Cobertura do Festival In-Edit (Dias 7, 8 e 9)

Últimos dias do festival de documentários musicais foi do rock em Angola ao "Saravá Metal".

In-Edit Brasil

Festival In-Edit Brasil

O In-Edit Brasil, Festival Internacional do Documentário Musical, é patrocinado pelos nossos parceiros da Deezer e aconteceu entre os dias 3 e 12 de maio, diariamente, em tradicionais salas de cinema de São Paulo, como o MIS-SP, CINESEC, a Cinemateca Brasileira, o Cine Olido e o espaço da Matilha Cultural.

O Documentário Musical é uma forma narrativa que ganha cada vez mais notoriedade em salas de exibição, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, e o In-Edit é o maior festival do gênero, selecionando e reunindo os filmes mais significativos lançados a cada ano. Os filmes, construídos através de diferentes metodologias e propostas – uns mais didáticos, outros mais sensoriais – têm um denominador comum: unir o universo musical a uma narrativa cinematográfica de não-ficção.

Publicamos aqui as coberturas dos seis primeiros dias de evento:

Agora é a vez de ver como foram os três últimos dias de In-Edit, com documentários que vão desde o rock em Angola até o hip hop passando pelo “Saravá Metal”.

Confira na sequência!

Sétimo Dia

No sétimo dia do In-Edit passamos uma noite agradável no CINESESC, que se despediu do festival com três documentários. Assistimos à sessão de Gozaran – Time Passing, do diretor holandês Frank Schaffer, e ao início da homenagem que o festival faz a Dick Fontaine, cineasta britânico que especializou-se na representação cinematográfico-musical, tematizando exaustivamente lendas do jazz americano, mas também o nascimento do hip-hop nos Estados Unidos.
De Fontaine, assistimos ao curta-metragem Betty Carter: New All the Time e ao longa Art Blakey – The Jazz Messenger.

http://www.youtube.com/watch?v=gHTIvwnP0zI

Outro documentário que permeia o mundo da música erudita, para além do filme de ontem I Am Not a Rock Star, é Gozaran – Time Passing.

Trata-se de um filme de enunciação poética que extrapola uma metodologia vérité, em muitos momentos claramente dramatizado e encenado, sobre o compositor iraniano Nader Mashayeki. Após trinta anos vivendo em Viena, Mashayeki decide retornar a Teerã para, enfim, tentar implementar um projeto de orquestra que teria o intuito de executar música erudita moderna e contemporânea, algo certamente má visto pelo regime iraniano.

O filme mostra o projeto de executar Gustav Mahler em Teerã – através de uma ideologia que perpasse Nietzsche e John Cage – e os obstáculos e consequências que encontra pela frente. Ainda que não haja uma crítica política explícita no filme, entendemos as implicações de transpor valores artísticos ocidentais a um território bastante mediado pelo tradicionalismo.

Art Blakey

A sessão seguinte deu início ao programa especial sobre Dick Fontaine, homenageado desta edição do In-Edit Brasil. O próprio diretor estava presente e veio falar um pouco sobre seus filmes e sua carreira para a sala lotada do CINESESC. O primeiro filme exibido pelo diretor foi Betty Carter: New All the Time.

Trata-se de um curta-metragem em que vemos a cantora de jazz Betty Carter ensaiando, tocando e conversando com sua banda, composta de jovens jazzistas americanos, em que se estabelece uma clara relação entre professora e alunos.

Uma relação semelhante à vista no filme de Betty Carter acontece em Art Blakey – The Jazz Messenger. O documentário, sobre o lendário baterista de jazz Art Blakey, cobre um pouco das origens de Blakey como baterista mas foca-se, principalmente, em sua banda, o Jazz Messengers.

O Messengers é uma banda que renova seus integrantes ciclicamente, tendo como objetivo primeiro de Blakey “formar” jovens músicos para que se tornem os guardiões do jazz e, de certa forma, não deixem a tradição morrer. Blakey sustenta no filme que o jazz, um dos únicos gêneros musicais genuinamente americanos, foi criado pelos jovens negros e o projeto do Messengers torna-se mais uma ferramenta para que a história se perpetue da maneira correta.

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