Hoje, 23 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Choro, o popular chorinho. Talvez o primeiro gênero genuinamente brasileiro e urbano, surgindo na virada do século XIX para o XX, ele ganha sua data em homenagem a um dos seus principais artistas.Neste mesmo dia, em 1897, nascia Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha.
Um dos maiores gênios da música instrumental brasileira, ele trazia temas complexos e ao mesmo tempo assobiáveis, ele foi Miles e Louis ao mesmo tempo. Filho de um músico, Pixinguinha aprendeu a tocar em casa, junto com seus irmãos, que foram os responsáveis para que ele começasse sua carreira. Além de estar lá no início do samba, com Donga, Mário Reis e Francisco Alves, Pixinguinha está eternizado no imaginário popular com canções como “Rosa”, “Lamentos” e, é claro, “Carinhoso”.
Mas essa tradição do chorinho, com todas essas canções parece sumir aos poucos. Não se ouvem mais serenatas, nem as rodas em coretos de praças e até nos lugares – casas e bares – onde se ouvia chorinho ele parece meio ausente. Uns andam dizendo até por aí que o choro está morto. Mas assim como Paulinho da Viola cantou uma vez, dizendo que o samba só acabou de verdade quando o dia clareou, o chorinho está muito vivo e criando novas pérolas.
Semana passada vi uma prova vinda de Petrópolis, na região serrana do Rio. Escalado para abrir a noite em três no Rio Scenarium, o Taruíra chamou a atenção ao trazer obras de compositores como Moacir Santos e Ravel misturadas com Tom Jobim, Luiz Gonzaga e Beatles, num caldeirão sonoro próprio que traz aqueles temas familiares para reforçar os novos, autorais, criados pela banda.
É rapaz, o chorinho não morreu. Ainda gera frutos, e belos frutos. Para dançar e sorrir, como nos velhos tempos.
Então coloque o vídeo abaixo pra rolar e chore com a gente.