O balanço d’A Curva da Cintura
Texto por Stella Bruk
Fotos por Solange Moreira-Yeoell
O trio A Curva da Cintura, composto por Arnaldo Antunes, Edgar Scandurra e Toumani Diabaté, tomou parte do festival La Linea que acontece em Londres sempre no mês de Abril desde 2001. O festival é uma apresentação de tudo o que há de melhor e atual em música latina contemporânea.
Na ultima sexta feira, 12 de Abril, o festival aconteceu na Union Chapel, uma igreja de arquitetura gótica vitoriana de 1800 que, além das funções religiosas é um centro de apoio para os desabrigados de Londres, onde são desenvolvidos projetos sociais e algumas apresentações musicais e de comedia para angariar fundos.
O grupo Family Atlantica abriu a noite, grupo formado pela poetisa e cantora venezuelana Luzmira Zerpa, o produtor e multi-instrumentista inglês Jack Yglesias e o percussionista nigeriano/ganês Kwame ‘Natural Power’ Crentsil.
A banda apresentou um som cheio de psicodelia e espiritual jazz, mesclando raízes venezuelanas, rumba cubana, sons de Gana e da Etiópia, todos entoados pela voz mágica e poderosa de Luzmira, num visual bastante colorido e exótico para os padrões ingleses.
O público presente para conferir A Curva da Cintura era composto majoritariamente por ingleses que já conhecem o trabalho de Toumani Diabaté, mestre no instrumento kora e suas colaborações interculturais. A plateia ficou encantada com o contraste da voz sombria de Arnaldo e a performance mais roqueira de Scandurra.
Arnaldo conversou com o público sempre em inglês, agradecendo a acolhida e explicou o nome do grupo, que se podia se tratar da curva do corpo feminino quanto da curva geográfica entre Brasil e Mali.
O público correspondeu com palmas espontâneas em músicas como “Meu Cabelo (Elisa)”, se admirou com a performance de Arnaldo dançando bem à vontade em “A Curva da Cintura” e “tirando o microfone” para dançar ao executarem “Muito Além”.
Edgar, com função tripla – voz, guitarra e bumbo – impressionou com as pegadas blues e rock agradando em cheio os brasileiros presentes que não conheciam o lado mais world music de Edgar.
Ao final do show, os músicos desceram do palco e falaram com muita simpatia com o público, tirando fotos e dando autógrafos.
Galeria:
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