Foi lançado na última semana do festival texano South by SouthWest (SXSW), o documentário “The Punk Singer” (A Cantora Punk, em tradução livre), que conta a história de Kathleen Hanna, uma das precursoras e ícone do movimento Riot Grrrl. Dirigido por Sini Anderson, o longa passa por diversos períodos da vida da cantora, com destaque não apenas em sua carreira musical com o Bikini Kill e atual membro do Le Tigre, mas também a difícil batalha com a doença de Lyme, da qual vem se recuperando.
Além de contextualizar o papel de Kathlenn no que ficou caracterizado como a segunda onda do movimento feminista ocorrido no início dos anos 1990, o diretor situa o telespectador ao que isso significou para o posicionamento da mulher na sociedade. Dentre os inúmeros vídeos, há cenas da artista discursando em favor das mulheres, desde a época da faculdade até aos palcos com sua banda.
Uma das passagens mais frágeis do filme são seus depoimentos sobre a doença. Ela conta que demorou seis anos para ser diagnosticada, o que fez a doença evoluir a estágios finais e quase destruir sua carreira. Até então, ela não havia dito ao público por não conseguir admitir nem a si mesma. Em uma entrevista ao portal Pitchfork, ela diz:
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Eu só não queria ter que encarar o fato de que estava realmente doente. Me disseram que eu precisava parar meu corpo. Eu disse ao mundo que ia parar de tocar. Era melhor do que enfrentar a realidade de não ser capaz de fazer o que eu mais amo do que qualquer coisa no mundo.
Alguns dos momentos mais duros de “The Punk Singer” foram documentados em filme pelo marido de Hanna, o integrante do Beastie Boys Adam Horovitz.
Atualmente, Hanna passa pelos últimos quatro meses de remissão, e já tem novidades. Pretende continuar seu projeto Julie Ruin, um disco totalmente gravado pela artista durante o hiato com o Bikini Kill que fez surgir o Le Tigre.
