Resenha e fotos <b>exclusivas:</b> Franz Ferdinand <b>no Recife</b> (28/03/2013)

Saiba como foi o show dos escoceses no Recife. Show de abertura da noite ficou por conta da pernambucana <b>Sweet Fanny Adams</b>.

Franz Ferdinand no Recife

Franz Ferdinand no Recife

Texto por Yuri Ribeiro
Fotos por Thiago Freire

Recife vivenciou na noite da última quinta-feira, dia 28 de Março, o que pode ser considerado um dos melhores shows gringos que passaram pela cidade nos últimos anos. Numa apresentação inspirada, o Franz Ferdinand não se limitou apenas a executar um bom show. A banda incendiou a cidade por uma noite.

Mas, antes de falar do show dos escoceses, é importante falar da entrada definitiva de Recife no circuito dos grandes shows. Já se foi a época em que apenas bandas estrangeiras em fim de carreira apareciam por aqui. Há alguns anos bandas atuais – seja de rock ou pop – têm vindo para a cidade. Tudo isso se deve, principalmente, à coragem e ousadia de produtores que acreditam no público daqui. Bom para todos.

Novas opções de lugares também conta bastante. E o Baile Perfumado foi uma mão na roda para shows de médio porte – o local tem capacidade para três mil pessoas. Para o show do Franz Ferdinand o local foi todo customizado pela cerveja patrocinadora, deixando o ambiente ainda mais legal para fãs e curiosos que lotaram a casa.

Sweet Fanny Adams

Sweet Fanny Adams no show do Franz Ferdinand no Recife

Como anunciado previamente, às 22h a Sweet Fanny Adams subiu ao palco. Após uma pausa de dois anos, o agora trio realizou a segunda apresentação – a primeira foi na eliminatória para abrir o show – com uma nova roupagem. Abandonaram a bateria e investiram pesado em elementos eletrônicos. Sintetizadores dividem espaço com baixo e guitarra.

Em uma cena onde as bandas fazem cada vez mais a mesma coisa, a SFA ousa em resgatar os anos 80, tendo como influência New Order e Kraftwerk. Os caras foram bem competentes dentro da proposta e durante 40 minutos de apresentação esquentaram o público que esperava ansiosamente pela atração principal.

Franz Ferdinand

Franz Ferdinand no Recife

Finalmente, às 23h40, gritos mais empolgados anunciavam a entrada de Alex Kapranos e companhia no palco. Nos primeiros acordes da agitada “Bullet” o público começou a pular, dando início a um show que seria inesquecível para os presentes. Na sequência emendaram “No You Girls”, um dos hits do último disco da banda, Tonight: Franz Ferdinand, de 2009.

Após a recepção calorosa, o vocalista quebrou o gelo com o público e soltou um “oxente”, expressão bastante usada por gringos que querem conquistar o coração dos pernambucanos, e que normalmente funciona. Gritos e mais gritos do público.

Algumas músicas depois soltaram “Rigth Thoughts” e, para surpresa da banda, cartazes com “right” foram levantados. Os músicos se entreolhavam com sorrisos de quem realmente estavam achando aquilo tudo muito legal. Tudo isso parece ter servido de gás para cada vez se empolgarem mais executando o setlist, que passou pelos três discos do grupo.

A todo instante Kapranos fazia questão de dizer que estavam felizes por estarem no Recife. Talvez isso seja costumeiro, mas na ocasião parecia sincero. Tão sincero a ponto de erguer uma bandeira de Pernambuco e deixá-la estendida no retorno durante toda a apresentação. Talvez as pessoas de fora achem tudo isso exagero, mas aqui, pode acreditar, tem muita importância para o público.

Com uma sequência de “Take Me Out” e “Ulyssses”, o Franz Ferdinand lembrou os tempos em que Los Hermanos viviam tocando por aqui. Cada um nas suas devidas proporções, obviamente. Mas o público cantando junto euforicamente – e em algumas ocasiões balançando os braços, guiado pela banda – fazia parecer que os caras tocavam na cidade com freqüência.

Após “Love Outsiders” a banda saiu e voltou pro bis com “Walk Away”, hit do segundo disco da banda, You Could Have it so Much Better, de 2005. Foram mais cinco músicas, encerrando com “This Fire” e “Jacqueline”, do álbum de estreia. Aplausos, gritos e euforia. Os presentes pareciam sair de lá com a alma lavada.

Para a banda, o que a princípio seria uma apresentação de esquente para o Lolapallooza, terminou sendo um showzão. Pode ter dado um gás a mais para a apresentação em São Paulo. Para a cidade, mais uma prova que o público anseia por bons shows como esse.

Recife pegou fogo.