Dashboard Confessional
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Para quem não sabe, o Carioca Club, local que recebe vários shows internacionais de rock em São Paulo, é também uma tradicional casa de samba, pagode, sertanejo e funk. Na bilheteria, o cartaz que anuncia o show do Cradle Of Filth divide espaço com folhetos de um evento que vai receber, na mesma noite, Mr. Catra e Os Leleks, aqueles do “Ah Lelek Lek Lek Lek Lek (…) Lelek Lek Lek…”, enfim. Na maioria das vezes essa disparidade toda ocorre na mesma noite, obrigando os shows de rock a ocorrerem numa espécie de matinê.
Como no sábado (09) era dia de Façanha, Ato Nobre e Julio César & Renato a partir das 22h30, a primeira data paulista da Alterock Tour estava marcada para começar às 18h. Por volta de 18h40, Chris Carraba subiu ao palco muito aplaudido pelos presentes. Simpático, o cantor/violonista/compositor perguntou de cara: “Vocês querem que eu comece com algo velho ou novo?”. A resposta, claro, foi unânime a favor das velharias, e Chris abriu a performance com “The Places You Have Come To Fear The Most”, do álbum homônimo lançado em 2001.
Chris canta muito bem ao vivo, alternando sussuros delicados e gritos emocionados com técnica quase sempre perfeita. Com apenas dois violões e um set de pedais, Carraba passou por todas as fases da carreira, com destaque para faixas mais antigas como “Screaming Infidelities”, “Again I Go Unnoticed” e “The Sharp Hint Of New Tears”. O vocalista frequentemente caminhava pelo palco com o violão, cantando sem ajuda de microfone, auxiliado apenas pela plateia, que na metade do show já lotava o Carioca Club.
Também houve espaço para novidades. Chris aproveitou a estreia no Brasil para mostrar a música “Scraping Up The Pieces”, primeiro single do Twin Falls, novo projeto do cantor que tem uma veia mais próxima do folk e foi revelado com exclusividade em entrevista recente ao TMDQA!. O fim foi um êxtase para quem foi adolescente no início dos anos 2000, com a trinca “Stolen”, “Vindicated” e a clássica “Hands Down”, hino da dor de cotovelo de 11 em cada 10 rejeitados pelas namoradas no início da década passada. Nesta última, Chris cantou apenas por capricho, porque nem precisava: a audiência tomou conta, com braços pra cima e algumas lágrimas de êxtase. Dezessete músicas e mais de uma hora depois, era a vez do Anberlin.