros do ano.

O ano está quase no fim, a São Silvestre está aí pertinho e nós chegamos com a nossa lista de melhores discos nacionais de 2012.

Se nos discos internacionais o ano foi bastante produtivo, podemos dizer o mesmo da cena brasileira, já que tivemos grandes álbuns de rock, MPB, indie, instrumental e tantos outros estilos que fazem até mesmo a gente dizer aquela frase batida de que o Brasil é uma fusão de ritmos.

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Aproveite, conheça, ouça e opine sobre as nossas escolhas!

Textos por Tony Aiex, Angélica Albuquerque, Fernando Branco, Daniel Corrêa, Rakky Curvelo, Renan Pereira e Guilherme Guedes

21 – Violins – Violins

A banda de Goiânia Violins lançou esse ano um disco homônimo e mais uma vez mostrou que não está interessada no mainstream. A sonoridade sincera de todos esses longos anos de estrada dos caras é o que faz com que o grupo seja um dos principais do cenário underground nacional. Em Violins, a banda segue a mesma linha do antecessor Direito de Ser Nada, mas sem perder a criatividade de sempre.

Destaque mais uma vez para as belas poesias de Beto Cupertino.

20 – Venus Volts – Mini Cult Super Underground

O interessante projeto Venus Volts, de Campinas, lançou um dos discos mais interessantes e excitantes de 2012, merecendo maior destaque na mídia nacional.

Mini Cult Super Underground, 5ª registro do projeto que já tem 10 anos de história, mescla de forma brilhante grunge, post-punk, indie rock, indie pop e, até mesmo, pop psicodélico, dando destaque para riffs de guitarra e vocais suaves.

19 – Jair Naves – E Você Se Sente Numa Cela Escura, Planejando A Sua Fuga, Cavando o Chão com As Próprias Unhas

Gravado no lendário estúdio El Rocha e mixado por Fernando Sanches, E Você Se Sente Numa Cela Escura, Planejando A Sua Fuga, Cavando O Chão Com As Próprias Unhas – primeiro disco solo de Jair Naves – se trata de uma obra subjetiva e complexa.

Explorando temáticas profundas como devaneios, desilusões e morte, o ex-Ludovic nos presenteia com um disco que soa ora positivo, ora melancólico, mas que não deixa de ser um retrato da sempre intrigante incógnita por trás de Jair Naves.

Assim como no EP Araguari (2010), o músico aposta em um emaranhado de letras geniais, que nos levam muitas vezes a refletir nossa existência. Resumindo: um trabalho para quem ama a sinceridade musical e mergulha sem hesitação no mar de novas experiências.

18 – Lê Almeida – Pré Ambulatório

Guitarras altamente distorcidas, microfonia e muita sinceridade. Essa é a receita básica de Pré Ambulatório, mais recente EP do carioca Lê Almeida lançado em Outubro. Neste novo trabalho, o músico fundador da Transfusão Noise Records bota mais uma vez a mão na massa e se consolida entre os nomes de destaque do cenário independente nacional.

Explorando a configuração lo-fi, o sucessor de Mono Maçã (2011) foi gravado/mixado no estúdio Interestellar Lo-fi – e lançado pela Transfusão em parceria com a Midsummer Madness. A capa do disco, que você confere aí em cima, é uma colagem também criada pelo próprio músico. É aquela velha história: se você tem poucos recursos e pouca grana pra fazer algo luxuoso, use suas próprias ferramentas.

17 – El Efecto – Pedras e Sonhos

Uma das bandas mais excêntricas e aplaudidas do cenário underground carioca, El Efecto, mais uma vez acertou a mão e criou um álbum digno de atenção. Corajoso, criativo e totalmente livre de preconceitos, o álbum é composto por 9 faixas inteligentes (a começar por seus títulos), que prendem o ouvinte no instante em que o disco é colocado para rodar.

16 – Caetano Veloso – Abraçaço

O que dizer sobre Caetano Veloso? Difícil.

Sem parar no tempo como a maioria dos músicos, o baiano inova a cada novo registro e o exemplo mais recente disso é Abraçaço. Apesar de ter um histórico pra lá de invejável, Caetano não se escora em seu passado glorioso e mais uma vez nos traz uma obra com espírito crítico e jovial. À nova geração de músicos que flertam com a MPB, fica a dica: aprendam com o mestre.

15 – Sobre A Máquina – Sobre A Máquina

No limite entre a musicalidade e o ruído está o experimental do grupo carioca Sobre a Máquina. Formado por Cadu Tenório, Emygdio Costa, Ricardo Gameiro e Alex Zhemchuzhnikov e com 3 EPs nas costas, a banda lança seu primeiro disco situando sons do mundo, como se você tivesse que andar por aí para incluir as suas vivências às músicas. Mais que um disco, uma experiência.

14 – De’ La Roque – Qual O Seu Preço?

A banda carioca De’La Roque, composta por membros do Matanza, StripClub e R.O.T.S., pode ter feito sua estreia com um registro curto, com apenas 25 minutos de duração. Entretanto, cada segundo foi o suficiente para deixar gosto de “quero mais” e para o grupo calar a boca de quem fala que não tem mais bandas de rock and roll no Brasil (e tampouco no Rio de Janeiro).

Com letras destemidas, melodias extasiantes e vocais cheios de pressão, Qual o Seu Preço? é um verdadeiro soco no pâncreas.

13 – BNegão & Os Seletores de Frequência – Sintoniza Lá

BNegão acertou a mão na hora de selecionar a frequência de seu novo disco e deu origem a um material composto por metais muito bem arranjados e groove cheio de ginga, trazendo em perfeita sintonia rap, dub, afrobeat, música experimental, rock steady, elementos da música brasileira e, até mesmo, post-hardcore.

Disco “certo, sem caô”. Com canções feitas tanto para relaxar quanto para serem tocadas no baile.

12 – Bidê Ou Balde – Eles São Assim. E Assim Por Diante.

Após longos anos a banda gaúcha Bidê Ou Balde lançou um novo disco de estúdio e acertou a mão. Sem tantos ritmos e letras frenéticos (e às vezes non-sense) de outros discos, o grupo apostou em mesclar seu pop/rock que bebe em fontes Inglesas mais clássicas com ritmos atuais e elementos modernos, que deram uma cara toda nova ao som da banda.

Cara nova que também recebeu “Mesmo Que Mude”, um dos maiores sucessos da carreira do Bidê Ou Balde regravado como faixa bônus com a participação de Renato Borghetti na gaita. Ficou tudo muito bacana.

11 – Cambriana – House Of Tolerance

Cambriana é uma das maiores surpresas do ano. Canções sem medo de soarem pop, com ótimas letras, assobiáveis, dançantes e com uma qualidade absurda. House of Tolerance, debut da banda goiana, é um disco redondo e com músicas que tocariam em qualquer rádio por aí.

10 – Titãs – Cabeça Dinossauro Ao Vivo

Cabeça Dinossauro foi lançado em 1986 e tornou-se um dos primeiros discos a colocar o rock mais pesado no mainstream nacional. Só tem clássicos e músicas que questionavam tudo e todos na época. Nessa edição comemorativa ele é tocado na íntegra com grande produção e uma mostra clara de que o repertório não perdeu força .

Impecável e dá saudade de quando o rock clássico nacional tinha um pouco mais de forma e conteúdo.

9 – Supercordas – A Mágica Deriva dos Elefantes

Psicodelia nacional muito bem feita. Seis anos depois do primeiro disco, a banda voltou em viagens ainda mais lisérgicas, recheadas de efeitos e sintetizadores.

Somando isso a arranjos orquestrais e solos de guitarras bem legais, a banda consegue uma mistura de várias camadas sonoras que vai crescendo quanto mais a gente escuta.

É um trabalho difícil de digerir, mas vale a pena insistir.

8 – SILVA – Claridão

O minimalismo do som de Silva não é sinônimo de simplicidade. A doçura aparente das canções, sejam elas quase pequenas valsas ou construções eletrônicas elaboradíssimas, escondem uma tristeza, um sabor agridoce. Claridão tem altos e baixos, mas prova que Silva é um artista que sabe ousar e que pode surpreender muito ainda.

7 – Tulipa Ruiz – Tudo Tanto

Há alguns poucos anos, Tulipa Ruiz é aclamada como um dos maiores nomes da riquíssima nova geração de cantoras de MPB, e seu segundo álbum prova que não é à toa. Rico em texturas e estruturas, o álbum faz reverência à história da música brasileira sem soar como um “falso retrô”, e consegue ser original sem precisar apelar para experimentações excessivas.

Tudo Tanto brilha um pouco mais nas canções lentas – a bonita “OK”, ou o blues amargurado “Víbora”, que tem versos canetados por Criolo – mas também acerta em faixas animadas como a abertura “É” e “Like This”.

6 – Tom Zé – Tropicália Lixo Lógico

Tropicália Lixo Lógico – novo disco do genial e muitas vezes incompreendido Tom Zé – foi lançado em julho e traz participações de artistas consagrados, como Mallu Magalhães, Emicida, Rodrigo Amarante, Pélico e Washington. Mergulhando novamente na temática que o projetou ao mundo da música no fim da década de 60, Tom Zé chegou a confessar em uma entrevista que teve receio de “desenterrar” a Tropicália.

Lançado de forma independente e produzido por Daniel Maia, Tropicália Lixo Lógico mistura bossa-nova, MPB, rock e tudo mais que seja possível dentro do universo proposto pelo músico.

Em outras palavras, um verdadeiro romance entre o experimental e o popular que deve ser analisado com cautela.

5 – Céu – Caravana Sereia Bloom

O terceiro álbum da Céu está na estrada. Como o nome do álbum já diz, Céu está numa caravana (Caravana Sereia Bloom) e canta dela a sua liberdade, a sua falta de ar e o que ficou pra trás, no retrovisor. Muito mais baseada no Reggae e no Pop do que no Samba dos álbuns anteriores, Céu dá uma chegadinha no rock e no baião também e o faz sem medo de ser feliz.

Ousada e pronta, Céu declara que não tem mais nada a impedindo de brilhar, seja em que estilo for. Uma das mais incríveis canções do CD que poderia ser mais longo é “Contravento”, em que dá pra sentir um pouco de Roberto Carlos e um pouco de Clara Nunes, sendo estes ou não inspirações para a cantora. “Que mais, que posso querer? / Se tenho as memórias para abastecer”, canta ela em “Asfalto e Sal”. Pois bem, só faltou mencionar que se precisa de uma boa trilha sonora para viagem. E que você fez uma das boas, Dona Céu.

4 – Vivendo Do Ócio – O Pensamento É Um Ímã

Com letras poéticas, nostálgicas e bastante reflexivas, que preenchem melodias ora cativantes, ora dançantes, O Pensamento É Um Imã não é apenas um dos melhores discos nacionais de 2012, mas também o melhor e mais maduro já lançado pelo quarteto de indie rock baiano, que, nitidamente, cuidou de todos os detalhes do registro com muito zelo.

O resultado não poderia ser melhor.

3 – O Terno – 66

Você pode ficar meio desconfiado quando conhecer a banda, que pode parecer mais um grupo de modinha com visual e influências retrô.

Mas ouvindo o disco do O Terno, você encontrará riffs roqueiros pra lá de bacanas, letras inteligentes e de duplo sentido e boa influência da música brasileira dos anos 60. Tudo isso ainda veio acompanhado de um clipe para “66” que ajudou (e muito) a impulsionar o álbum, já que é um dos mais bacanas do ano.

2 – Macaco Bong – This Is Rolê

Mesmo com a troca de baixista, a banda manteve a química. Os climas e as viagens sonoras continuam muito interessantes e as linhas de guitarra distorcidas falam alto. Mais alto que qualquer vocalista atualmente na música brasileira.

Não à toa o disco instrumental está no pódio de 2012.

1 – Black Drawing Chalks – No Dust Stuck On You

Com seu quarto álbum de estúdio, o quarteto de stoner rock/hard rock de Goiânia provou que, realmente, é um dos principais nomes da música da mais alta qualidade produzida no Brasil, tendo conquistado até mesmo a mídia norte-americana e inglesa com o lançamento mencionado.

Composto por 15 faixas, todas com instrumentos bem timbrados e guitarras cremosas, No Dust Stuck On You é o registro mais denso do grupo, até então, além do mais trabalhado – fruto do quanto a banda cresceu e aprendeu nos últimos anos. Sem dúvida, o projeto formado apenas para poder desenhar as capas de seus discos, a princípio, tem uma brilhante carreira pela frente.

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