<b>Som de Cinema #6</b>: <b>"Sound City"</b> e a visão de mundo de <b>Dave Grohl</b>

1h47min de uma paixão incontrolável por um método.

<b>Som de Cinema #6</b>: <b>"Sound City"</b> e a visão de mundo de <b>Dave Grohl</b>

Você, leitor do TMDQA, já deve ter notado faz tempo que gostamos muito do Dave Grohl. E isso vai além da música. Ele é um cara bacana, e apaixonado pelo que faz. E a gente acha isso bonito. E hoje, na “Som de Cinema”, vamos falar sobre algo que ele fez – visivelmente – pela paixão: o documentário “Sound City”.

O filme, lançado no início do ano no festival de Sundance e disponível, para várias plataformas, aqui, começa com um passeio, devagar, sem pressa, pelo estúdio. A câmera se movimenta e vemos os detalhes, o trabalho de preparo da mesa, o rolo sendo colocado. Depois surge Dave, com um violão, e começa a tocar uma canção, que vira a trilha do começo real do documentário. Com ele falando da sua relação com a música e dirigindo em direção ao Sound City. Essa sequência dura menos de dois minutos, mas é o suficiente para entendermos a relação que o filme vai criar com o espectador. “Sound City” é um filme sobre amar música, e amar fazer música. Então o processo, o modo como a música é criada, vai ter tanto ou mais destaque que as próprias canções.

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E como elas poderiam ter destaque nesse filme, clássicos foram gravados naquele estúdio. Mas o que importa no filme é o que estava por trás das canções, a junção de pessoas criando, tocando com gosto e não modificando digitalmente. Foi naquele estúdio sujo e desleixado, mas estranhamente confortável, que várias bandas fizeram clássicos. Lá surgiu o “After the Gold Rush”, do Neil Young, o “Unchained” do Cash, o “Rumours” do Fleetwood Mac, o primeiro do RATM, o “Nevermind” do Nirvana, o “Rated R” do QOTSA e até o amado dos indies, “Pinkerton” do Weezer.

Parecia que tudo estava certo naquele estúdio. Funcionários que faziam o que amavam e pessoas que queriam fazer música. E de um jeito que parece que não volta mais. Apesar de uma carga de saudosismo e tristeza que move parte do filme, o modo como caminha para o fim, com a mesa do Sound City, tão amada por Dave sendo levada por ele para seu estúdio, onde chama grandes nomes que passaram por Sound City para criarem canções novas, pelo gosto de tocar. Provando que não adianta chorar o passado, e sim continuar com paixão criando coisas novas.

Com canções fantásticas com parcerias espetaculares, o filme surpreende pela sensibilidade de Dave enquanto diretor. Seguindo uma linha padrão informativa durante o começo do filme, o discurso de Dave é confirmado pelos depoimentos dos entrevistados, numa entrevista bem conduzida, e com planos bem realizados.

O filme acaba leve, com Dave sendo o cara legal de sempre, mostrando o respeito pela arte. Tanto o cinema quanto a música.

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