Resenha: Porão do Rock 2013

Veja como foi o festival de Brasília que teve nomes do underground e gigantes como <b>Soulfly, Mark Lanegan</b> e <b>Suicidal Tendencies</b>.

Resenha: Porão do Rock 2013

Sábado (31 de agosto)

O segundo dia de evento começou movimentado com o show d’Os Paralamas do Sucesso às 20h25. A banda de Herbert Vianna  comemora 30 anos de carreira esse ano (2013) e foi em clima de muita agitação que o grupo tocou um set repleto de sucessos.

Após o Paralamas, começou um movimento diferente no palco ao lado. Eu, que estava saindo do local, resolvi ficar para ver quem era aquele grupo formado por três meninas e um garoto. Uma banda na qual todos os integrantes conseguiam se destacar individualmente e que cantava alguma coisa sobre “remédios” misturando new wave com rock…. Excelente decisão.  Quem estava no tablado eram os curitibanos do Uh La La, banda que eu desconhecia mas que me ganhou na primeira música.

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Despretensão. Era nesse clima que grupo apresentava as suas músicas. Dava pra perceber que aquelas pessoas eram, além de artistas, amigas se divertindo e bastante felizes em estar ali tocando juntas. Coisa que não se vê todo dia. “Thumbs up” pro Uh la la.

A apresentação chegava ao fim quando um dos produtores do PDR me chamou pra perguntar se eu não queria entrevistar o Mark Lanegan. “LÓGICO”! Eu e outros jornalistas nos direcionamos para a porta do camarim do cantor que, na minha humilde opinião, tem uma das melhores vozes de todos os tempos.

Esperamos, esperamos, esperamos….. Nada. Coletiva cancelada. E não foi surpresa. Lanegan não tem fama de ser o cantor mais acessível do mundo mesmo. Fomos informados de que ele estava muito apreensivo por causa do show e não queria falar com a mídia. Ok. Sou da política de que é melhor não entrevistar um artista do que entrevistar um artista que está de má vontade. Vamos para o palco assistir ao show.

Meia hora de atraso e nada da apresentação do ex-vocalista do Screaming Trees. Pairava no ar a dúvida “timidez ou arrogância?’’. No palco,  só ele e mais dois músicos para uma apresentação acústica. Não havia explicação para tamanha demora.

Finalmente o cara sobe ao palco. Na minha opinião, disparado a melhor apresentação do festival inteiro.

A próxima banda que chamou atenção foi o sexteto Rios Voadores. O grupo  de rock “tropicalista” se esbalda em nostalgia e “brasilidade”. É possivel ouvir elementos de Mutantes, Novos Baianos e Secos e Molhados tudo junto e misturado no palco. Destaque para a vocalista Gaivota Naves, que contagiou a plateia com a sua energia e descontração.

Quem também estava bem a vontade era a banda Galinha Preta. Eles provaram mais uma vez que o hardcore não precisa ser tão “hard” assim. Brincaram com a plateia e falaram de anorexia.  Receberam a aprovação da maior parte das pessoas que parou para assistir o show.

É chegada a hora do show do Suicidal Tendencies. O grupo californiano do início dos anos 80 entrou no palco com pouco atraso. Já começou a apresentação com o hit “You Can’t Bring Me Down”. A banda de Mike Muir cumpriu a expectativa do público e fez um show bem agitado.

Lobão foi o último a se apresentar. Ele retorna aos palcos do festival após 13 anos. O artista abre a apresentação com a música “Eu Não Vou Deixar”,  feita para criticar Pablo Capilé e a rede de coletivos Fora de Eixo e a polêmica do pagamento do cachê de artistas.

Chega ao fim o último dia de Porão. O evento terminou quase 4h da manhã de domingo. No geral, a resposta do público foi positiva. Enquanto me direcionava à saída do festival, escutei mais de uma vez pessoas comentando que essa edição foi melhor e mais organizada do que a do ano passado, mas que ainda pode melhorar muito, ainda mais no que diz respeito ao lixo e aos banheiros.

 

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