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Cobertura do Festival In-Edit (Dias 1, 2 e 3)

Confira como foram os três primeiros dias do festival In-Edit Brasil, que traz uma série de grandes documentários musicais ao nosso país.

Cobertura do Festival In-Edit (Dias 1, 2 e 3)

Terceiro Dia

O público compareceu ao CINESESC em peso na noite de domingo para prestigiar os dois documentários do Festival In-Edit. Às 19h rolou a sessão de Beware of Mr. Baker (Jay Bulger), um retrato de Ginger Baker, talentosíssimo baterista, mais conhecido por ter sido membro do supergrupo Cream, juntamente com Eric Clapton e Jack Bruce. Já às 21h foi a vez de Who Took the Bomp? Le Tigre on Tour (Kerthy Fix), sobre uma turnê do Le Tigre, grupo electroclash da cidade de Nova Iorque.

Beware Of Mr. Baker
Beware of Mr. Baker nos mostra a trajetória musical de Ginger Baker, tendo o próprio baterista como protagonista. Jay Bulger, o diretor, chega a morar com Baker durante o período das filmagens, conduzindo extensas entrevistas em que o músico conta detalhes da sua carreira. O notável talento de Baker é exaltado, assim como sua personalidade geniosa e um tanto instável, através de depoimentos dados por outros músicos, como Eric Clapton, Jack Bruce, Neil Peart e Chad Smith.

Para além do trabalho com o Cream e com o Blind Faith, o filme nos mostra o período em que Baker viveu na Nigéria, de 1970 a 1976, tocando no Africa ’70 – banda de Fela Kuti, pioneiro do afrobeat e político nigeriano. Baker, como nos mostra o filme, chega a ser reconhecido como um “legítimo” baterista de Jazz americano. A idolatria do músico por bateristas como Art Blakeye e Max Roach faz com que tal reconhecimento seja mais importante, entretanto, do que sua vida como marido ou pai de família, gerando um desconforto constante entre si e as pessoas de seu núcleo familiar.

Le Tigre

Os bastidores de uma turnê do Le Tigre são retratados por Kerthy Fix em Who Took the Bomp? Le Tigre on Tour. O universo temático das canções da banda, formada por Kathleen Hanna (ex-Bikini Kill), Johanna Fateman e JD Samson, é envolto por questões relativas ao feminismo e ao levante LGBT.

O sério conteúdo sociopolítico das letras do Le Tigre são transpostos ao palco, entretanto, através de uma performance enérgica, figurinos entre o chique e o debochado e coreografias bastante sincronizadas. Vemos no documentário performances completas de hits do grupo, como “Who took the bomp?” e “Hot Topic”.

Além de um divertido registro do cotidiano das integrantes do Le Tigre durante a turnê, o documentário levanta questões sobre a dificuldade sempre presente das musicistas em serem respeitadas por seu trabalho artístico e por suas ideias, frente ao universo predominantemente masculino que engendra a indústria musical.

 

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