Estamos dando continuidade às nossas listas em homenagem ao Dia do Rock, que rola no próximo dia 13 de Julho, e viemos com mais uma.
Dessa vez, aproveitamos que ontem foi dia do famoso 4 de Julho, dia da Independência dos Estados Unidos, e montamos uma lista com 13 rocks de protesto, já que é dia de comemorar mas também (e talvez principalmente) de apontar as injustiças, protestar e fazer com que elas sejam minimizadas.
Aproveite nossa viagem por 13 músicas que têm muito a dizer!
Depois veja também nossas outras listas do Dia do Rock:
Legião Urbana – Que País É Este?
O pessoal da Legião Urbana lançou um disco com um nome de protesto e colocou sua faixa-título logo de cara.
Em 1987 Renato Russo e companhia lançaram o álbum Que País É Este, aberto com a música de mesmo nome e que carrega um refrão com essa frase repetida várias e várias vezes.
Fica claro ao ouvir a música que Renato estava muito puto com a situação do nosso Brasil, e o questionamento é pra lá de verdadeiro, tanto que várias outras bandas já fizeram covers e versões dessa música.
O mais triste é ver que mesmo após 26 anos, a música ainda se encaixa perfeitamente à situação da nossa terra.
Será que estamos vivendo o começo da transformação?
Rage Against The Machine – Killing In The Name
O Rage Against The Machine é uma das bandas mais políticas da história e escolheu para ser logo o primeiro single de sua carreira, uma música que critica vários aspectos da sociedade Americana, inclusive citando ligações de oficiais do governo a organizações racistas e trazendo uma das frases de protesto mais repetidas de todos os tempos: Fuck You, I won’t do what you tell me.
A capa do disco auto-intitulado onde a música foi lançada é outro protesto, que você pode descobrir lendo a biografia Rage Against The Machine – Guerreiros do Palco, aqui.
Sepultura – Refuse/Resist
Os brasileiros do Sepultura fizeram um verdadeiro chamado às armas com a música “Refuse/Resist”, um hino (talvez o maior deles) do metal de protesto que já foi regravado e tocado ao vivo por dezenas de bandas influentes.
A capa do EP é um sinal de protesto e seu clipe também é recheado de imagens de pessoas lutando por suas causas.
REFUSE! RESIST!
At The Drive-In – Invalid Litter Dept.
O terceiro single do último disco do influente At The Drive-In traz um montão de histórias por trás dele.
“Invalid Litter Dept.” está em Relationship Of Command, de 2000, e fala sobre as mortes de centenas de trabalhadoras de fábricas chamadas maquiladoras, a maioria delas de donos dos Estados Unidos, mas que ficavam em Ciudad Juárez no México, fronteira com El Paso, terra natal do ATDI.
Essas mulheres eram obrigadas a trabalhar em turnos da madrugada nessas fábricas e várias delas foram estupradas e mortas enquanto iam ou voltavam do trabalho.
Na música e em seu videoclipe, o At The Drive-In questiona a vontade do governo Mexicano em esclarecer os casos e cria uma atmosfera pesada, totalmente adequada para o triste assunto.
Ao final da música, o vocalista Cedric Bixler-Zavala solta alguns berros por várias vezes, que poderiam ser apenas um recurso de uma música de rock, mas na verdade representam os gritos das mulheres que sofreram abuso sexual e morreram em mais de 700 casos.
Green Day – American Idiot
Goste ou não do pop-punk do Green Day, em 2005 os caras fizeram algo que poucas bandas de grandes gravadoras e presas ao mainstream tiveram coragem em toda história.
O trio liderado por Billie Joe lançou um disco chamado “Idiota Americano”, e logo na primeira faixa já soltou a frase: “Não quero ser um idiota americano.”
Em qualquer lugar do mundo isso causaria impacto, ainda mais nos Estados Unidos, onde o patriotismo é tão presente e em muitas vezes cego.
A música fala sobre vários aspectos negativos da sociedade americana, suas ideologias furadas e é a porta-voz de um disco onde várias outras críticas ao país dos caras são feitas.
Mais punk que muita banda punk.
The Clash – London Calling
Não é de propósito, mas estamos seguindo um padrão aqui.
Em 1979 os punks do Clash lançaram um dos mais importantes discos da história do rock, intitulado London Calling, e sua faixa de abertura também leva o nome do trabalho.
“London Calling”, a música, fala sobre várias questões políticas do mundo todo e de Londres, terra do quarteto. Brutalidade policial, guerra nuclear, dívidas e assuntos que preocupavam a população dos anos 70/80 estão lá, além do título, uma alusão à frase “Essa é Londres chamando…”, utilizada durante a Segunda Guerra Mundial pela Inglaterra para se comunicar com países que ela havia ocupado.
Desde seu primeiro disco, o Clash foi uma banda extremamente política, vale ouvir toda a discografia dos caras, ler suas letras e ir atrás daquilo que eles defendiam, pois é no mínimo interessante.
Bruce Springsteen – Born In The USA
Bruce Springsteen é um cara esperto, e em 1984 ele lançou uma música que se tornaria um dos maiores hinos do patriotismo dos Estados Unidos mesmo que a sua letra e concepção falasse exatamente sobre os problemas do país.
“Born In The USA” foi escrita principalmente sobre norte-americanos que foram à Guerra do Vietnã, e sua letra critica a política dos Estados Unidos na guerra, principalmente no aspecto de mandar seus cidadãos para lá e não recebê-los de forma digna quando eles voltaram para casa, muitas vezes com sérios problemas psicológicos e/ou físicos.
A letra distila críticas ao país, mas com um refrão repetitivo que diz “Nascido nos Estados Unidos”, ela enganou muitos americanos incluindo o ex-presidente Ronald Reagan, que a citou em um discurso, sem saber que estava falando de uma música que ia contra o governo.
Lily Allen – Fuck You
Pode nem parecer, mas em 2009 a gracinha da Lily Allen fez uma das músicas de protesto mais diretas dos últimos tempos.
Devidamente intitulada “Fuck You”, a música é uma crítica direta ao ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush (o filho), que fala sobre como ele seria racista e homofóbico, além de ter uma mente pequena e querer ser igual o pai (também ex-presidente dos EUA).
Toda a letra foi envolta por uma música que pode ser classificada na categoria “bonitinha”, e quem não sabe falar Inglês pode nem imaginar do que ela se trata.
NOFX – Franco Un-American
Quem também não mediu esforços para detonar o governo Bush foram os punks do NOFX, que em 2003 lançaram o disco chamado The War On Errorism, um trocadilho com a chamada “Guerra contra o terrorismo” propagada pelo então presidente.
Além da capa direta, o álbum fala sobre os vários problemas da sociedade norte-americana e uma música em especial, “Franco Un-American”, é direcionada a Bush.
Nela o vocalista Fat Mike reprova a administração de Bush, diz que gostaria de se mudar para o Canadá ou para a Austrália e em sua versão ao vivo, do disco They’ve Actually Gotten Worse Live!, Mike diz que está cansado de se envergonhar com o mundo por ser norte-americano e deseja a morte do presidente.
O clipe feito para a música mostra bem isso e você pode assistir logo abaixo.
Dead Kennedys – California Uber Alles
O Dead Kennedys é outra banda punk que sempre respirou política e protesto.
Em 1979, eles lançaram seu primeiro single, chamado “California Uber Alles”, e também o colocaram em seu primeiro disco de estúdio, Fresh Fruit For Rotting Vegetables, de 1980.
A expressão “uber alles” vem de um antigo hino alemão que cantava “Deutschland Uber Alles” e significa “Alemanha acima de tudo”.
A letra foi escrita pelo vocalista Jello Biafra sob a perspectiva do governador da Califórnia, Jerry Brown, que comandou o Estado entre os anos de 1975 e 1983 (e está no poder novamente desde 2011), e faz referências a William Shakespeare e George Orwell para criticar o poder e principalmente o abuso dele por governantes.
A música virou marca registrada da banda com sua bateria, guitarra e baixo marcantes, e já foi tocada por diversas bandas ao longo de todos esses anos.
Against Me! – White People For Peace
O Against Me! lançou em 2007 o seu primeiro disco por uma grande gravadora, e o bem-sucedido New Wave trazia várias músicas de protesto, a respeito de vários assuntos. Tom Gabel (hoje Laura Jane Grace), falou sobre a cena do rock, as bandas vendidas, a consciência das pessoas na hora do voto e fez até uma música de protesto direcionada às músicas de protesto.
“White People For Peace” fala sobre uma guerra onde dois exércitos se encontram, rezam para dois deuses diferentes e enquanto isso tiros são disparados e fortunas são feitas. O refrão diz que “músicas de protesto são cantadas contra a opressão militar”, dando a entender que elas de nada adiantam e a guerra continua mesmo assim.
O título da canção, que não diz respeito apenas às pessoas de cor branca, mas sim àqueles que não se envolvem em questões importantes e depois cantam músicas de protesto para tentarem acabar com guerras que começaram por motivos que poderiam ser impedidos, é outra crítica direta.
System Of A Down – Boom!
Em 2002 o System Of A Down lançou Steal This Album, um disco de músicas que não entraram no seu mais bem sucedido álbum de estúdio, Toxicity, e nele estava “Boom!”, uma música clara e direta sobre os gastos absurdos com armamentos enquanto milhões de crianças passam fome ao redor do mundo.
Para completar a crítica clara à administração de George W. Bush (mais uma vez ele), a banda chamou o cineasta Michael Moore (Fahrenheit 9/11, Tiros em Columbine, Sicko) para dirigir seu videoclipe, que mostrou várias marchas ao redor do planeta que protestavam contra as guerras, incluindo cenas aqui no Brasil.
Bob Dylan – Blowin’ In The Wind
Em 1963 o mestre Bob Dylan gravou uma das mais belas e mais conhecidas músicas de todos os tempos, o folk de protesto “Blowin’ In The Wind”.
Captando e transmitindo as frustrações dos oprimidos nos Estados Unidos (principalmente os negros), esse músico branco conseguiu atingir praticamente todas as classes da sociedade e seu som tornou-se uma espécie de hino oficial para o movimento pelos direitos civis que aconteceu nos anos 60.