Resenha e Fotos: Voodoo Glow Skulls em Porto Alegre

Veja como foi a passagem da banda de ska pela capital gaúcha.

Voodoo Glow Skulls em Porto Alegre

Fotos por Doni Maciel

Resenha por Homero Pivotto Jr.

O Voodoo Glow Skulls quebrou o encanto que faz do domingo um dia modorrento. É possível que até Morrissey repensasse versos como ‘Everyday is like sunday, everyday is silent and grey’ caso tivesse assistido a um show dos californianos no referido dia da semana. Na apresentação feita em Porto Alegre, no último 11 de agosto, no Opinião, os irmãos Casillas e seus comparsas mostraram-se dispostos a promover um baile de los locos. Mesmo quando o público é aquém do merecido.

Foi a estreia do sexteto por estes pagos, apesar de estar em atividade há um quarto de século. A passagem pela capital do Rio Grande do sul encerrou a perna brasileira da turnê alusiva ao disco Break the Spell (2012), que teve escalas também em Santos (SP), Curitiba (PR) e São Paulo.

A responsável pela abertura nas quatro datas nacionais agendadas para o Voodoo Glow Skulls foi a banda curitibana Abraskadabra. Com uma mistura honesta de ska e pop punk, o conjunto deu o recado. Destaque para o naipe de metais (trombone, trompete e sax), que dava mais peso e groove ao som, às vezes demasiado melódico. No repertório, faixas do debut oficial Grandma Nancy’s Old School Garden (2012) e uma excelente versão para “The Impression that I Get” (Mighty Mighty Bosstones).

Com pouco menos de 30 minutos de atraso em relação ao horário previsto, Frank Casillas (voz), Eddie Casillas (guitarra), Jorge Casillas (baixo), Mark Bush (trompete), Dan Albert (trombone) e Anthony Raya (bateria) deram início ao espetáculo. Pra começar, lascaram “Insubordination”. Frank entrou em cena usando uma máscara de lucha libre, que depois foi pendurada em um pedestal de microfone e, em alguns momentos, recebeu sinais de adoração do vocalista como se fosse um objeto sagrado. À vontade – e visivelmente com vontade, apesar de aparentarem cansaço em certos momentos – os californianos seguiram firmes por cerca de 1h10min. Com sua ‘Califórnia street music’ derivada da mistura de ska com hardcore, o Voodoo deu um belo exemplo de como equalizar peso, energia e levadas dançantes. Assim como na atração de abertura, os metais (trompete e trombone) também tiveram papel protagonista.

Apesar de a gira ter como objetivo promover o até então mais recente trabalho, o foco do setlist foram os materiais mais antigos. Não faltaram petardos como “Charlie Brown”, “Delinquent Song”, “Fat Randy”, “Human Piñata”, “Baile de Los Locos”, “El Coo Cooi”, “Shoot the Moon” e “Band Geek Mafia”.

Desde que começou a se popularizar por estas bandas – na segunda metade dos anos 90, quando a finada Paradoxx Music lançou álbuns como Firme (1995) e Baile de Los Locos (1997), que eram vendidos por menos de R$ 5,00 – o Voodoo Glow Skulls devia essa visita ao sul do país. Ela tardou, mas não falhou. Que siga o baile!

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https://www.youtube.com/watch?v=rSwV4Y6WoV8