Zeh Monstro é um multi instrumentista que já tocou em algumas bandas brasileiras ao longo dos últimos anos.
Apesar do seu release de imprensa dizer que isso não vem ao caso, ele era o baterista do Holly TREE, a maior banda do underground nacional no final dos anos 90 e começo dos anos 2000 e fundou o Borderlinerz, onde cantava e tocava baixo.
Alguns anos depois, o cara está de volta com um projeto chamado Name The Band e o seu primeiro disco, intitulado Just Add Sugar, onde Zeh cantou, gravou todos os instrumentos e produziu o álbum, mostrando muito do seu lado pessoal em 11 faixas.
Também no release está a informação de que as influências para o álbum foram artistas como Lou Reed, David Bowie e DEVO, mas em Just Add Sugar é possível ouvir traços de vários outros nomes e estilos, principalmente do alternativo/indie dos anos 2000, sem que as músicas pareçam cópias. São trabalhos bem feitos baseados em boas fontes.
Para abrir o álbum, por exemplo, há “All In”, que tem uma introdução avassaladora mas logo se transforma em uma calma e agradável música de indie rock, acompanhando a voz sempre calma e bastante peculiar de Zeh.
É ela que bem entoa o refrão da segunda faixa, “In Between The Lines”, uma bela trilha sonora para dias ensolarados ao estilo de “Someday”, do The Strokes, e “Grown Not Made”, semi-balada com batidas do pós punk que fecha uma poderosa trinca inicial de abertura do álbum e precede o ponto álbum do mesmo.
“Big Mouth” parece ter sido construída em torno de influências dos Anos 80 e nomes mais modernos como Franz Ferdinand e tem um refrão extremamente cantável, além de ser uma entre as tantas músicas dançantes do álbum. Garante diversão para a balada inteira, assim como “The Plan”, construída a partir de uma batida bastante simples mas que se torna um naipe de pós-punk/indie/alternativo sem os clichês associados aos estilos.
Se fosse um disco de vinil, o álbum fecharia aí o Lado A e começaria seu Lado B, mais escuro, com “Neon & Pills”, que dá o tom do resto do álbum e é seguida de outras canções que misturam melodia e até um certo tom de tristeza de Zeh com guitarras semi-distorcidas e batidas que ora te colocam pra dançar e ora te põem pra prestar atenção no que está sendo tocado e cantado.
Esse, aliás, é um dos pontos negativos do disco, já que as músicas funcionariam melhor se fossem cantadas em Português. Ouvir belas músicas como “Lady Grace” e “Mismatch” em nossa língua seria sensacional.
Para encerrar os trabalhos, vem a balada “Every Move A Picture”, ao melhor estilo voz+violão, que coloca um ponto final nos pouco mais de 40 minutos do disco e te faz pedir por mais.
Zeh já fez pop-punk, já fez rock e já foi pro alternativo, e talvez essa bagagem e influências todas tenham feito com que ele lançasse um disco do mais verdadeiro indie rock sem as chateações e “superestimações” do estilo.
Just Add Sugar é um disco competente, com uma marca própria evidente, hits, refrães cantáveis e músicas pra dançar na balada. É ótimo.
Nota: 7,5/10
Just Add Sugar na íntegra
Ouça o álbum de estreia do Name The Band na íntegra, via Deezer, logo abaixo.