Resenha: Paramore no Rio de Janeiro (25/07/13)

Trio esquentou a noite dos fãs cariocas e integrantes provaram que estão em sua melhor fase como artistas.

Resenha exclusiva: Paramore no Rio de Janeiro (25/07/13)
Resenha exclusiva: Paramore no Rio de Janeiro (25/07/13)

Fotos por AgNews/Marcello Sá Barretto

Nem mesmo a baixa temperatura da cidade do Rio de Janeiro diminuiu a ansiedade dos fãs que aguardavam pela apresentação do trio de rock alternativo de Franklin (EUA), Paramore, na espaçosa HSBC Arena, na Barra da Tijuca. Dezenas desses fãs, inclusive, estavam acampados há dias no local, enfrentando chuva e bastante frio, para tentar conquistar o melhor espaço da casa e assistir aos seus ídolos bem de pertinho.
Fato é que a casa não estava tão cheia quanto era imaginado e, por mais que os fãs demonstrassem empolgação e recepcionassem o trio de forma calorosa, ainda era possível sentir o vazio no local, algo que passou longe das outras duas elogiadas passagens da banda pela cidade. Mesmo com essas condições somadas com as falhas técnicas e ao fato do grupo não ter preparado surpresas no setlist, a performance realizada na noite de ontem, 25 de Julho, foi memorável para os fãs, principalmente para os que assistiam ao Paramore pela primeira vez ao vivo.

Pontualmente às 20h30min, o quinteto carioca Kita mostrou seu rock alternativo mesclado com industrial em seu show de estreia no Brasil (antes, a banda havia tocado em festivais de países como México, Argentina e Chile).
Composto por alguns nomes conhecidos do rock carioca – Sabrina Sanm (que em 2007 lançou o single “Realidade Freak Show“) nos vocais, Renato Pagliacci e Jayme Neto nas guitarras, Guilherme Dourado no baixo e Kelder Paiva (Jay Vaquer, ex-Ruanitas) na bateria – o grupo divulgou seu primeiro EP, Twisted Complicated World (lançado em Março deste ano), cuja faixa-título fechou a performance de trinta minutos de duração. A banda agradou o público presente e o serviu devidamente aquecido para a principal atração da noite.

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Igualmente sem atrasos, às 21h30, a marcante vocalista Hayley Williams (cujos cabelos tingidos e seu top cor de rosa reluziam) e o multi-instrumentista Taylor York começaram o show do Paramore apresentado desde já uma de suas novas faixas, “Interlude: Moving On“. O delírio dos fãs fez com que quase não fosse possível ouvir o som do ukulelê de York e da voz de Williams.

Apesar de terem iniciado a apresentação cantando que estavam “seguindo em frente”, a sucessora de “Interlude: Moving On” – já com o integrante Jeremy Davis no baixo e com os três músicos de apoio no palco – foi o primeiro grande sucesso que o Paramore emplacou: “Misery Business“, presente no segundo álbum do grupo, Riot!, de 2007. Mantendo a linha do saudosismo e, assim, revisitando canções lançadas entre 2007 e 2009, o grupo apresentou a empolgante “For a Pessimist, I’m Pretty Optimistic” (também do álbum Riot!) e a melódica “Decode” (trilha sonora do filme “Crepúsculo”), que foi importante para o Paramore consolidar seu nome como uma das bandas mais populares dos últimos anos.

Em sua primeira conversa com o público, Hayley Williams disse que era ótimo retornar ao país, agradeceu o público pela recepção e, então, acompanhada pelos fãs, fez a famosa apresentação da banda (“We Are Paramore!”).
Logo em seguida, durante a vez de “Now“, primeiro single de seu novo e homônimo álbum de estúdio, o grupo fez o chão tremer com a pressão imposta e também com a força de Taylor York, que trocou a guitarra pela percussão em certas partes da música.

Além de faixas de seus quatro discos de estúdio, o trio também incluiu no setlist “Renegade” (canção que faz parte do EP Singles Club, de 2011), cuja introdução foi feita em a capella por Williams, acompanhada por fãs fiéis. O single foi então substituído por “Pressure“, uma das primeiras canções compostas pela banda. Hayley cedeu alguns versos para que o público cantasse em uma só voz e também fez com todos batessem palmas e levantassem as mãos para o ar durante os refrões, empolgando toda a banda. E, justamente, a “pressão” do Paramore foi tanta, que houve falha técnica durante a performance da segunda faixa do disco All We Know is Falling.

Para acalmar os ânimos, Hayley Williams novamente conversou com a plateia, perguntando aos fãs se o novo álbum era bom, mesmo sabendo que o disco alcançou o primeiro lugar nas vendas no Brasil. Ao receber a resposta mais que positiva, a vocalista anunciou a chegada de uma das canções favoritas da banda e convidou os brasileiros para dançarem ao som de “Ain’t It Fun“, que ganhou uma bela versão estendida. Em uma das performances mais empolgantes da noite, os fãs bateram palmas e acompanharam Williams na repetição incansável da frase “don’t go crying to your mama ‘cause you’re on you’re own in the real world”, até que os slaps envolventes mandados por Jeremy Davis finalizaram a canção.


(Vídeo por dirtybusiness9)

Chegava então a hora de mais um single, “The Only Exception“, com o eletrizante guitarrista/percussionista Taylor York mais calmo, embalando o público desta vez com os acordes de seu violão. Além de cantar em uma só voz, a plateia foi responsável por um belo visual, ao erguer seus celulares, tablets e câmeras. Nem mesmo a pequena falha no áudio na metade da canção acabou com a beleza do momento. Pelo contrário, parece que isso até motivou Williams a chamar os fãs para cantarem mais alto.

Saindo do momento de calmaria, as luzes vermelhas já davam a entender que toda a densidade de “Let the Flames Begin” estava começando. Indubitavelmente, essa foi uma das apresentações mais emocionantes e antológicas da noite, na qual a união dos graves do baixo, das ‘marretadas” da bateria, do vocal poderoso de Williams e da performance insana de Taylor York se transformassem em uma única força impressionante, expondo toda a angústia e profundidade que a canção representa.

Para quebrar a tensão criada com a música anterior, o Paramore voltou a mostrar seu lado mais pop e alegre, ao apresentar a faixa de abertura de seu disco homônimo, “Fast in My Car“. Ainda com uma energia incrível, Taylor York, cuja presença de palco foi destaque durante o show inteiro, fazia das baquetas uma espécie de slide em sua guitarra.

Em um dos momentos mais sinceros da noite, Hayley Williams contou que ela e seus companheiros de banda aprenderam muito nos últimos anos e que estão mais fortes do que nunca, justamente antes de apresentar a faixa que decidiu o futuro da banda, “Ignorance“. Naquela época, em 2009, o grupo enfrentava problemas internos para seguir em frente e surgir com o disco Brand New Eyes. A música mencionada foi o que motivou o até então quinteto a continuar, embora os desentendimentos e a falta de objetivos em comum tenham resultado na saída dos irmãos Zac e Josh Farro. E, justamente, para celebrar a superação de seus momentos de turbulências e do que foi transmitido por “Ignorance”, a banda apresentou logo em seguida a alegre “Looking Up“.

Mantendo a animação, Hayley Williams dedicou a próxima canção aos fãs mais antigos do Paramore, lembrou que está há quase 10 anos tocando com seus companheiros de banda e brincou: “Acho que é por isso que estou me sentindo velha”. Em “Whoa“, que também ganhou uma versão estendida, Williams fez a famosa brincadeira de pedir para cada lado da casa de shows ajudá-la no refrão da música. A vocalista, então, elogiou o público e disse que o Brasil sabe o que fazer e comparou os fãs com os de outros países: “Nem sempre os outros fãs sabem fazer isso. Às vezes eu tenho que gritar e motivá-los para que cantem mais alto, mas, mesmo assim, não funciona”. O carinho pelo Brasil foi demonstrado na mesma hora por York, que vestiu uma bandeira do país.

Em um dos pontos altos do show, alguns fãs sortudos foram convidados por Williams a subir ao palco e ajudá-los na apresentação de “Anklebiters“. Antes da performance da canção, Williams realizou um belo discurso, falando sobre a importância de “Anklebiters” e motivando seus fãs a esquecerem quaisquer problemas que tivessem em casa naquele momento: “Para nós, vocês são demais!”. No palco, os sortudos dançavam com Williams, cantavam no microfone e, claro, aproveitavam para registrar o momento em fotos e vídeos.

Depois de ter cantado o single “That’s What You Get“, Williams anunciou que a primeira parte do show chegava ao fim, com declaração de amor ao público: “Até a próxima, nós amamos vocês, nós amamos vocês! Boa noite, Rio!”. A divertida “Still Into You” surgiu com um show à parte feito pelo público, que levou bexigas para dar um toque ainda mais belo durante a performance do single.

Ainda empolgados, os fãs batiam palmas e puxavam os vocais de “Brick By Boring Brick” para a banda retornar ao palco. No bis, o Paramore apresentou “Proof” e a tão pedida “Brick By Boring Brick“, mas, antes de se despedir dos cariocas, Williams fez questão de, novamente, agradecer o público por tornar a noite tão especial, além de dizer que torce para reencontrá-los em breve: “Digam-me que vocês voltarão a nos ver na próxima vez!”.

Mantendo sua presença de palco eletrizante, Hayley Williams (vocal), Jeremy Davis (baixo) e Taylor York (guitarra) provaram, em sua terceira passagem pelo Rio de Janeiro, que estão em sua melhor fase como artistas e banda. De fato, o futuro parece se tornar cada vez mais promissor ao grupo, que, sem dúvida, soube extrair a essência de suas principais influências para criar a sua própria e marcar seu nome na história do rock alternativo.

Paramore no Brasil

A turnê mais extensa do Paramore no Brasil, apresentada pela XYZ Live, continua hoje, 26 de Julho (data que marca o 8º aniversário de All We Know Is Falling, primeiro disco da banda), em Belo Horizonte. O trio também fará apresentações em Brasília (27/07), São Paulo (30/07), Curitiba (02/08) e Porto Alegre (04/08).

Veja mais detalhes aqui.

TMDQA! e Paramore em Las Vegas

Durante uma temporada nos Estados Unidos entre Abril e Maio deste ano, o editor-chefe do Tenho Mais Discos Que Amigos!, Tony Aiex, teve a oportunidade de conferir ao vivo o novo show da banda.

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