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<b>Resenha:</b> Raimundos e Diablo Motor no Recife (22/03/2013)

Saiba como foi mais um show da turnê <em><b>Roda Viva</b></em>.

Raimundos

Raimundos

Raimundos no Recife
(Fotos por Aline Mota)

Depois de dois anos e alguns dias, o Raimundos voltou ao Recife – a última passagem havia sido no Festival Quarta Cinza Rock, dentro da programação do Carnaval da Cidade de 2011.

Dessa vez, a banda veio divulgar a turnê Roda Viva, que já contabiliza mais de 140 shows pelo Brasil e cerca de 350 mil espectadores e reafirmou a volta da banda ao cenário musical brasileiro com Digão (vocais, guitarra), Canisso (baixo), Marquim (guitarra) e Caio (bateria) na formação atual. Na capital pernambucana, cerca de 2.500 pessoas se juntaram ao número já citado de espectadores em mais uma apresentação dos “malucos de Brasília”.

Para quem já conhecia o repertório do CD e DVD que deu nome à turnê, ficou fácil acompanhar cada canção. Ficou fácil também para quem segue o grupo desde o seu auge no final dos anos 90, o que parecia ser boa parte dos presente no Clube Português na noite da última sexta-feira, 22 de Março.

“Fique Fique” abriu os trabalhos e fez com que o público, antes espalhado por toda a casa, ficasse mais próximo do palco ou mesmo começasse a formar uma roda gigantesca no meio da pista. Ao final da canção, e para a alegria de todos, Digão deu boa noite e soltou: “Essa é a cidade mais rock ‘n’ roll do Nordeste!”. Em seguida pegou seu triângulo e começou as batidas de “Esporrei na Manivela”.

“JAWS”, “Marujo”, “Rapante” e “Opa Peraí Caceta” vieram em seguida. A primeira, o single mais recente da banda, de 2010. A segunda, com a icônica frase que resume a situação da banda em seu passado recente: “É por isso que o Raimundos nunca vai se acabar”. E as duas últimas, colocaram mais fogo no público e na roda, cada vez maior.

Sem descanso, o quarteto mandou mais três clássicos: “Pompem”, “O Pão da Minha Prima” e “Mulher de Fases”. A última com uma zoação: uma introdução versão sertanejo, que acabou em segundos, para alegria do público, que pôde ouvir a versão oficial na sequência.

Após isso, o que se viu foi uma grande quantidade de pessoas subindo no palco para dar moshes. Normal. O que não era normal era a força que seguranças, técnicos e roadies utilizavam para tirar as pessoas do palco. Muitos foram empurrados sem a mínima noção da consequência que aquilo poderia acarretar. Pelo visto, ninguém se machucou gravemente.

Desde o início o público cantou junto com a banda. Não foi diferente em “Palhas do Coqueiro”, “Be a Bá”, “Aquela” e “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”.

E como já tem feito em alguns shows recentes, o Raimundos mandou sua homenagem ao Chorão ao tocar “Zóio de Lula”, do Charlie Brown Jr., companheiros de sucesso no mercado fonográfico brasileiro.

Retomando o set próprio, a banda tocou “Me Lambe” e “A Mais Pedida”. O repertório do DVD e da turnê foi escolhido a dedo, mas sem muita dificuldade. O Raimundos tem muitos sucessos que fãs antigos e novos conhecem muito bem. Até mesmo uma que não foi colocada no Roda Viva, como “Nêga Jurema”, que antes de ser iniciada, Digão voltou no passado e lembrou do show realizado pela banda no Circo Maluco Beleza em 1994 – nota do editor: ou mesmo 1995, na terceira edição do Abril Pro Rock.

Pausa no hardcore. “Reggae Do Manero” acalmou um poucos ânimos. Mas acalmou no sentido de dar um descanso na galera, pois ainda tinha show pela frente. Pedindo que homens, e mulheres também – “sintam-se à vontade”, disse Digão, tirassem as camisas e começassem girar no ar, a banda deu início à “Tora Tora”.

Antes de saírem do palco, “Eu Quero Ver o Oco” proporcionou o melhor momento da noite, até então. Algumas vezes Digão deixava de cantar e só comandava a plateia, que depois de tanto ainda não parava de cantar e pular.

Durante a pausa, gritos pela famosa música que fala daquele local na capital da Paraíba ecoavam no Clube Português. Mas ainda não era a hora. Ao voltar, tocaram “Deixa Eu Falar” para só então, depois de mais pedidos, executar “Puteiro Em João Pessoa” e finalizar a noite com outro excelente momento. Só não foi melhor pois era o fim.

Apesar do som, que em alguns momentos prejudicou a audição das músicas, principalmente o vocal, foi um bom show. O público ficaria por mais algumas canções, se houvesse mais, e continuaria a cantar como o fez desde os primeiros versos da noite.

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