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Entrevista Exclusiva: Placebo

Conversamos com exclusividade com o baterista da banda sobre novo disco, carreira e shows no Brasil.

Placebo: confira o programa gravado para divulgar novo disco
Placebo: confira o programa gravado para divulgar novo disco

Placebo

Uma das bandas mais importantes do cenário do rock alternativo dos últimos 20 anos, o Placebo está prestes a lançar  Loud Like Love, seu sétimo álbum de estúdio. Depois de um disco criticado (Battle for the Sun) e de um bom EP que passou quase batido (B3), a banda segue sua busca por uma sonoridade mais madura.

Formada em meados dos anos 90 por Brian Molko (vocal e guitarra), Stefan Olsdal (vocal, baixo e teclados) e pelo baterista Robert Schultzberg, a banda conseguiu notoriedade mundial com outro nome na bateria: Steve Hewitt. Quando ele saiu do grupo, em 2007, o Placebo estava no auge: uma sequência de álbuns fenomenais e turnês de sucesso.

Sob as baquetas desde então, Steve Forrest carrega nas costas a sombra do xará anterior, ainda querido pelos fãs e a responsabilidade de ser a face desse novo Placebo. Falamos por telefone com ele, para saber sobre essa nova fase e sobre o que esperar do disco.

Placebo Loud Like Love

TMDQA!: “Loud like love” é seu segundo álbum com o Placebo. O que mudou do “Battle for the sun” pra agora?

Steve Forrest: Muito aconteceu, mesmo. Passamos a gostar cada vez mais de tocar juntos. Todos nós mudamos, crescemos como pessoas e como banda. E nos acostumamos a criar juntos, a experimentar juntos. Saímos da zona de conforto e estamos confiantes com isso. Agora somos irmãos e isso é algo muito bonito de se sentir.

TMDQA!: Você sente que ainda tem se afirmar para os fãs?

Steve Forrest: Confesso que não senti tanta pressão quanto parece… E o que senti até que gostei. (Risos) Sei lá, eu até que sou um cara legal, sabe. (Risos) Eu sempre tento colocar meu coração inteiro em tudo que faço, acho que isso ajuda a aliviar nessas horas. Nesse disco em especial coloquei tudo de mim. Realmente estou muito empolgado para ver as reações das pessoas.

TMDQA!: O som do Placebo mudou muito nos últimos anos e alguns fãs mais antigos não gostaram da mudança, dizendo que ficou “muito alegrinho”.

Steve Forrest: (Risos)

TMDQA!: O que você acha disso?

Steve Forrest: Não dá para agradar todo mundo. Acho que as pessoas estariam falando ainda mais se estivéssemos fazendo a mesma coisa. (Risos) Ainda bem que estamos mudando, pouquíssimas bandas continuam fazendo o mesmo som de modo sincero. Nós amamos música e deixamos isso nos inspirar… Sabe, nos dê um chance. Tentamos mudar agradando as pessoas, escrevendo para elas… Não que eu não ligue, mas temos que agradar a nós mesmos, escrever pra nós mesmos… O disco tem momentos não necessariamente depressivos, mas melancólicos, como “Bosco”. Nos deem uma chance e esperem o Loud Like Love.

TMDQA!: Anos atrás, Brian lamentou ter se assumido bissexual publicamente, por acreditar que isso fez com que a mídia focasse mais na orientação sexual dos integrantes da banda do que na música em si. Considerando isso, o que ele quis dizer ao inserir o verso “my computer thinks I’m gay, I threw that piece of junk away” no início de “Too Many Friends”?

Steve Forrest: Realmente é engraçado. Hoje as relações na web, seja de marcas ou pessoas, são feitas a partir de padrões de comportamento. Seu computador supõe o que você é, o que dizem que você é. Meu computador diz aqui que gosto de tatuagens e shows. É estranho. Sobre a mídia, é algo que me deixa triste. Era uma pauta forte nos anos 90, mas tinha o choque, o visual e tal. Mas hoje, sério… Ninguém tem mais tempo pra se preocupar com isso. É só sexo. Todo mundo faz, todo mundo gosta.

TMDQA!: “Loud Like Love” soa tão grandioso quanto “Battle For The Sun”. O que os fãs podem esperar, em comparação ao disco anterior?

Steve Forrest: Honestidade, não só nas letras, mas no modo de tocar. O Stefan não canta no disco, mas toca piano em algumas como se fosse uma voz ali. Todos os instrumentos estão com uma energia tão crua… Uma… Uma… Energia “foda-se” (risos), uma energia de rock. Não quero parecer clichê, mas a gente realmente buscou essa energia viva. Quero que as pessoas sintam a alegria, a tristeza, o que tem de sexy, ouvindo num bom headphone e se colocando, sentindo nas músicas como fizemos.

TMDQA!: E turnê aqui pela América do Sul e Brasil? Alguma notícia?

Steve Forrest: Definitivamente vamos. Não temos data ainda, deve ser no ano que vem. Sempre é fantástico por aí. Vocês descobriram todas as mulheres lindas do mundo e guardaram só pra vocês. (Risos)